Uma Semana com Futebol de Praia – Introdução ao Projecto

Saudações a todos os leitores deste blogue e adeptos do beach soccer. Trago hoje, 19 de Setembro de 2010, grandes novidades: a inauguração de uma rubrica semanal sobre a modalidade espectacular que existe no futebol de praia.

Mas para quê?

A iniciativa partiu da minha vontade de divulgar a modalidade, incluindo aquelas novidades curiosas que costumam escapar a toda a gente. Um artigo semanal com os desenvolvimentos recentes seria o ideal para satisfazer estes objectivos, nascendo assim esta ideia.

Madjer e Júnior. Dois grandes ícones da História da modalidade!

O Campeonato Brasileiro, com a participação de craques portugueses, será um dos muitos assuntos em destaque nas próximas semanas. Na imagem, Madjer surge ao lado de Júnior, antigo jogador da selecção brasileira, muitas vezes eleito melhor jogador do mundo e grande fonte de inspiração para o atleta lusitano. A fotografia foi tirada a propósito da participação de Madjer no Campeonato Brasileiro de 2008.

A escolha do título não se afigurava uma tarefa fácil. Contudo, surgiram duas hipóteses potencialmente interessantes: Beach Soccer Friday (pois, inicialmente, tinha previsto uma postagem semanal à 6ª feira) e Uma Semana com Futebol de Praia. Indeciso, pedi então ajuda ao estimado Ricardo Sá, leitor assíduo do blogue e grande fã da modalidade, que me sugeriu a segunda opção. Concordei e assim ficou decidido!

A propósito, algumas edições desta rubrica semanal contarão com a colaboração desse valioso membro da comunidade do futebol de praia, que da sua ilha açoriana de São Miguel segue sempre todas as competições internacionais da modalidade. Ficou acordado entre nós que o Ricardo me auxiliaria com a componente de pesquisa, fornecendo informações de grande utilidade que, por vezes, me poderão escapar. Como se costuma dizer, duas cabeças pensam sempre melhor do que uma.

Aspectos Relevantes

De resto, os artigos serão publicados ao Domingo, e não à 6ª feira, como eu tinha pensado primeiro. Eventualmente, em semanas de menor actividade no plano do futebol de praia internacional, farei uma exposição de outro assunto merecedor da atenção da blogosfera no âmbito do futebol de praia.

Já agora, aproveito para prometer também a publicação de, pelo menos, um post semanal sobre outro assunto qualquer, de maneira a tornar este blogue o espaço que eu pretendi que ele fosse e que há muito deixou de ser, após um início auspicioso.

Por fim, gostaria de apelar à vossa participação em Uma Semana com Futebol de Praia. Os textos nunca serão demasiado extensos e o aspecto gráfico/audiovisual será igualmente tido em consideração. Gostaria muito de receber os vossos comentários, sejam vocês amigos meus, simples conhecidos, pessoal da família do futebol de praia português/mundial  e qualquer pessoa que ache interessante este projecto.

A Suíça é um dos países europeus onde o futebol de praia tem conhecido uma maior evolução.

Beach Soccer Weekly: Road to a Dream - O programa semanal de futebol de praia emitido por um canal desportivo suíço, no qual se inspirou esta minha iniciativa.

Nota: Louvo e agradeço aos criadores do programa de televisão suíço Beach Soccer Weekly: Road to a Dream, pois foram uma fonte de inspiração em que esta minha ideia se baseou. Parabéns pela iniciativa e um grande obrigado pela projecção que deram ao futebol de praia!

Portugal e Itália na grande final da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010!

Nota: Este post diz respeito aos 3 primeiros dias de competição na Superfinal da Liga Europeia, correspondentes à fase de grupos. A final, bem como os restantes jogos de definição da classificação, teve lugar no Domingo, 29 de Agosto. Poderão encontrar informação  relativa ao jogo da final neste post triunfal.

A Superfinal da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010 tem deslumbrado centenas de adeptos nas areias de Belém, no estádio montado no Terreiro das Missas. Um espectáculo emocionante, com 107 golos em 12 jogos até ao momento, tem sido a nota dominante dos dois torneios disputados na capital portuguesa: a Promotion Final (destinada a definir a equipa que ascende à divisão A) e a Superfinal (a verdadeira competição, cujo vencedor se sagra campeão europeu).

Pois bem, este fabuloso evento, que tem trazido a magia do futebol de praia até Lisboa, vai acabar já amanhã, mas não sem antes proporcionar um número record de 6 desafios ao público fantástico que tem colorido as bancadas desta fase final. Duas das partidas são autênticas finais! Façamos uma revisão geral do que aconteceu até agora e uma retrospectiva dos confrontos de amanhã.

5ª feira, 26 de Agosto

Foi o dia inaugural da fase final da Liga Europeia aqui em Lisboa, no qual eu tive a honra de marcar presença. O estádio em Belém começou por estar vazio, mas acabou por ir enchendo à medida que nos aproximávamos do final do dia. Nos jogos da Promotion Final, assistimos a um confronto muito equilibrado entre Turquia e Israel, decidido apenas nos penaltis, com vitória turca, enquanto a França goleou a Inglaterra com 4 golos de Sciortino.

A Superfinal trouxe muita emoção e dois grandes jogos, com a Rússia a recuperar de uma desvantagem de 1 golo para bater os romenos por 6-4 e a Itália a protagonizar uma excelente exibição frente à Suíça, vencendo por 8-6, apesar dos esforços dos helvéticos no 3º período e dos 4 golos que Stankovic marcou neste jogo soberbo.

Imagem do jogo com maior número de golos de todo o evento: 14

No jogo inaugural do grupo B, a Itália surpreendeu muita gente (incluindo eu) e derrotou a Suíça por 8-6. Na imagem, Stephan Leu (nº6) da Suíça remata perante a oposição do italiano Corosiniti (nº8). Foi o jogo com mais golos de todo o evento, contabilizando um total de 14.

Resultados dos jogos

13:15 – Promotion Final – Grupo B – Israel 3 – 3 Turquia | Israel 3 – 3 Turquia prol. | Israel 2 – 3 Turquia pen.

14:30 – Promotion Final – Grupo A – França 10 – 4 Inglaterra

15:45 – Superfinal – Grupo A – Rússia 6 – 4 Roménia

17:15 – Superfinal – Grupo B – Suíça 6 – 8 Itália

6ª feira, 27 de Agosto

Mais uma vez, o estádio estava vazio aquando do pontapé de saída do primeiro jogo, mas foi surgindo cada vez mais público, até a bancada principal estar quase completamente cheia para ver Portugal bater a Roménia por 6-1! Madjer não jogou, por precaução, tendo em conta a sua lesão lombar, mas Alan marcou um hat-trick que impulsionou o triunfo português, para o qual também contribuíram os dois golos de Bruno Novo e um magnífico pontapé de bicicleta de Belchior. Em suma, a exibição arrebatadora da selecção nacional foi claramente demais para a equipa da Roménia, que apesar do esforço dos seus jogadores nunca conseguiu contrariar a toada ofensiva dos lusos.

Antes da magia lusitana entrar em acção, a Itália derrotou a selecção espanhola, em mais um grande jogo de futebol de praia, com muita emoção no 3º período de jogo, numa partida disputada até ao último segundo. Na divisão B, destaque para a vitória da Turquia sobre o Azerbeijão, em resultado de um notável espírito de equipa e de uma força de vontade inesgotável por parte dos otomanos, além do triunfo húngaro sobre os ingleses, num jogo em que os magiares tiveram a arte suficiente para dar a volta.

A Itália ficava assim apurada para a final da Superfinal, aguardando o seu adversário, que deveria sair do confronto entre Portugal e Rússia. Por outro lado, Espanha, Suíça e Roménia perdiam a hipótese de lutar pelo título europeu, embora se mantivessem em disputa preciosos pontos no ranking europeu. Na Promotion Final, a Turquia, com duas vitórias, ficava apurada para a final, onde defrontaria o vencedor do França – Hungria. Israel, Azerbeijão e Inglaterra ficavam assim de fora da luta por um lugar na divisão A.

Muitos aplausos para os heróis das praias de Portugal!

Entrada em campo da selecção nacional portuguesa ante do jogo com a Roménia. Momento de ovação aos craques das areias lusitanas, que alguns instantes depois iriam deliciar as centenas de espectadores com a sua mestria. Eu próprio apareço nesta fotografia! Alguém me vê?

Resultados dos jogos

13:15 – Promotion Final – Grupo B – Azerbeijão 4 – 5 Turquia

14:30 – Promotion Final – Grupo A – Hungria 5 – 3 Inglaterra

15:45 – Superfinal – Grupo B – Espanha 5 – 6 Itália

17:15 – Superfinal – Grupo A – Portugal 6 – 1 Roménia

Sábado, 28 de Agosto

Mais um grande dia de jogos no areal de Belém, em que a taxa de ocupação das bancadas verificou uma subida exponencial, que culminou no tão esperado Rússia – Portugal, disputado ao final da tarde, com muita gente nas bancadas a apoiar a nossa selecção! Mas antes, 3 jogos tiveram lugar neste Sábado soalheiro junto ao rio Tejo.

Na Promotion Final, Israel e Azerbeijão protagonizaram o jogo com menos golos de todo o evento, com apenas 4 tentos a serem apontados pelas duas equipas, mas que nem por isso deixou de ser pródigo em emoção e luta até ao final, com a equipa israelita a conseguir emergir vitoriosa, obtendo o 2º lugar no seu grupo e ganhando a possibilidade de lutar pelo 3º lugar na competição. No outro jogo da mesma competição, a Hungria opôs uma resistência digna aos gauleses, que, mesmo assim, estiveram quase sempre em vantagem e acabaram por conseguir a goleada no 3º período, numa fase em que a Hungria arriscava tudo. A França conseguiu assim o apuramento para a final do seu torneio, onde vai lutar com a Turquia por um lugar na divisão A em 2011.

A Superfinal começou com um encontro prometedor entre espanhóis e suíços, com os helvéticos a serem mais fortes e a conseguirem dominar a equipa de Amarelle, que ainda não recuperou a sua melhor forma. A Suíça nunca esteve em desvantagem e soube controlar o jogo com distinção, atingindo um resultado folgado após os 36 minutos de jogo, com Stankovic e Spacca a bisarem. Depois, a campeã em título, Rússia, defrontou a equipa da casa, Portugal, vice-campeão da Europa e com muita vontade de ganhar.

De facto, estiveram em campo duas das melhores equipas do mundo, candidatas à vitória em qualquer competição em que participam, que são neste momento, a par da Itália, as melhores selecções do continente. Este duelo só podia dar um grande espectáculo, e foi isso que aconteceu, embora a solidez defensiva tenha sido um factor dominante no jogo de hoje. E foi graças à sólida mistura de concentração, paciência e muita entreajuda que Portugal venceu a congénere russa, com 3 golos do capitão, Madjer, e 1 de Belchior, a superarem os tentos de Makarov e Gorchinskiy. Todos os jogadores portugueses estão de parabéns por tudo aquilo que fizeram hoje, que lhes permitiu chegar à grande final de Domingo, onde vão encontrar a poderosa Itália. A Rússia, que apesar de ter perdido também está de parabéns, vai lutar pelo bronze nesta Superfinal diante da Suíça.

Madjer marca um golo de livre directo frente à Rússia

Quarto golo de Portugal, num livre de longe cobrado por Madjer, que rematou com violência e uma extraordinária precisão para o fundo das redes defendidas pelo guardião russo Bukhlitskiy. Grande momento de futebol de praia e golo fantástico de Madjer (o 3º da conta pessoal).

Resultados dos jogos

13:15 – Promotion Final – Grupo B – Israel 3 – 1 Azerbeijão

14:30 – Promotion Final – Grupo A – França 7 – 2 Hungria

15:45 – Superfinal – Grupo B – Suíça 6 – 3 Espanha

17:00 – Superfinal – Grupo A – Rússia 4 – 2 Portugal

Domingo, 29 de Agosto

Chegou o dia das decisões finais. Na Promotion Final, a temível e experiente França defronta a lutadora Turquia no jogo cujo vencedor ganha um bilhete para a divisão A do próximo ano, onde competirá com Rússia, Suíça, Espanha, Portugal, Itália, Roménia e Polónia. Vai ser um desafio muito interessante, com duas equipas a dar tudo o que têm, mas penso que a França acabará por conseguir vencer, apesar do assinalável espírito combativo da selecção turca. De resto, Israel defronta a Hungria (jogo curioso) na luta pelo 3º lugar da Promotion Final, enquanto Azerbeijão e Inglaterra, velhos conhecidos, se encontram na luta pelo 5º lugar da competição.

A Superfinal reúne um trio de grandes jogos, aos quais decerto valerá a pena assistir. Espanha e Roménia abrem o espectáculo do melhor futebol de praia europeu, com um duelo cativante entre duas equipas que perderam os dois jogos que disputaram até agora. O vencedor fica em 5º lugar, escapando assim ao fundo da tabela classificativa, numa partida que promete muitos golos e emoção, a julgar pelo último confronto entre estas duas selecções (a Roménia bateu a Espanha por 7-6 num grande jogo em que os ibéricos estiveram a vencer por 6-2, em Haia, na Holanda).

Rússia e Suíça tentarão chegar ao pódio, naquele que será o quarto confronto entre as duas equipas nesta época. Espera-se um jogo emotivo, entre duas selecções que se conhecem muito bem e que incluem grandes jogadores, como o suíço Stankovic, melhor jogador do último mundial, e o guarda-redes russo Bukhlitskiy.

O dia fecha com a grande final, tão aguardada pelo público lisboeta e por todos os amantes da modalidade fantástica que é o futebol de praia: Portugal vs Itália! Duas equipas que se conhecem muito bem, com grandes jogadores e que farão tudo para vencer esta final! Golear a Roménia e derrotar a Rússia são feitos épicos, assim como bater a Suíça e vencer a Espanha são obras colossais, que provam bem a qualidade destas duas equipas. Curiosamente, portugueses e italianos chegaram a esta Superfinal da Liga Europeia com menos pontos do que as outras selecções de topo, mas o que é certo é que ambas as equipas estão em grande forma e preparadas para proporcionar um grande espectáculo no areal de Belém.

Triunfo de Portugal na meia-final da Taça da Europa de Futebol de Praia 2010.

Imagem referente ao Portugal vs Itália da 1/2 final da Taça da Europa de Futebol de Praia 2010. Portugal venceu por 10-7 num espectáculo emocionante! Aqui, Bruno Novo tenta roubar a bola a Carotenuto, sob a vigilância atenta de Palmacci.

Espero um jogo aberto, como tem vindo a ser hábito entre estas duas selecções, com muito equilíbrio e emoção, numa partida em que os detalhes serão fundamentais. A Itália sofreu algumas alterações, decorrentes da mudança de treinador, e surgiu neste torneio com uma equipa ligeiramente diferente, que vale mais colectivamente e que dará tudo pelo título europeu, conquistado pela única vez em 2005. Portugal, que alcançou o seu melhor nível em meados de Julho, na segunda fase da qualificação para o Mundial 2011, está num excelente momento de forma, contando com grandes jogadores, capazes de resolver um desafio pela sua técnica descomunal, bem como com uma qualidade defensiva bem acima da média, que poderá ser muito útil amanhã.

Infelizmente, Belchior, que viu o cartão amarelo nos dois jogos anteriores, vai estar suspenso e não poderá defrontar a Itália. Mesmo assim, eu sei que o seleccionador nacional, José Miguel Mateus, vai conseguir resolver o problema da melhor maneira, através de uma rotação inteligente dos jogadores do plantel, que decerto farão tudo o que puderem rumo ao título europeu.

Estou confiante. FORÇA PORTUGAL! PARA GANHAR A LIGA EUROPEIA!

Horário dos jogos

10:00 – Promotion Final – 5º/6º lugares – Inglaterra vs Azerbeijão

11:30 – Superfinal – 5º/6º lugares – Roménia vs Espanha

13:00 – Promotion Final – Final – França vs Turquia (Eurosport 2)

14:30 – Promotion Final – 3º/4º lugares – Hungria vs Israel

15:45 – Superfinal – 3º/4º lugares – Rússia vs Suíça (Eurosport 2)

17:00 – Superfinal – Final Portugal vs Itália (RTP N/Eurosport)

Nota: Todos os jogos têm transmissão directa no site da Beach Soccer World Wide.

Mundial de Futebol de Praia 2011: Qualificação Europeia em Bibione (ITA)

Saudações a todos os adeptos de futebol de praia. Tenho o maior prazer em anunciar que amanhã, Domingo, 11 de Julho de 2010, tem início o torneio de qualificação do continente europeu para o Campeonato do Mundo de Futebol de Praia FIFA 2011. O evento decorre durante o Verão de 2010, com mais de 50 jogos disputados entre os dias 11 e 18 de Julho, a ter lugar na cidade italiana de Bibione, situada na comuna de Veneza.

Selecção Italiana: anfitriões do Mundial participam no torneio de qualificação

O Campeonato do Mundo de Futebol de Praia FIFA 2011 será disputado em Roma, capital italiana, pelo que a Squadra Azurra já tem lugar assegurado na competição, como país organizador. No entanto, a Itália foi também escolhida para receber o torneio de apuramento, razão pela qual vai participar na competição, tendo a presença no Mundial 2011 previamente garantida. Esta situação, apesar de caricata, acaba por fazer sentido se pensarmos que o torneio de qualificação conta para o ranking europeu, sendo por isso necessária a participação da selecção italiana no evento.

Pontapé de bicicleta de Palmacci na final do Mundial 2008 em Marselha frente ao Brasil.

Jogando em casa, os italianos vão querer vencer o Mundial Roma 2011. O melhor resultado da selecção italiana em Mundiais foi obtido em 2008 em Marselha: um excelente 2º lugar, perdendo na final frente ao Brasil. Na imagem, Palmacci executa um pontapé de bicicleta perante a oposição do brasileiro Buru nessa grande final.

5 Vagas Europeias para o Mundial 2011: Itália apurada, 4 lugares em jogo

Em cada Mundial de Futebol de Praia são atribuídas 5 vagas às selecções europeias, como reconhecimento pela grande qualidade do futebol de praia praticado no velho continente, onde o futebol de praia tem conhecido um desenvolvimento prodigioso. A competição de 2011 não será excepção, estando uma das vagas preenchida pela selecção italiana, pelos motivos acima mencionados. Assim, restam apenas 4 lugares europeus no Campeonato do Mundo 2011, para serem definidos neste torneio de apuramento.

Formato da Competição: 27 Equipas, 7 grupos, 2 estádios

O torneio de qualificação para o Mundial 2011 é uma competição aberta a todos os países europeus interessados em participar, desde que se inscrevam dentro do prazo estabelecido. Para a edição deste ano, 27 federações manifestaram o seu interesse em disputar o apuramento, batendo assim o número de equipas de 2009 (26 selecções) e o de 2008 (24 participantes). O torneio, realizado pela primeira vez em areias italianas, será portanto o maior evento da História do futebol de praia até à actualidade!

A competição segue a estrutura normal de um grande campeonato, encontrando-se dividida em duas partes: uma fase de grupos, na qual são seleccionadas as equipas mais aptas do continente, e uma segunda parte, disputada em eliminatórias até ao jogo da final.

As 27 equipas foram divididas em 7 grupos, 6 dos quais têm 4 selecções, sendo o grupo restante integrado por 3 participantes. Dentro de cada grupo, as equipas jogam todas umas contra as outras, nos dias 11 (Domingo), 12 (2ª feira) e 13 (3ª feira), conquistando pontos de acordo com os critérios habituais do futebol de praia (3 pontos em caso de vitória, 2 pontos para vitória no prolongamento ou em grandes penalidades, 0 pontos para as derrotas).

Grupos do Torneio de Qualificação da Europa para o Mundial 2011. Sorteio coordenado por Josep Ponset, realizado em Barcelona, na sede da Beach Soccer World Wide.

Grupos do Torneio de Qualificação da Europa para o Mundial 2011. Sorteio coordenado por Josep Ponset, realizado em Barcelona, na sede da Beach Soccer World Wide.

Cada dia da fase de grupos vê 26 equipas em acção (todas excepto a equipa do grupo A que fica de folga), com um total de 13 jogos disputados ao longo de 11 horas, da manhã ao final da tarde. Por esta razão, alguns jogos vão ter de ocorrer em simultâneo, em dois estádios diferentes, montados na Praia de Bibione. As duas melhores equipas de cada grupo têm lugar assegurado na fase seguinte, bem como os dois melhores terceiros classificados dos 6 grupos constituídos por 4 selecções.

No dia 14 de Julho, 4ª feira, as equipas gozam de uma preciosa e merecida folga, enquanto se realiza o sorteio para a segunda fase do torneio. São então definidos os jogos dos oitavos de final, bem como os cruzamentos nos quartos de final e depois nas meias finais. Para determinar os confrontos dos oitavos de final, os vencedores dos 7 grupos e o melhor segundo classificado de todos estes grupos são colocados no pote 1, enquanto as restantes equipas apuradas para a segunda fase integram o pote 2, havendo um encontro das equipas de potes diferentes nos jogos dos oitavos de final.

Visto que neste torneio se qualificam 4 selecções, as equipas que alcançarem as meias finais terão o apuramento garantido, juntando-se aos italianos no lote de representantes europeus no Mundial 2011. Caso a Itália chegue às meias finais, o que é bastante provável, torna-se necessário recorrer a play-offs de apuramento, disputados pelas equipas derrotadas nos quartos de final, para definir a 5ª equipa europeia a estar presente no Campeonato do Mundo.

Paisagem paradisíaca para milhares de turistas oferece agora grandes espectáculos de futebol de praia aos seus visitantes.

As magníficas praias de Bibione são o local escolhido para acolher a maior competição europeia de futebol de praia de sempre. Uma paisagem paradisíaca que promete um grande espectáculo de futebol de praia em areias italianas! E tantos turistas!

11 de Julho: Primeiro dia de jogos

A grande competição em Bibione começa com um dia repleto de acção e certamente grandes momentos de futebol de praia, com 13 jogos fabulosos a fazerem as delícias dos adeptos locais, além de todos os que acompanham o evento através da televisão ou da Internet. Apresento, em seguida, o calendário de jogos para este primeiro dia, indicando as horas das partidas de acordo com o fuso horário de Portugal Continental, o estádio em que vão ter lugar, o grupo ao qual pertencem as equipas e possíveis formas de assistir ao jogo em tempo real:

08:00 – Estádio 1 – Grupo B – Grécia vs. Holanda (live broadcast no site da BSWW)

08:00 – Estádio 2 – Grupo C – Roménia vs. Andorra

09:15 – Estádio 1 – Grupo F – República Checa vs. Azerbeijão (live broadcast no site da BSWW)

09:15 – Estádio 2 – Grupo G – Polónia vs. Moldávia

10:30 – Estádio 1 – Grupo E – Hungria vs. Ucrânia (live broadcast no site da BSWW)

10:30 – Estádio 2 – Grupo G – Noruega vs. Áustria

11:45 – Estádio 1 – Grupo C – Rússia vs. Eslováquia (live broadcast no site da BSWW)

13:00 – Estádio 2 – Grupo F – Cazaquistão vs. França

13:00 – Estádio 1 – Grupo D – Inglaterra vs. Estónia (live broadcast no site da BSWW)

14:15 – Estádio 1 – Grupo E – Suíça vs. Bielo-rússia (live broadcast no site da BSWW)

15:30 – Estádio 1 – Grupo D – Portugal vs. Israel (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV 2 e SPORT TV HD

16:45 – Estádio 1 – Grupo A – Itália vs. Turquia (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV HD

18:00 – Estádio 1 – Grupo B – Espanha vs. Bulgária (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV HD

Um grande evento: não percam

E assim vai começar um grande evento de futebol de praia, seguramente para mais tarde recordar, com muita emoção e magia, num ambiente fantástico para a prática da modalidade. Como se sabe, o futebol de praia apresenta um crescimento explosivo na Europa, tendo surgido cada vez mais selecções nos últimos anos, procurando uma maior projecção no plano internacional. Apesar de algumas equipas serem favoritas, surgem outras numa segunda linha com sérias aspirações para este torneio, ambicionando o apuramento para o Mundial 2011. Teremos indubitavelmente um grande torneio, com muita luta, paixão e uma semana recheada dos melhores momentos do futebol de praia europeu!

Deixo aqui um vídeo relativo ao torneio de qualificação para o Mundial 2009, competição essa que se disputou entre os dias 7 e 14 de Junho do ano passado, em Castellon, na Espanha. O filme contém aqueles que foram considerados os 5 melhores golos do evento, embora eu ache que os membros da BSWW beneficiaram os jogadores espanhóis nesta selecção, ao terem incluído 3 golos da equipa da casa, quando houve inúmeros golos fantásticos durante a semana. Em todo o caso, são 5 grandes momentos que tenho para vos mostrar.

Esperamos que em 2010 em Bibione seja ainda melhor!

Selecção Nacional Portuguesa

Deixo também a lista dos convocados da selecção portuguesa para a competição. O treinador José Miguel Mateus, que tem feito um excelente trabalho no cargo, levou para Itália uma equipa que combina experiência e jovialidade, disciplina e criatividade, concentração e muita garra, composta pelos 12 animosos jogadores:

Guarda-redes

Paulo Graça (12)

João Carlos (22)

Defesas

Coimbra (2)

Marinho (8)

Bilro (11)

Avançados

Jordan (4)

Marco (5)

Alan (6)

Madjer (7)

Belchior (10)

Paulo Neves (13)

Bruno Novo (18)

Possivelmente, um leitor menos bem informado questionará a tão grande disparidade entre o número de avançados e o número de defesas que figuram nos convocados. Por essa razão, estou no dever de vos explicar que as designações defesa e avançado são muito relativas no futebol de praia, pois todos os jogadores desempenham um papel muito importante quer nas acções defensivas quer no processo ofensivo. São apenas classificados como defesas ou avançados de acordo com a posição que ocupam no esquema táctico da equipa (que pode mudar facilmente ao longo da partida e mesmo dentro da mesma jogada, o que confere ao jogo de futebol de praia uma dinâmica extraordinária).

Muitas vezes, considera-se defesa apenas o jogador cuja posição de base se localiza mais perto do guarda-redes, sendo os restantes jogadores classificados como avançados. Assim, as escolhas do nosso seleccionador nacional em nada comprometem o equilíbrio entre os diferente sectores da equipa portuguesa.

Grupo D: Cuidado com Israel. Estónia e Inglaterra são incógnitas.

Em relação aos adversários de Portugal na fase de grupos, devo realçar a qualidade da selecção israelita, que os heróis lusitanos enfrentam logo no jogo de abertura. São uma equipa que apresenta um bom crescimento nos últimos anos, baseando o seu jogo na superioridade física e na singular vontade de vencer dos seus jogadores. Atletas possantes e determinados são, de facto, a imagem de marca desta selecção, cujo maior destaque é o capitão Ilos, número 9, que actua como pivô (jogador mais avançado) e joga tudo o que tem em cada lance, detendo um remate poderoso.

A Estónia, segundo adversário de Portugal no torneio, é já uma velha conhecida da selecção nacional, tendo sido derrotada pelos pupilos de Zé Miguel nas edições de 2008 e 2009 do torneio de qualificação. São provavelmente a equipa mais fraca do grupo, mas são também um pouco imprevisíveis: se por um lado são capazes de golear as equipas mais fracas da competição, mostrando ter alguma técnica e conhecimento do jogo, por outro, parecem bloquear completamente quando jogam contra equipas mais fortes, ficando completamente inibidos e sofrendo derrotas pesadas.

Nakash passa pelo guarda-redes grego e marca um golo, num jogo em que Israel venceu a Grécia por 9-5 (com 5 golos de Ilos).

Israel constitui o adversário mais difícil de Portugal nesta fase de grupos da qualificação para o Mundial. Na imagem, Nakash passa pelo guarda-redes grego e marca um golo, num jogo que Israel venceu por 9-5, com 5 golos de Ilos. Partida da divisão B da Liga Europeia.

Os ingleses, uma presença assídua em eventos europeus de futebol de praia, com um longo historial na modalidade, mas sem nunca se terem imposto verdadeiramente na esfera do beach soccer internacional, são uma equipa que Portugal conhece muito bem, pois quase todos os anos têm lugar confrontos entre estas duas selecções. E se em Novembro de 2009 os bretões foram goleados por 17-4, num torneio amigável no Porto, no passado mês de Março fizeram uma grande exibição contra os ilustres portugueses, embora sem Madjer e Alan, perdendo apenas por 3-0.

São uma equipa com algumas potencialidades, mas muito irregular: umas vezes, produzem jogadas espectaculares no ataque e defendem com muita concentração, conseguindo rivalizar com as grandes potências europeia; outras vezes, desconcentram-se totalmente e concedem facilidades tremendas aos seus adversários, saindo derrotados por qualquer equipa.

Mensagem de Força e Confiança

Assim, o grau de dificuldade dos jogos não pode estar muito bem definido e tenho as minhas dúvidas em relação à classificação final do grupo. Em todo o caso, não se põe em causa a vitória de Portugal nos três jogos, que a selecção nacional certamente conseguirá tornar mais fáceis com o decorrer do tempo, construindo vantagens sólidas que lhe permitam controlar os jogos. Depois, resta esperar pelo sorteio e manter a concentração em níveis bem elevados para vencer com segurança o jogo dos oitavos de final, antes dessa partida decisiva dos quartos de final, onde Portugal encontrará um adversário de qualidade, sendo necessário jogar com tudo o que tem para chegar às meias finais, independentemente da equipa que surgir no caminho.

No ano passado, Portugal venceu a Roménia por 5-2 no jogo decisivo dos 1/4 final e ficou qualificado para o Campeonato do Mundo 2009.

No ano passado, Portugal venceu a Roménia por 5-2 no jogo decisivo dos 1/4 final e qualificou-se para o Mundial Dubai 2009, onde viria a conquistar o 3º lugar. Na imagem, os jogadores portugueses festejam esse apuramento, nas areias de Castellon, em Espanha. Este ano, também vamos conseguir!

Estou confiante. É só isto que posso dizer. O pessoal da nossa selecção está confiante e perfeitamente consciente daquilo que está a fazer. São jogadores fantásticos, apoiados por uma equipa técnica não menos valorosa, que os orientará da melhor maneira rumo ao Mundial 2011!

FORÇA PORTUGAL!

Taça da Europa de Futebol de Praia Roma 2010: O espectáculo vai começar!

Pois é. O tempo vai passando e a tão esperada Taça da Europa de Futebol de Praia já chegou! É verdade. Hoje, pelas 16:30, tem lugar o pontapé de saída da 12ª edição do evento, na maravilhosa capital italiana, Roma!

A competição é disputada durante 3 dias (6ª feira, Sábado e Domingo), em formato de eliminatórias, isto é, em quartos-de-final, meias-finais e final. Serão também jogados todos os jogos de consolação, a fim de ficarem definidas todas as posições da classificação, do 1º ao 8º lugares.

No primeiro dia de Jogos, dia 4 de Junho, Portugal defronta a Suíça no primeiro jogo. Vai ser certamente um grande desafio de futebol de praia, com duas equipas de grande nível, que se conhecem muito bem. O espectáculo já está garantido. Agora resta esperar pelo resultado. E eu digo: vamos ganhar! Sim! Estou consciente das dificuldades que esta partida contra os vice-campeões do mundo acarreta, mas acredito plenamente na vitória de Portugal. Temos tudo o que é preciso para vencer os helvéticos e passar às meias-finais!

Seguidamente, a Espanha e a Polónia lutarão por um lugar entre as 4 melhores equipas do torneio, num jogo em que os nossos vizinhos ibéricos são favoritos. No entanto, a Polónia deixou uma boa imagem na primeira etapa da Liga Europeia 2010, apesar de ter perdido todos os jogos, e não me parece que o jogo vá ser fácil para a turma de Amarelle.

A Rússia, actual campeã europeia, tem a tarefa relativamente complicada de passar pela França, treinada pelo experiente Eric Cantona. Contudo, tem sido notória a decadência da selecção gaulesa ao longo dos últimos dois anos, quando perderam a sua posição de destaque como uma das melhores equipas europeias. Pelo contrário, a Rússia tem vindo a crescer de uma forma impressionante, desde 2007, e inclusivamente já deu provas da sua força no decorrer desta temporada, ao vencer os três torneios em que já participou, o último dos quais foi a primeira etapa da Liga Europeia de Futebol de Praia, em Moscovo. Por isso, penso que, de uma maneira ou de outra, os russos acabarão de levar vencida a selecção francesa.

No último jogo do dia, os anfitriões da Taça da Europa debatem-se com os rivais da Hungria, na luta por um lugar nas meias-finais. Os italianos ocupam indiscutivelmente um lugar de destaque no futebol de praia europeu, embora sejam muito irregulares e, consequentemente, muito imprevisíveis: nunca se sabe muito bem o que esperar deles. De qualquer forma, são uma equipa de elite, com dois grandes jogadores (Pasquali e Carotenuto), além de outras mais valias, muito experiente, treinada por um técnico com garra (quem conhece Giancarlo Magrini sabe do que falo) e que vai fazer tudo pelo triunfo em frente ao seu público. Isto para apagar a péssima imagem transmitida pelos transalpinos no ano passado, quando perderam todos os jogos e ficaram no 8º lugar (entenda-se: o último) da classificação. A Hungria, que não tem nada a perder, vai a Roma com vontade de surpreender, esperando repetir a gracinha do ano passado, quando eliminou a Itália no primeiro jogo (5-2).

Durante os três dias, quase todos os jogos serão transmitidos em directo pela Eurosport 2. Hoje, 6ª feira, 4 de Junho, todos os jogos têm direito a transmissão directa. Além disso, todos os jogos serão transmitidos via online, no site da BSWW (Beach Soccer WorldWide), que emite os 12 jogos da competição em alta definição (não sei se isto é mesmo verdade, embora seja levado a crer que sim) para todos os fãs de futebol de praia à volta do mundo.

Podem acompanhar toda a acção da Taça da Europa de Futebol de Praia Roma 2010 aqui.

Toca a apoiar a nossa selecção! Toca a viver a alegria e emoção deste desporto apaixonante! É a magia do futebol de praia, ao alcance de todos!

Liga Europeia de Futebol de Praia 2010 – Primeira Etapa da Fase Regular em Moscovo: Rússia bate Itália e vence o torneio da Divisão A

Nota: Se procuram informações sobre a Superfinal da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, realizada em Lisboa, em Belém, visitem este post, onde poderão encontrar tudo o que pretendem.

Terminou hoje o evento russo da fase regular da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010. No torneio da Divisão A, a Roménia venceu a Polónia por 8-6 num jogo de grandes emoções, obtendo assim 3 pontos que poderão vir a ser decisivos no Ranking da Fase Regular. A Rússia, anfitriã do torneio, não desiludiu os 4 500 fãs moscovitas presentes em Poklonnaya Hill e ganhou a partida frente aos italianos, por 4-3, numa exibição segura que valeu aos russos o título no torneio. O desafio da Divisão B será tratado noutro post brevemente.

POLÓNIA 6 – 8 ROMÉNIA: MUITA LUTA. GRANDE SAGANOWSKI. ROMÉNIA MAIS FORTE.

O primeiro jogo da divisão A foi um excelente exemplo daquilo que faz do futebol de praia uma desporto espectacular: golos fantásticos, em grande abundância, recuperações estrondosas, amor às cores nacionais, emoção até ao fim…

O jogo: 24 minutos iniciais (1º e 2º períodos)

A Polónia nunca esteve em vantagem, pois eram sempre os romenos quem conseguia marcar primeiro, embora Saganowski e os colegas encontrassem sempre uma maneira de empatar o jogo, excepto no final do 3º período. A Roménia esteve a vencer por 2-0, com golos de Maci e Croi, mas acabou por ceder o empate aos polacos com um golo de Saganowski e um prodigioso remate de longa distância de Ziober: 2-2 no final do 1º segmento de jogo.

O 2º período trouxe muitas emoções, com a vantagem romena trazida pelo livre directo de Dobre a ser prontamente desfeita pelo pontapé de saída de Saganowski, antes de a Polónia ser autenticamente cilindrada por uma Roménia implacável, liderada por Maci. O número 14 romeno apontou dois golos pavorosos, um num espectacular remate de muito longe, o outro num fenomenal pontapé de bicicleta, selando a contagem no 2º período de jogo com uma assistência para Raj, que concluiu da melhor maneira uma jogada de contra-ataque: 6-3 a favor dos romenos, deixando a Polónia numa situação deveras complicada.

3º período: intensidade descomunal

O 3º período, porém, ainda proporcionaria emoções mais fortes, com o jogo a assumir uma vivacidade muito própria da modalidade. Inicialmente, se a Roménia caiu no erro de tentar defender o resultado que trazia do 2º período, o mesmo não aconteceu com os polacos que, liderados por Saganowski, foram pressionando a defesa adversária, acabando por conseguir marcar três preciosos golos que lhe dariam o empate: 6-6, com um golo de Wymuszek e dois tentos quase seguidos de Boguslaw Saganowski. A reacção romena, no entanto, não se fez esperar, e foi pouco tempo depois do golo do empate que Croi, num livre de muito longe, bateu o guarda-redes Skrypiec, sem hipóteses de defender um remate perfeito. A Polónia tentou reagir, mas não consegui voltar a marcar, enquanto o tempo passava, até que a Roménia chegou ao oitavo golo, por intermédio de Dobre, em mais um livre cobrado a uma grande distância da baliza.

O 8-6 cortava as aspirações polacas, apesar da tentativa desesperada de Saganowski e companheiros na ânsia de marcar novos golos. Como resultado da falta de calma e fair-play, Wymuszek e Saganowski foram expulsos, na sequência de um canto em que Wydmuszek empurrou violentamente um jogador romeno e Saganowski introduziu a bola na baliza adversária num fantástico remate acrobático após o apito do árbitro, dirigindo-se ao juiz da partida aos gritos, provavelmente de forma insultuosa, visivelmente de cabeça perdida. A situação foi caricata, com a equipa Polónia a jogar os 20 segundos que faltavam em inferioridade numérica, com apenas 3 jogadores em campo, um dos quais era o guarda-redes Skrypiec. Contudo, a Roménia não marcou mais golos e o jogo terminou mesmo com um triunfo romeno por 8-6, lançando os jogadores e equipa técnica romenos numa festa sem precedentes.

Roménia e Polónia: ilações a retirar e situação actual

De facto, foi uma grande vitória, num grande jogo de futebol de praia, frente a uma excelente equipa que nunca se rendeu! A Roménia está de parabéns pelos 3 pontos que conseguiu obter, que lhe poderão vir a ser muito úteis no decorrer da competição, e pela excelente imagem que deixou ao longo da competição, num trio de boas exibições que justificam plenamente a sua presença na Divisão A da Liga Europeia. Maci, sobretudo, mostrou ser um jogador acima da média, com uma técnica fenomenal e uma energia inesgotável. Dobre, Croi e Raj também deixaram boas indicações, assim como o guarda-redes Verbi, apesar de algumas infelicidades no jogo frente aos italianos. Naturalmente que a Roménia ainda tem um longo caminho a percorrer no campo do futebol de praia europeu, mas esta evolução está a ser muito positiva.

A Polónia abandonou Moscovo sem qualquer ponto, o que não satisfaz de maneira nenhuma as aspirações dos seus jogadores para esta Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, mas demonstrou que se encontra num bom momento de forma, com uma equipa coesa e disciplinada, repleta de talentos, dos quais Saganowski e Ziober são os nomes mais sonantes. No entanto, o parâmetro defensivo devia merecer particular atenção da parte do treinador Polakowski, além de uma certa inconsistência nas actuações da sua equipa, cuja produtividade sofre variações drásticas consoante o momento do jogo, diminuindo subitamente nos instantes decisivos. Ainda assim, a Polónia tem ainda possibilidades de evitar a última posição da Divisão A e escapar a uma eventual despromoção, caso vença a França na segunda etapa da fase regular, em Marselha.

RÚSSIA 4 – 3 ITÁLIA. DUELO DE GIGANTES. ITÁLIA AGUERRIDA. EFICÁCIA E FRIEZA RUSSAS.

No último jogo do evento, os anfitriões defrontaram a congénere italiana, num combate aceso pelos 3 pontos para o Ranking da Liga Europeia e pela vitória na etapa. A Rússia, que jogava em casa, com um estádio cheio, após duas exibições muito consistentes frente a romenos e polacos, detinha o favoritismo face a uma Itália com muita garra, grande capacidade ofensiva, mas graves problemas defensivos, evidenciados nos triunfos suados obtidos nos jogos anteriores. No entanto, apesar das diferenças entre as duas selecções, esperava-se um jogo equilibrado, no qual a turma de Giancarlo Magrini daria uma boa resposta contra os rivais de leste (os italianos são um pouco assim, funcionam por adaptação do seu jogo ao nível apresentado pelos adversários).

A partida, muito renhida, correu de acordo com as minhas previsões, com uma equipa russa sempre muito concentrada, a não cometer erros e a jogar de forma simples, mas elegante, aproveitando eficazmente grande parte das suas oportunidades. Esta postura permitiu aos pupilos de Nikolai Pisarev (que cumpriu o último jogo como treinador da selecção de futebol de praia do seu país) passar para a frente do marcador várias vezes ao longo do jogo, acabando por conseguir segurar a vantagem, procedendo a uma gestão inteligente do resultado. A Itália tentou reagir, numa grande prestação, com alma e coração, continuando sempre na discussão do jogo. Conseguiu mesmo empatar a partida por duas vezes, mas a partir do terceiro golo russo, no final do 2º período, Pasquali, Carotenuto e colegas não conseguiram voltar a recuperar.

No primeiro período, o jogo estava equilibrado, com poucas oportunidades para cada equipa, sendo um remate de Carotenuto ao poste da baliza de Bukhlitskiy a melhor situação para marcar. No entanto, seria a selecção anfitriã a inaugurar o marcador, já com a segunda equipa em campo, na sequência de um canto, com Shakhmelyan a surgir na área italiana e a introduzir a bola na baliza de Spada, num lance em que a defesa transalpina esteve manifestamente mal (Pasquali e Spada deixaram a bola passar junto ao primeiro poste, Corosiniti falhou na marcação ao jogador russo). A Rússia manteve-se mais pressionante durante alguns instantes, mas a Itália voltaria a conseguir equilibrar o jogo, buscando incessantemente o empate, sobretudo Carotenuto, que acabou mesmo por marcar, num remate à meia volta, após um passe de um colega no lançamento lateral. Belo golo! Ambas as equipas tentaram alcançar a vantagem antes do fim do 1º período, mas sem sucesso.

(os restantes períodos do jogo serão convenientemente abordados em tempo incerto)

TOP 5 GOALS: Segundo a BSWW (e não Segundo Andrey Amabov)

Apresento em seguida uma selecção dos 5 melhores golos desta primeira etapa da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, numa pequena produção da Beach Soccer World Wide. Neste filme, os membros da parte dos media da organização internacional da modalidade escolheram os seus golos favoritos entre os 105 que entusiasmaram o público moscovita nos três dias de competição, quer da divisão A quer da divisão B da Liga Europeia.

O vídeo inclui dois golos de Maci (Roménia), uma relíquia de Ziober (Polónia), um tento de Shishin (Rússia) e um momento de inspiração de Romrig (Alemanha), mas não contempla nenhum dos belos golos marcados pela equipa italiana no torneio. Embora ache que os golos seleccionados são 5 autênticas maravilhas do futebol de praia, penso que pelo menos o pontapé de bicicleta de Pasquali frente à Polónia deveria ter sido contemplado. O destaque natural do filme vai para Maci, o número 14 do colectivo romeno, que deslumbrou as bancadas com os seus golos de belo efeito e mostrou que a sua equipa veio ao escalão principal do futebol de praia europeu para lutar com os grandes.

Em todo o caso, aprovo estas iniciativas da BSWW na divulgação da modalidade na Internet, especialmente no youtube, e agradeço por terem disponibilizado um tão precioso recurso, que vem enriquecer o meu blogue.

Liga Europeia de Futebol de Praia 2010 – Primeira Etapa da Fase Regular em Moscovo: Russos e Italianos vencem os seus desafios e defrontam-se no jogo final de Domingo.

Nota: Se procuram informações sobre a Superfinal da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, realizada em Lisboa, em Belém, visitem este post, onde poderão encontrar tudo o que pretendem.

A temporada europeia do futebol de praia já começou, com o desporto mais espectacular do planeta a invadir as areias do velhos continente. Técnica, criatividade, emoção, paixão e muitas surpresas são os ingredientes para um Verão repleto de grandes momentos de beach soccer: football and lifestyle.

Este ano, o início da Liga Europeia foi antecipado, pelo que o primeiro torneio da fase regular tem lugar entre os dias 28 de Maio (6ª feira) e 30 de Maio (Domingo) de 2010, na capital russa, Moscovo. Posteriormente, a Liga Europeia será suspensa durante aproximadamente um mês, sendo a Taça da Europa disputada no primeiro fim-de-semana de Junho, em Roma. A Liga Europeia regressa no fim do sexto mês do ano, com dois torneios a serem realizados, antes de as praias italianas de Bibione acolherem o Torneio de Qualificação para o Mundial 2011 da modalidade. Por fim, terá lugar o derradeiro evento da fase regular da Liga Europeia, com o tradicional Mundialito a ser disputado no início de Agosto e a Superfinal Europeia a fechar a temporada, coroando os campeões europeus de 2010.

O estádio de Poklonnaya Hill, em Victoria Park, durante a deposição e tratamento das areias utilizadas na competição. Moscovo preparou um evento de grande dimensão, num sinal de que a estrutura organizativa russa acompanhou os mais recentes êxitos da selecção do seu país, actual campeã europeia.

O estádio de Poklonnaya Hill, em Victoria Park, durante a deposição e tratamento das areias utilizadas na competição. Moscovo preparou um evento de grande dimensão, num sinal de que a estrutura organizativa russa acompanhou os recentes êxitos da selecção do seu país, campeã europeia.

Até ao momento, já tiveram lugar as duas primeiras jornadas da etapa russa da fase regular da Liga Europeia. O evento engloba duas competições distintas, a saber: um torneio quadrangular entre Rússia, Itália, Polónia e Roménia; um torneio triangular da divisão B da Liga Europeia, com Grécia, Alemanha e Israel.

Irei explorar, em seguida, os desenvolvimentos da divisão A, apresentando a situação actual de uma forma resumida. A divisão B será convenientemente explorada noutra oportunidade.

Divisão A: Coesão Colectiva para a Selecção Russa. Talento de Pasquali para os transalpinos.

Poster publicitário da Etapa Russa da Fase Regular da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010. Na imagem, o jogador russo Rustam Shakhmelyan arma o remate, em luta com o espanhol Juanma.

Poster publicitário da Etapa Russa da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010. Na imagem, o jogador russo Rustam Shakhmelyan arma o remate, em luta com o espanhol Juanma.

Em cada dia foram disputados dois jogos entre as equipas que compõem o elenco deste torneio.

O dia de estreia do evento viu um duelo muito aceso entre italianos e polacos, com a técnica e a garra de Pasquali a darem a vitória aos Azurri após prolongamento, num jogo complicado para a equipa treinada por Giancarlo Magrini. Mas o prato forte do dia foi a goleada que os anfitriões impuseram aos romenos, num jogo em que o público local só teve razões para sorrir.

O segundo dia de jogos teve algumas semelhanças, com a Itália a enfrentar algumas dificuldades para levar de vencida a Roménia e a Rússia a alcançar uma vitória segura e confortável frente aos rivais da Polónia, garantindo o segundo triunfo em casa para a Liga Europeia, amealhando 3 preciosos pontos para o Ranking da competição.

Resultados:

28 de Maio

Itália 6 – 6 Polónia, Itália 7 – 6 Polónia (prolongamento)

Rússia 9 – 3 Roménia

29 de Maio

Itália 8 – 7 Roménia

Rússia 7 – 2 Polónia

Síntese:

Na vitória da Itália sobre a Polónia, obtida no prolongamento de 3 minutos, por 7-6, após um empate a 6 bolas em tempo regulamentar, destaque para a fantástica prestação do capitão transalpino Roberto Pasquali, que marcou 4 vezes e foi absolutamente determinante para o sucesso da sua equipa. A sua prodigiosa actuação incluiu o derradeiro golo do jogo, obtido em Extra Time, que foi um dos melhores golos da competição (provavelmente o melhor): respondendo a um lançamento longo do guarda-redes Spada, Pasquali recebeu a bola de peito e armou o pontapé de bicicleta de uma forma magistral, disferindo um remate potente para o lado oposto da baliza polaca, num gesto técnico perfeito, que daria a almejada vantagem  ao conjunto transalpino, apesar da tentativa de defesa de Gorecki. Neste jogo, destaque ainda para Wiltold Ziober, número 7 da Polónia, que apontou 3 dos 6 golos da sua equipa, numa exibição de grande nível. A Itália conquistou os 2 primeiros pontos para o Ranking da fase regular da Liga Europeia, enquanto a Polónia não somou qualquer ponto.

Giancarlo Magrini festeja alegremente com os seus jogadores. Pasquali, o homem do jogo, mal se vê nesta fotografia, sufocado com os abraços do seu treinador e colegas de equipa. Carotenuto, que ainda discutia com os árbitros, está com cara de poucos amigos.

Giancarlo Magrini festeja alegremente com os seus jogadores. Pasquali, o homem do jogo, mal se vê nesta fotografia, sufocado com os abraços do seu treinador e colegas de equipa. Carotenuto, que ainda discutia com os árbitros, está com cara de poucos amigos.

O duelo de leste entre russos e romenos foi, como se esperava, favorável aos homens da casa, campeões da Liga Europeia em título, que ultrapassaram tranquilamente os rivais da Roménia, recentemente promovidos à divisão A da competição. O jogo começou com um golo madrugador dos romenos, com Maci a surpreender tudo e todos ao inaugurar o marcador. No entanto, a experiência e a classe russas acabaram por vir ao de cima no decorrer do encontro, o que acabaria por se reflectir nitidamente no resultado que se verificava ao fim do 1º período de jogo: 4-1 favorável aos anfitriões. O 2º período acabou por funcionar como uma gestão do resultado por parte dos russos, apesar da boa resposta dada pelos romenos, e tudo estava totalmente decidido no 3º segmento do encontro, quando a Roménia deixou de reagir da mesma forma e a Rússia também desceu um pouco o ritmo, acabando por marcar mais dois golos. No final, o resultado de 9-3 e os consequentes 3 pontos no Ranking da Liga Europeia devia-se à união e à capacidade de cooperação dos elementos russos, dos quais Leonov, Shakhmelyan e Shishin foram os principais destaques, ao apontarem 2 golos cada um. Os 3 tentos romenos foram da autoria de Maci, que surpreendeu o mundo com a sua qualidade técnica (o terceiro golo foi pavoroso).

Dmytry Shishin, um dos melhores em campo, com dois golos, em confronto com Dobre, jogador romeno.

Dmytry Shishin, um dos melhores em campo, em confronto com Dobre, jogador romeno. O jogo correu de feição ao número 6 da Rússia, que apontou 3 golos, o último dos quais numa magnífica acrobacia (overhead).

Hoje, dia 30 de Maio, os jogos da divisão A começaram com um duelo renhido entre a Itália e a Roménia, que acabaria por culminar na segunda vitória dos transalpinos e na segunda derrota dos romenos. Dado que o triunfo foi alcançado em tempo regulamentar, os italianos foram premiados com 3 pontos, somando 5 pontos no total, ao passo que os romenos permanecem em branco na fase regular da Liga Europeia. Contudo, é louvável a forma como os jogadores de leste encararam o jogo, continuando na discussão do resultado até ao último segundo, sem nunca deixar que a Itália obtivesse um vantagem superior a 2 golos (foi esta a maior discrepância verificada entre as duas equipas, no 3º período de jogo). A Itália esteve bem ao conseguir uma produtividade ofensiva muito elevada, mas tem de melhorar o aspecto defensivo se não quiser cometer os mesmos erros graves no futuro. Os destaques do lado italiano foram Pasquali, com um hat-trick (soma 7 golos no total da competição), Carotenuto (2 golos, de grande penalidade) e os guarda-redes Spada e Del Mestre, que marcaram um golo cada um, gerando uma situação bem caricata neste jogo tão emocionante. Na Roménia, muitos jogadores lograram marcar (Maci, Marian Posteuca, Raj, Croi, Jimmy), sendo que Dobre conseguiu dois golos.

O italiano Pasquale Carotenuto tenta uma das suas famosas acrobacias, enfrentando a oposição de Gabriel Dobre, da Roménia. Ambos os jogadores marcaram 2 golos para as respectivas equipas.

O italiano Pasquale Carotenuto tenta uma das suas famosas acrobacias, enfrentando a oposição de Gabriel Dobre, da Roménia. Ambos os jogadores marcaram 2 golos para as respectivas equipas.

A Rússia, no derradeiro encontro do dia, derrotou solidamente a equipa polaca por expressivos 7-2, num resultado que deve mais de metade dos seus golos a uma chuva de tentos no 3º período. À semelhança do que acontecera anteriormente aquando do confronto com os romenos, a Rússia sofreu o primeiro golo, mas tal não afectou a equipa, que conseguiu chegar à vantagem antes do intervalo. No 2º período, os russos obtiveram um golo controverso (por meio de uma grande penalidade) e foi nos últimos 12 minutos de jogo que os anfitriões brindaram os apoiantes com 4 golos de belo efeito. Eremeev foi a figura do jogo, ao apontar 3 golos, dos quais se destaca a acrobacia do primeiro tento. Leonov e Shishin, como não podia deixar de ser, também marcaram cada um o seu golinho, tal como Gorchinskiy, e até o guardião, Andrey Bukhlitsliy, fez o gosto ao pé, ao apontar o quinto golo russo no terceiro golo marcado por um guarda-redes no dia. Os dois golos de Saganowski foram insuficientes para travar o poderio russo. 6 pontos somados pela Rússia no total, enquanto a Polónia permanece no fundo da classificação, juntamente com a Roménia, ambas sem qualquer ponto.

No início do 3º período, Andrey Bukhlitsliy, o grande guarda-redes russo, beija o poste da baliza que vai defender nos 12 minutos finais. Mal sabia ele que 5 minutos mais tarde estaria a festejar o golo que ele próprio marcaria, na baliza adversária. Uma das maiores figuras da selecção russa, sem dúvida!

No início do 3º período, Andrey Bukhlitsliy, o grande guarda-redes russo, beija o poste da baliza que vai defender nos 12 minutos finais. Mal sabia ele que 5 minutos mais tarde estaria a festejar o golo que ele próprio marcaria, na baliza adversária. Uma das maiores figuras da selecção russa!

Terceiro Dia

No panorama actual, com dois jogos para serem disputados no que resta desta primeira etapa da fase regular da Liga Europeia, podemos retirar imediatamente as conclusões óbvias de que a Rússia e a Itália estão bem lançadas na campanha europeia, estando praticamente assegurada a sua presença na Superfinal da Liga Europeia, ao passo que a Roménia e a Polónia terão de lutar a todo o custo pelo acesso à referida Superfinal, bem como pela simples manutenção na Divisão A.

Os jogos de amanhã serão certamente decisivos, cada um de sua maneira: o confronto titânico entre russos e italianos será fundamental para decidir quem vence o torneio de Moscovo em si, ou seja, quem se sagra campeão da primeira etapa da fase regular da Liga Europeia; o duelo entre polacos e romenos terá importância capital na determinação da classificação final da fase regular, interferindo certamente na definição das equipas qualificadas para a Superfinal e da equipa que eventualmente possa descer à divisão B da Liga Europeia.

Boguslaw Saganowski, um dos principais jogadores da selecção polaca, vai lutar com tudo o que tem para manter a Polónia longe da Divisão B da Liga Europeia. Na imagem, Saganwoski domina a bola perante a vigilância atenta do italiano Corosiniti, no primeiro dia de competição.

Boguslaw Saganowski, um dos principais jogadores da selecção polaca, vai lutar com tudo o que tem para manter a Polónia longe da Divisão B da Liga Europeia. Na imagem, Saganwoski domina a bola perante a vigilância atenta do italiano Corosiniti, no primeiro dia de competição.

Previsões? Penso que a Rússia acabará por derrotar a Itália, uma vez que os russos estão indiscutivelmente mais fortes e mais disciplinados do que os italianos, tanto a defender como a atacar. Pasquali, Carotenuto e companhia são excelentes jogadores e marcam muitos golos, mas surgem problemas quando se trata de defender a sua própria baliza. Este poderá ser o principal factor justificativo de uma eventual derrota dos Azurri frente aos anfitriões. O apoio dos espectadores será sempre um ponto a favor da Rússia e isso também tem de ser levado em conta, além do facto de os russos parecerem mais calmos e tranquilos do que os italianos neste início de época, o que se vê facilmente pela forma como conseguiram tomar as rédeas dos jogos frente a romenos e polacos, algo que a Itália não conseguiu fazer.

Quanto à batalha entre Roménia e Polónia, tenho muitas dúvidas, pois não conheço suficientemente bem as duas equipas e acho que são bastante equivalentes uma à outra. Julgo, ainda assim, que a maior experiência de alguns jogadores polacos poderá fazer a diferença, dando a vitória e os primeiros pontos ao conjunto treinado por Polakowski.

Esperemos para ver o que sucede…

Saudades de Sousa… Torres… Zé Maria…

Nem sempre as coisas correm como nós gostaríamos. A vida está cheia de problemas e contrariedades que alteram o curso normal dos acontecimentos. Deixamos de ter controlo sobre as coisas, há factores exteriores que se sobrepõem aos nossos desejos, não temos condições para alcançar aquilo que desejaríamos e acabamos por ter de renunciar a projectos e sonhos que tínhamos vindo a alimentar desde tenra idade.

Tal é a situação do Pedro Sousa, do Bruno Torres e do José  Maria Fonseca, jogadores da selecção portuguesa de futebol de praia que, recentemente, tiveram de renunciar ao prazer de representar a nação nas renhidas batalhas travadas nas vastas areias do planeta.

Convidados a integrar os trabalhos da equipa orientada pelo grande José Miguel Mateus (Zé Miguel) em 2008, os três atletas demonstraram uma espectacular evolução ao longo do seu ano de estreia, assumindo-se como três das principais figuras da selecção no ano de 2009.  Em 2010, era esperada a permanência do Sousa, do Torres e do Zé Maria na selecção nacional, rumo à conquista de muitos títulos ao longo da temporada de Verão, sendo que até já tinham disputado a primeira competição do ano, a Spring Cup Viseu 2010. No entanto, as condições oferecidas pela federação portuguesa de futebol aos três jogadores não estava de acordo com as necessidades dos três jogadores, que acabaram por se ver obrigados a abandonar a selecção nacional, contra as suas ambições, por força da necessidade.

Inexistência de condições adequadas

A verdadeira causa desta saída precoce dos três jovens talentos da nossa selecção é bem conhecida do público em geral, ou, pelo menos, facilmente inferível: a reduzida preocupação da fpf com o desenvolvimento da modalidade do futebol de praia em Portugal, que se reflecte na inexistência de uma estrutura organizativa que assegure as necessidades financeiras dos atletas e transforme o futebol de praia numa modalidade profissional. Não precisamos de andar muito bem informados para saber que a fpf gasta quantias exorbitantes de dinheiro com pormenores fúteis da indústria do futebol, referentes aos escalões superiores masculinos, que em pouco ou nada melhoram a qualidade do espectáculo, enquanto as outras modalidades, no caso o futebol de praia, são desprezadas.

As verbas disponibilizadas pela fpf para o futebol de praia não satisfazem, de modo algum, os requisitos da modalidade, dada a inexistência de uma liga nacional competitiva, disputada durante uma parte significativa do ano, com clubes interessados dispostos a colaborar na remuneração dos jogadores. Enquanto estas condições não se verificarem, o panorama lusitano do futebol de praia permanecerá desfavorável, uma vez que o reconhecimento da federação se revela claramente insuficiente para sustentar as necessidades monetárias dos atletas, o que se entende se tivermos em conta que a representação do país se prende com uma questão de orgulho patriótico, e não com um desejo de vir a receber uma recompensa financeira.

Tenho sido confrontado com esta situação desde o momento em que me comecei a informar melhor acerca da realidade do futebol de praia em Portugal, mas cada vez percebo melhor as verdadeiras origens do problema e os seus efeitos práticos. Estas questões são constantemente objecto das minhas conversas com os responsáveis técnicos da selecção nacional, o treinador José Miguel Mateus e o Dr. João Morais (coordenador do futebol de praia da fpf), tendo também servido de tema a uma conversa que tive com o próprio Sousa, no dia 17 de Maio de 2009 (há precisamente 1 ano!), em que o número 5 português me expôs muito claramente a realidade nua e crua.

Modalidade amadora: necessidade de outros empregos

Como quaisquer outros cidadãos, os jogadores da selecção nacional de futebol de praia precisam de um emprego seguro que lhes confira uma certa estabilidade financeira, de forma a garantir uma boa qualidade de vida. Sendo o futebol de praia insuficiente para a maior parte dos jogadores, eles são forçados a procurar outros trabalhos, fazendo uso das suas abilitações literárias, das suas capacidades físicas e atléticas e das suas qualidades em outras áreas para alcançarem um nível de vida adequado.

Mesmo os jogadores mais conceituados, como o Madjer, o Alan ou o Belchior, são levados a procurar outras actividades além do futebol de praia, nomeadamente a integração em equipas de futsal e futebol de 11, por vezes não tanto pela vertente financeira da questão, mas mais até pela necessidade de manterem o ritmo competitivo ao longo dos meses. De resto, estes jogadores são geralmente convidados para integrar equipas de futebol de praia em competições brasileiras, o que de resto terá as suas vantagens económicas, além de representarem clubes italianos durante o Verão, onde acabam por ser relativamente bem pagos.

No entanto, os outros jogadores não têm essa sorte. E, mesmo no caso do Sousa, do Torres e do Zé Maria, que foram contratados por uma equipa italiana (Coil Lignano Sabbiadoro) pela qual jogaram em 2009, os rendimentos provenientes dessa experiência em areias transalpinas não eram suficientes para permitir o sustento monetário dos atletas. Isto significa que os três jogadores foram mesmo constrangidos a procurar outros empregos e fontes financeiras além do desporto da sua alma. Ora acontece que as carreiras profissionais absorviam grande parte do seu tempo, sendo que a conjugação entre a vida pessoal, o emprego, projectos pessoais e a paixão do futebol de praia era muito complicada e exigia grandes sacrifícios por parte dos atletas, que certamente se terão sujeitado a grandes esforços para poderem conciliar as várias vertentes da sua vida, em 2009.

2010: desafios na nova temporada

Em 2010, contemplando a articulação da sua vida profissional muito preenchida com o programa de treinos e outras condições proporcionadas pela selecção nacional, os três jogadores chegaram a uma conclusão triste, admitindo que não lhes seria possível continuar ao serviço da equipa das quinas. Uma decisão difícil de tomar, numa escolha consciente e ponderada que certamente terá sido a mais correcta, dado que só eles são capazes da perceber os seus limites enquanto seres humanos e avaliar as possibilidades existentes. Assim, por mais complicado que seja, eu e todos os adeptos de futebol de praia portugueses e mundiais devemos aceitar e respeitar esta resolução dos nossos grandes atletas, que tanto ajudaram a nossa selecção e que talvez um dia possam regressar à equipa de todos nós.

Vou ter saudades, admito. Mas não esquecerei as prestações tão positivas destes três jogadores na selecção nacional, ao longo destes últimos dois anos, pródigos em grandes conquistas e grandes jogos da equipa portuguesa. Sousa, Torres, Zé Maria, foi tanta a alegria que trouxeram ao futebol de praia português!

Para terminar quero dizer que tenho confiança na selecção nacional de futebol de praia e acho que vai conseguir superar lindamente estas adversidades rumo à conquista de grandes troféus no decurso da presente temporada. Tais glórias serão também os feitos destes três grandes atletas, Sousa, Torres e Zé Maria, que, não estando presentes fisicamente dentro de campo, serão sempre um exemplo de força, garra e determinação para os seus colegas lusitanos, acabando por participar sempre nas vitórias da nossa selecção. Força, Portugal! Vamos ganhar pelo Sousa, o Torres e o Zé Maria!

Sousa,

Torres,

Zé Maria,

Um grande abraço para os três,

Votos de felicidades em tudo na vida,

Obrigado por tudo o que fizeram pelo futebol de praia português!

Spring Cup Viseu 2010: Arbitragem do Portugal vs Suíça e do torneio

Penso que, no último post, deixei bem clara a minha forma positiva de encarar a derrota, valorizando a atitude exemplar da selecção nacional e o mérito da equipa suíça, explicando a derrota portuguesa com base na menor eficácia dos jogadores lusos e no azar que perseguiu sobre os pupilos de José Miguel Mateus. No entanto, a aptidão dos suíços para marcar em momentos cruciais e a infelicidade dos avançados de Portugal não são os únicos factores a ter em conta, considerando alguns acontecimentos estranhos que ocorreram durante o jogo. Como se justifica que, após o golo de Stankovic, quando a selecção nacional procurava corajosamente o empate, o árbitro tenha prejudicado sistematicamente a equipa portuguesa, com várias decisões erradas consecutivas? Passarei a clarificar cada situação.

Portugal 3 – 4 Suíça: Casos do jogo

Praticamente na primeira jogada de perigo para a baliza de Nico depois do quarto golo dos helvéticos, o número 8 suíço, Moritz Jaeggy, cometeu mão no interior da sua área defensiva. A grande penalidade era clara, mas os árbitros nada assinalaram, deixando os jogadores portugueses e o banco de suplentes a protestar, obviamente indignados. Logo a seguir, quando Belchior explorava os raros espaços concedidos pela defensiva suíça, foi indiscutivelmente carregado em falta por Schirinzi, sem que a equipa de arbitragem tivesse tomado qualquer atitude. Da falta evidente resultaria um livre perigosíssimo para a baliza de Nico, ligeiramente descaído para a esquerda, bem ao jeito de Belchior. Numa das jogadas seguintes, o número 10 de Portugal tornou a ser travado em falta, mais ou menos no mesmo local da situação anterior, num lance que não deveria trazer dúvidas ao mais inexperiente dos árbitros, mas que não foi sancionado pelos juízes da partida. Muito curioso…

Estes três episódios foram praticamente seguidos, o que me leva a questionar a isenção dos árbitros daquela partida. Peço desculpa por estas teorias da conspiração, mas penso que os adeptos de futebol de praia mais atentos à modalidade terão consciência da tendência natural dos juízes para prejudicar Portugal nas suas decisões. Basta recordar algumas situações bastante caricatas nos últimos mundiais, sobretudo o de 2008, no qual, utilizando uma expressão popular, “fomos roubados à força toda”.

A arbitragem na competição: uma curiosa sucessão de erros

Neste contexto, julgo que esta questão pode ser pertinente, sobretudo se analisarmos a actuação da arbitragem no resto do torneio. Começando pelo próprio Portugal vs Suíça, gostaria de recordar outra grande penalidade não assinalada, resultante de uma falta sobre Belchior, ainda no 1º período.

Recuando um dia no tempo, somos confrontados com outras duas situações curiosas no jogo entre a selecção nacional e os russos: a primeira foi uma grande penalidade que escapou aos árbitros da partida, por falta sobre Durval, nos 12 minutos iniciais; a segunda consistiu na expulsão do mesmo jogador, já no terceiro período de jogo, quando o jovem número 8 português travou em falta a corrida de Aksenov, ainda fora da área defensiva de Portugal, sem qualquer intenção de agredir o jogador adversário, embora tenha dirigido a entrada às pernas do avançado russo. O cartão vermelho, apesar de aceitável, é muito discutível, obedecendo a um critério muito rígido que, na minha perspectiva, não esteve de acordo com a arbitragem no resto do encontro, nem tão pouco deve ser aplicado em torneios desta natureza.

Por fim, atingimos o primeiro dia da Spring Cup, com o jogo inaugural de Portugal diante da congénere britânica. Nenhuma situação a assinalar, à excepção da grande penalidade da qual a selecção inglesa dispôs, a um minuto do final do jogo, por alegada mão na bola de Torres, quando este tinha o braço junto ao corpo e o esférico simplesmente tocou na sua mão, num remate que até ia para fora. Este episódio, totalmente ridículo, que poderia ter feito Portugal sofrer um golo, não fosse a brilhante intervenção de Paulo Graça, vem criar uma certa dualidade de critérios, sendo que os lances passíveis de grande penalidade, como a mão de Mo, não são assinalados, enquanto que as situações legais do jogo, nomeadamente este contacto inofensivo da bola com a mão de Torres, dão origem a penaltis. Interessante…

Ainda no primeiro dia de jogos, recuando umas horas, somos confrontados com uma situação deveras estranha, relacionada com a forma como foi marcado o terceiro golo russo, ainda no 1º período. Recorde-se que o número 5 Krasheninikov, após uma boa iniciativa individual, simulou a falta na área da Suíça, como se tivesse sido derrubado por Nico Jung, e os árbitros, supostamente enganados pela teatralidade do lance, concederam grande penalidade e o avançado russo, moralizado, não falhou.

Conclusões: meras suspeitas de falta de isenção dos árbitros

Agora digam-me: haverá alguma razão para duvidar da legitimidade da arbitragem neste torneio? Pois claro que sim! Naturalmente que isto são apenas suspeitas, e não tenho provas para acusar os juízes dos jogos de tentativa de manipulação de resultados. No entanto, por detrás da excelente qualidade do futebol de praia apresentado pelas 4 selecções nacionais, que estão de parabéns pelo maravilhoso espectáculo que proporcionaram, esconde-se uma prestação vergonhosa da equipa de arbitragem. Se é verdade que alguns casos se podem explicar pela margem de erro humano, outras foram demasiado próximas e em número demasiado elevado para poderem ser atribuídas ao acaso.

Em termos gerais, podemos inferir uma possível tentativa de estragar os planos da selecção nacional, por quem os árbitros não morrem de amores, ou uma jogada no sentido de beneficiar a equipa russa, quer pelas ajudas concedidas nos jogos da equipa de leste, quer pelas injustiças que afectaram Portugal em outros jogos do torneio, servindo na perfeição as aspirações russas. Note-se, mais uma vez, que estou apenas a tentar perceber o que realmente aconteceu, na tentativa de descobrir a verdade acerca do assunto, sem querer ofender ninguém ou acusar os árbitros, pois não tenho quaisquer provas do que quer que seja. Além disso, as suspeitas referem-se apenas aos árbitros, e não aos responsáveis pela equipa russa, que eu respeito e admiro pela grande qualidade do seu futebol de praia.

Remate final: para que serve este post?

Em suma, este post destina-se apenas ao esclarecimento de todas as questões relacionadas com a arbitragem na Spring Cup Viseu 2010, em busca da verdade desportiva. Visto que não tinha dados suficientes para obter conclusões fiáveis, formulei as hipóteses que me pareciam mais plausíveis, reafirmando a sua natureza falível. Uma vez que as dúvidas persistem e a minha curiosidade é muita, deixo aberta a discussão do assunto com qualquer pessoa que tenha disputado a competição ou assistido ao evento.

De qualquer maneira, como nota final, queria realçar que este post não põe em causa o meu amor ao futebol de praia e o fascínio pela Spring Cup 2010. Antes pelo contrário, pretende demonstrar o quão indignado e triste me sinto por ver que a arbitragem não tem acompanhado o prodigioso crescimento da modalidade, poluindo as arenas de todo o mundo com as suas decisões erróneas, possivelmente facciosas. Apenas redigi este post separadamente dos restantes artigos sobre a Spring Cup porque o texto era demasiado longo e eu não queria estragar os textos anteriores, verdadeiros hinos ao futebol de praia, com estas considerações sobre um fenómeno tão deplorável como este.

Em todo o caso, devemos reter a ideia de que, como o Zé Miguel disse após o jogo com a Suíça, estas situações fazem parte do espectáculo e temos de saber viver com elas (não me lembro das palavras exactas, mas foi esta a mensagem sábia e experiente que o nosso seleccionador transmitiu).

Spring Cup Viseu 2010: detalhada apresentação do evento

Depois de um período de inactividade de 130 dias, a selecção nacional de futebol de praia volta a entrar em campo. A Spring Cup está aí mesmo à porta e, contra todas as expectativas, Viseu é a cidade anfitriã. Com transmissões televisivas diárias, podemos assistir ao melhor futebol de praia europeu outra vez! A festa do futebol de praia está de volta!

Spring Cup Futebol de Praia Viseu 2010: o poder do desporto!

Antes de mais nada, gostaria de fazer uma breve introdução às circunstâncias que antecederam esta competição. Por minha vontade, já o teria feito antes, mas uma ausência de três dias durante os quais não tive acesso à Internet não mo permitiu. A Spring Cup terá lugar entre os dias 9 e 11 de Abril, em Viseu, no nosso querido Portugal.

Spring Cup Viseu 2010: expectativas para um grande evento desportivo

Spring Cup Viseu 2010: expectativas para um grande evento desportivo

Após um Inverno longo e rigoroso, o futebol de praia esteve ausente das vidas dos membros da selecção nacional portuguesa. Excluindo um amistoso disputado em São Paulo entre os campeões do mundo (a saber, o Brasil) e uma equipa All-Stars composta pelos melhores jogadores de todo o mundo, no qual Madjer e Alan participaram com grandes prestações, os nossos jogadores não tiveram qualquer oportunidade de pisar as macias areias da praia e praticar a sua modalidade predilecta, espelhando a sua técnica formidável. Deste modo, com o despontar dos primeiros sinais primaveris, a realização de uma competição internacional de beach soccer vinha mesmo a calhar.

Nesta linha de ideias, a cidade portuguesa de Viseu decidiu tomar a iniciativa e acolher um torneio internacional da modalidade. A Câmara Municipal de Viseu, sempre atenta ao desporto em geral, observando o elevado ritmo de crescimento do futebol de praia em anos recentes, organizou este evento de dimensão europeia, em cooperação com a PA Leading. A Federação Portuguesa de Futebol mostrou sempre uma grande receptividade ao projecto, louvando a promoção da modalidade num local diferente dos habituais e entendendo a importância de uma tal competição como pontapé de saída para o calendário da selecção das quinas.

Mas… Viseu não é uma cidade do interior? Exactamente. O distrito de Viseu, localizado na Beira Interior, não é banhado pela mais ínfima porção de mar, pelo que as praias marítimas não são uma realidade na cidade de Viriato. E qual é o problema? Estamos em pleno século XXI e o Homem já concebeu obras de engenharia bem mais complexas do que a construção de um campo Indoor de Futebol de Praia! Sendo o Pavilhão Multiusos de Viseu um excelente recinto desportivo, a preparação do terreno de jogo incidiu na deposição de 300 a 400 toneladas de uma areia específica sobre o pavimento, obedecendo a um plano rigoroso, tendo em vista a obtenção das condições ideais para a prática da modalidade. Por seu turno, as bancadas foram aproximadas da areia, estrategicamente, a fim de possibilitar um melhor contacto dos adeptos com o jogo em si.

Representando o primeiro Torneio Internacional Indoor de Futebol de Praia em Portugal, a Spring Cup Viseu 2010 foi reconhecida pela Beach Soccer World Wide (o organismo internacional para o futebol de praia) como competição integrante do Pro Beach Soccer Tour, entrando assim nas contas do Ranking Europeu da modalidade (5o pontos para o vencedor, 30 para o 2º lugar, 10 para o 3º lugar e 5 para o 4º lugar).

Conferência de Apresentação da Spring Cup Viseu 2010, dia 30 de Março, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Viseu. À esquerda, o seleccionador nacional, José Miguel Mateus; à direita, o delegado do futebol de praia da federação portuguesa de Futebol, João Morais. No centro, o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas. Entre João Morais e Fernando Ruas, o chefe da PA Leading, Miguel Rocha.

Conferência de Apresentação da Spring Cup Viseu 2010, dia 30 de Março, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Viseu. À esquerda, na extremidade da mesa, o seleccionador nacional, José Miguel Mateus. À direita, na extremidade oposta, o delegado do futebol de praia da federação portuguesa de Futebol, João Morais. No centro, o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas.

Enquanto satisfaz os interesses estratégicos da PA Leading, além de servir os interesses competitivos das principais potências europeias, o torneio teria o poder de unir os viseenses em torno do futebol de praia, lançando as base para a implantação da modalidade no interior do país e dando um passo de gigante rumo à aceitação do futebol de praia como um grande desporto em todo o país. Estamos a fazer História, meus amigos. O futebol de praia, gradualmente, está a tornar-se uma modalidade Universal!

Equipas Participantes: quem são ao certo?

Convidadas as selecções da Rússia, da Suíça e da Inglaterra, que disputariam a conquista do troféu com a selecção lusa, estavam reunidas todas as condições para um grande torneio!

De realçar que a Rússia é campeã europeia em título, tendo vencido a edição de 2009 da Liga Europeia de Futebol de Praia, onde derrotou Portugal na final por 4-3, enquanto a Suíça alcançou o 2º lugar no Campeonato de Mundo de Futebol de Praia do ano passado, no Dubai (EAU). Ambas as equipas, apesar das condições naturais pouco propícias à prática do futebol de praia, protagonizaram uma extraordinária evolução nos últimos anos, alcançando um lugar entre os colossos da modalidade a nível europeu e mundial, contrariamente ao que muitas almas “iluminadas” pensam (e depois vêm poluir os locais de discussão do futebol de praia na Internet com a sua arrogância ignorante).~

Rússia e Suíça, grandes potências do futebol de praia na actualidade, defrontarão-se no Mundial Dubai 2009, na partida dos quartos-de-final. Nesse jogo, a Suíça levou a melhor, batendo os rivais russófonos por 4-2.

Rússia e Suíça, grandes potências do futebol de praia na actualidade, defrontarão-se no Mundial Dubai 2009, na partida dos quartos-de-final. Nesse jogo, a Suíça levou a melhor, batendo os rivais russófonos por 4-2 com 3 golos do número 9 Stankovic.

Em relação à Inglaterra, que constitui uma das mais antigas equipas europeias na História do Futebol de Praia, nunca se afirmou realmente na modalidade, obtendo resultados fracos nos últimos anos, mas sem nunca desanimar e aceitando sempre qualquer convite endereçado pela organização deste tipo de eventos.

Terminando com a selecção portuguesa, posso dizer que somos uma das maiores selecções do mundo, com um palmarés invejável e uma qualidade muito elevada desde os primórdios do futebol de praia. Com vários títulos europeus e mundiais, Portugal é, a par da Espanha, a selecção que detém a hegemonia europeia da modalidade, além de ser a equipa que apresenta maior capacidade para fazer frente ao Brasil, constituindo a grande rival da selecção Canarinha. Em 2009, Portugal classificou-se num honroso 3º lugar no Mundial FIFA (Dubai) e arrecadou o título do Mundialito, com uma grande vitória diante do Brasil. No entanto, em termos europeus, as coisas não correram tão bem, com a Liga Europeia a fugir para a Rússia e a Taça da Europa a ir parar às mãos da Espanha.

No Ranking Europeu de 2009, a selecção das quinas ficou colocada em 3º lugar, abaixo das suas aspirações e em consequência dos resultados menos positivos da temporada (com muito azar, digamos). Em todo o caso, a época de 2010 está aí à porta e não há melhor forma de começar o ano do que uma grande vitória na primeira competição da época! E logo nesta Spring Cup, onde os lusos terão a oportunidade de defrontar os grandes rivais da Rússia e da Suíça?

Convocados: os reis das areias do Multiusos de Viseu

A equipa russa, de Nikolai Pisarev, optou por rodar o plantel e dar tempo de jogo aos jovens da selecção, que foram menos utilizados no decorrer do ano. Deste modo, jogadores mais experientes como Shkarin, Makarov e Shakhmelyan surgem ao lado de rostos recentes como Eremeev, Krasheninikov e Aksenov, colmatando as ausências de Leonov (capitão de equipa), Shaykov, Shishin e Gorchinskiy, com compromissos ao nível do futsal. O guardião russo, muito experiente, que eu considero estar entre os 3 ou 4 melhores do mundo, também está ausente, assim como o guarda-redes suplente, Gorodnov, devendo ser substituídos por dois estreantes na baliza.

Quanto à selecção helvética, já iniciara a época desportiva em Fevereiro, com uma deslocação ao Brasil, para defrontar os campeões mundiais, num grande jogo que terminou com a vitória dos anfitriões por 7-5. Para este torneio, o treinador Angelo Schirinzi decidiu levar o núcleo duro da sua selecção, incluindo jogadores como a super estrela Dejan Stankovic, o capitão Mo, e ainda Leu, Spacca, Meier, Rodrigues e o próprio Schirinzi (ele é jogador-treinador). A baliza, como de costume, é ocupada pelo experiente Nico Jung, com Vale no banco de suplentes.

A Inglaterra, por sua vez, treinada por Terry Bowes, escolheu um leque de jogadores que conjuga energia e maturidade, com velhas caras do futebol de praia britânico, como O’Calaghan, Mitchell e Bowes (também ele jogador-treinador), acompanhadas por outros valores, como Tony Kerr e Richard Young (o mais recente reforço da selecção britânica). Não conheço suficientemente bem o conjunto inglês para avaliar convenientemente esta equipa, mas parece empenhada em fazer esquecer a derrota por 17-4 contra Portugal no Torneio do Futebol Show em Novembro de 2009. Naturalmente considerada a equipa mais fraca em prova, os ingleses parecem determinados em apagar esta ideia.

Belchior, um dos jogadores mais experientes dos convocados para a Spring Cup, será o capitão de equipa na competição em Viseu e será um elemento fundamental na organização do jogo português.

Belchior, um dos jogadores mais experientes dos convocados para a Spring Cup, será o capitão de equipa na competição em Viseu e será um elemento fundamental na organização do jogo português.

Finalmente, a magnífica selecção portuguesa, comandada pelo ilustre José Miguel Mateus, aparece em Viseu com um grupo surpreendente, cheio de jovialidade e impetuosidade, munido de muita coragem e vontade de vencer. Falo desta forma porque Madjer e Alan, os dois líderes espirituais da nossa selecção, não estão presentes em Viseu, dada a sua participação no Campeonato Estadual de Futebol de Praia do Espírito Santo. O guarda-redes geralmente titular Bruno Silva também não figura na lista de convocados, assim como Nuno Tavares, mas a comitiva lusitana inclui nomes sonantes como Belchior (Bola de Bronze e Bota de Bronze do Mundial 2008), Torres, Sousa, Zé Maria e Bilro. Na baliza, Paulo Graça, com dois anos de futebol de praia internacional, defende as redes portuguesas, em parceria com João Carlos Delgado, pronto para intervir.

Os jovens talentos Bruno Novo, Paulo Neves, Durval e Coimbra completam o lote de eleitos para Spring Cup. Muita garra e genica é aquilo que se espera desta equipa rejuvenescida, visando uma rodagem do plantel e a revisão dos processos implementados na época transacta.

Horários dos jogos e transmissões em directo

6ª feira (9 de Abril)

17: 30  – Rússia vs Suíça (SPORT TV 2)

19:00 – Portugal vs Inglaterra (SPORT TV 2)

Sábado (10 de Abril)

13:30 – Suíça vs Inglaterra

15:00 – Portugal vs Rússia (SPORT TV 2)

Domingo (11 de Abril)

14:30 – Rússia vs Inglaterra

16:00 – Portugal vs Suíça (SPORT TV 2)

Gostaria de alertar os eventuais interessados para o seguinte: apesar do conhecido capitalismo dos canais SPORT TV, estes podem ser facilmente captados via online em sites como este. Por vezes, os canais de transmissão podem não estar operacionais, mas, geralmente, corre tudo bem e temos a possibilidade de assistir aos interessantes, mas dispendiosos programas da SPORT TV, sem pagar absolutamente nada. Se não funcionar, podem sempre recorrer a outros sites, pesquisando na Internet.

De resto, para quem não tem computador com Internet, podem sempre recorrer a outra alternativa: os estabelecimentos de restauração. Por diversas vezes frequentei cafés com os canais desportivos que transmitiam os jogos de futebol de praia, lanchando enquanto me deliciava com sublimes jogadas da minha modalidade favorita. Porque não?

Spring Cup Futebol de Praia Viseu 2010: grande torneio em perspectiva

Spring Cup Futebol de Praia Viseu 2010: grande torneio em perspectiva

Para quem tem SPORT TV 2, não precisam de sair de casa, podendo acompanhar o evento directamente do conforto do vosso sofá. Se residirem nas proximidades de Viseu, então já sabem, dêem um saltinho ao Pavilhão Multiusos e apreciem a beleza desta modalidade divinal. Olhem que é uma oportunidade única…

Força Portugal!

Futebol de Praia: 2009 Top 10 Goals

No passado dia 10 de Fevereiro, a Beach Soccer World Wide publicou no youtube uma compilação com os 10 melhores golos de futebol de praia em 2009.

Nesta sublime produção audiovisual, o espectador pode assistir a um esplêndido desfile de grandes imagens desportivas, que marcaram a modalidade no ano passado. Todo o vídeo é complementado pelo som do momento, I Gotta Feeling, dos Black Eyed Peas.

A selecção dos golos foi muito bem conseguida e possibilitou uma grande variedade de momentos espectaculares. Este pequeno filme inclui instantes de magia proporcionados por alguns dos melhores atletas da actualidade, como o brasileiro Bruno, o italiano Carotenuto, o espanhol Amarelle e os portugueses Alan e Madjer.

Pontapés de bicicleta, remates de longa distância, soberbas jogadas de equipa, tudo isto reunido num dos melhores vídeos de promoção da modalidade que já vi até hoje. Desde os tiros certeiros de Alan e Amarelle às acrobacias de Bruno, Carotenuto, Javi Torres e Madjer, passando pelas excelentes combinações de Meier e Stankovic ou Benjamim e Souza, a riqueza deste vídeo é singularmente espectacular!

Por isso, relaxem, observem e deixem que a magia do futebol de praia vos transporte para uma nova dimensão, a maravilhosa epopeia desportiva e emocional a que esta filosofia de vida conduz a alma humana.

Muitos parabéns a todos os intervenientes deste espectáculo magnífico! Continuação de grandes momentos!