Mundial de Futebol de Praia 2011: Qualificação Europeia em Bibione (ITA)

Saudações a todos os adeptos de futebol de praia. Tenho o maior prazer em anunciar que amanhã, Domingo, 11 de Julho de 2010, tem início o torneio de qualificação do continente europeu para o Campeonato do Mundo de Futebol de Praia FIFA 2011. O evento decorre durante o Verão de 2010, com mais de 50 jogos disputados entre os dias 11 e 18 de Julho, a ter lugar na cidade italiana de Bibione, situada na comuna de Veneza.

Selecção Italiana: anfitriões do Mundial participam no torneio de qualificação

O Campeonato do Mundo de Futebol de Praia FIFA 2011 será disputado em Roma, capital italiana, pelo que a Squadra Azurra já tem lugar assegurado na competição, como país organizador. No entanto, a Itália foi também escolhida para receber o torneio de apuramento, razão pela qual vai participar na competição, tendo a presença no Mundial 2011 previamente garantida. Esta situação, apesar de caricata, acaba por fazer sentido se pensarmos que o torneio de qualificação conta para o ranking europeu, sendo por isso necessária a participação da selecção italiana no evento.

Pontapé de bicicleta de Palmacci na final do Mundial 2008 em Marselha frente ao Brasil.

Jogando em casa, os italianos vão querer vencer o Mundial Roma 2011. O melhor resultado da selecção italiana em Mundiais foi obtido em 2008 em Marselha: um excelente 2º lugar, perdendo na final frente ao Brasil. Na imagem, Palmacci executa um pontapé de bicicleta perante a oposição do brasileiro Buru nessa grande final.

5 Vagas Europeias para o Mundial 2011: Itália apurada, 4 lugares em jogo

Em cada Mundial de Futebol de Praia são atribuídas 5 vagas às selecções europeias, como reconhecimento pela grande qualidade do futebol de praia praticado no velho continente, onde o futebol de praia tem conhecido um desenvolvimento prodigioso. A competição de 2011 não será excepção, estando uma das vagas preenchida pela selecção italiana, pelos motivos acima mencionados. Assim, restam apenas 4 lugares europeus no Campeonato do Mundo 2011, para serem definidos neste torneio de apuramento.

Formato da Competição: 27 Equipas, 7 grupos, 2 estádios

O torneio de qualificação para o Mundial 2011 é uma competição aberta a todos os países europeus interessados em participar, desde que se inscrevam dentro do prazo estabelecido. Para a edição deste ano, 27 federações manifestaram o seu interesse em disputar o apuramento, batendo assim o número de equipas de 2009 (26 selecções) e o de 2008 (24 participantes). O torneio, realizado pela primeira vez em areias italianas, será portanto o maior evento da História do futebol de praia até à actualidade!

A competição segue a estrutura normal de um grande campeonato, encontrando-se dividida em duas partes: uma fase de grupos, na qual são seleccionadas as equipas mais aptas do continente, e uma segunda parte, disputada em eliminatórias até ao jogo da final.

As 27 equipas foram divididas em 7 grupos, 6 dos quais têm 4 selecções, sendo o grupo restante integrado por 3 participantes. Dentro de cada grupo, as equipas jogam todas umas contra as outras, nos dias 11 (Domingo), 12 (2ª feira) e 13 (3ª feira), conquistando pontos de acordo com os critérios habituais do futebol de praia (3 pontos em caso de vitória, 2 pontos para vitória no prolongamento ou em grandes penalidades, 0 pontos para as derrotas).

Grupos do Torneio de Qualificação da Europa para o Mundial 2011. Sorteio coordenado por Josep Ponset, realizado em Barcelona, na sede da Beach Soccer World Wide.

Grupos do Torneio de Qualificação da Europa para o Mundial 2011. Sorteio coordenado por Josep Ponset, realizado em Barcelona, na sede da Beach Soccer World Wide.

Cada dia da fase de grupos vê 26 equipas em acção (todas excepto a equipa do grupo A que fica de folga), com um total de 13 jogos disputados ao longo de 11 horas, da manhã ao final da tarde. Por esta razão, alguns jogos vão ter de ocorrer em simultâneo, em dois estádios diferentes, montados na Praia de Bibione. As duas melhores equipas de cada grupo têm lugar assegurado na fase seguinte, bem como os dois melhores terceiros classificados dos 6 grupos constituídos por 4 selecções.

No dia 14 de Julho, 4ª feira, as equipas gozam de uma preciosa e merecida folga, enquanto se realiza o sorteio para a segunda fase do torneio. São então definidos os jogos dos oitavos de final, bem como os cruzamentos nos quartos de final e depois nas meias finais. Para determinar os confrontos dos oitavos de final, os vencedores dos 7 grupos e o melhor segundo classificado de todos estes grupos são colocados no pote 1, enquanto as restantes equipas apuradas para a segunda fase integram o pote 2, havendo um encontro das equipas de potes diferentes nos jogos dos oitavos de final.

Visto que neste torneio se qualificam 4 selecções, as equipas que alcançarem as meias finais terão o apuramento garantido, juntando-se aos italianos no lote de representantes europeus no Mundial 2011. Caso a Itália chegue às meias finais, o que é bastante provável, torna-se necessário recorrer a play-offs de apuramento, disputados pelas equipas derrotadas nos quartos de final, para definir a 5ª equipa europeia a estar presente no Campeonato do Mundo.

Paisagem paradisíaca para milhares de turistas oferece agora grandes espectáculos de futebol de praia aos seus visitantes.

As magníficas praias de Bibione são o local escolhido para acolher a maior competição europeia de futebol de praia de sempre. Uma paisagem paradisíaca que promete um grande espectáculo de futebol de praia em areias italianas! E tantos turistas!

11 de Julho: Primeiro dia de jogos

A grande competição em Bibione começa com um dia repleto de acção e certamente grandes momentos de futebol de praia, com 13 jogos fabulosos a fazerem as delícias dos adeptos locais, além de todos os que acompanham o evento através da televisão ou da Internet. Apresento, em seguida, o calendário de jogos para este primeiro dia, indicando as horas das partidas de acordo com o fuso horário de Portugal Continental, o estádio em que vão ter lugar, o grupo ao qual pertencem as equipas e possíveis formas de assistir ao jogo em tempo real:

08:00 – Estádio 1 – Grupo B – Grécia vs. Holanda (live broadcast no site da BSWW)

08:00 – Estádio 2 – Grupo C – Roménia vs. Andorra

09:15 – Estádio 1 – Grupo F – República Checa vs. Azerbeijão (live broadcast no site da BSWW)

09:15 – Estádio 2 – Grupo G – Polónia vs. Moldávia

10:30 – Estádio 1 – Grupo E – Hungria vs. Ucrânia (live broadcast no site da BSWW)

10:30 – Estádio 2 – Grupo G – Noruega vs. Áustria

11:45 – Estádio 1 – Grupo C – Rússia vs. Eslováquia (live broadcast no site da BSWW)

13:00 – Estádio 2 – Grupo F – Cazaquistão vs. França

13:00 – Estádio 1 – Grupo D – Inglaterra vs. Estónia (live broadcast no site da BSWW)

14:15 – Estádio 1 – Grupo E – Suíça vs. Bielo-rússia (live broadcast no site da BSWW)

15:30 – Estádio 1 – Grupo D – Portugal vs. Israel (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV 2 e SPORT TV HD

16:45 – Estádio 1 – Grupo A – Itália vs. Turquia (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV HD

18:00 – Estádio 1 – Grupo B – Espanha vs. Bulgária (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV HD

Um grande evento: não percam

E assim vai começar um grande evento de futebol de praia, seguramente para mais tarde recordar, com muita emoção e magia, num ambiente fantástico para a prática da modalidade. Como se sabe, o futebol de praia apresenta um crescimento explosivo na Europa, tendo surgido cada vez mais selecções nos últimos anos, procurando uma maior projecção no plano internacional. Apesar de algumas equipas serem favoritas, surgem outras numa segunda linha com sérias aspirações para este torneio, ambicionando o apuramento para o Mundial 2011. Teremos indubitavelmente um grande torneio, com muita luta, paixão e uma semana recheada dos melhores momentos do futebol de praia europeu!

Deixo aqui um vídeo relativo ao torneio de qualificação para o Mundial 2009, competição essa que se disputou entre os dias 7 e 14 de Junho do ano passado, em Castellon, na Espanha. O filme contém aqueles que foram considerados os 5 melhores golos do evento, embora eu ache que os membros da BSWW beneficiaram os jogadores espanhóis nesta selecção, ao terem incluído 3 golos da equipa da casa, quando houve inúmeros golos fantásticos durante a semana. Em todo o caso, são 5 grandes momentos que tenho para vos mostrar.

Esperamos que em 2010 em Bibione seja ainda melhor!

Selecção Nacional Portuguesa

Deixo também a lista dos convocados da selecção portuguesa para a competição. O treinador José Miguel Mateus, que tem feito um excelente trabalho no cargo, levou para Itália uma equipa que combina experiência e jovialidade, disciplina e criatividade, concentração e muita garra, composta pelos 12 animosos jogadores:

Guarda-redes

Paulo Graça (12)

João Carlos (22)

Defesas

Coimbra (2)

Marinho (8)

Bilro (11)

Avançados

Jordan (4)

Marco (5)

Alan (6)

Madjer (7)

Belchior (10)

Paulo Neves (13)

Bruno Novo (18)

Possivelmente, um leitor menos bem informado questionará a tão grande disparidade entre o número de avançados e o número de defesas que figuram nos convocados. Por essa razão, estou no dever de vos explicar que as designações defesa e avançado são muito relativas no futebol de praia, pois todos os jogadores desempenham um papel muito importante quer nas acções defensivas quer no processo ofensivo. São apenas classificados como defesas ou avançados de acordo com a posição que ocupam no esquema táctico da equipa (que pode mudar facilmente ao longo da partida e mesmo dentro da mesma jogada, o que confere ao jogo de futebol de praia uma dinâmica extraordinária).

Muitas vezes, considera-se defesa apenas o jogador cuja posição de base se localiza mais perto do guarda-redes, sendo os restantes jogadores classificados como avançados. Assim, as escolhas do nosso seleccionador nacional em nada comprometem o equilíbrio entre os diferente sectores da equipa portuguesa.

Grupo D: Cuidado com Israel. Estónia e Inglaterra são incógnitas.

Em relação aos adversários de Portugal na fase de grupos, devo realçar a qualidade da selecção israelita, que os heróis lusitanos enfrentam logo no jogo de abertura. São uma equipa que apresenta um bom crescimento nos últimos anos, baseando o seu jogo na superioridade física e na singular vontade de vencer dos seus jogadores. Atletas possantes e determinados são, de facto, a imagem de marca desta selecção, cujo maior destaque é o capitão Ilos, número 9, que actua como pivô (jogador mais avançado) e joga tudo o que tem em cada lance, detendo um remate poderoso.

A Estónia, segundo adversário de Portugal no torneio, é já uma velha conhecida da selecção nacional, tendo sido derrotada pelos pupilos de Zé Miguel nas edições de 2008 e 2009 do torneio de qualificação. São provavelmente a equipa mais fraca do grupo, mas são também um pouco imprevisíveis: se por um lado são capazes de golear as equipas mais fracas da competição, mostrando ter alguma técnica e conhecimento do jogo, por outro, parecem bloquear completamente quando jogam contra equipas mais fortes, ficando completamente inibidos e sofrendo derrotas pesadas.

Nakash passa pelo guarda-redes grego e marca um golo, num jogo em que Israel venceu a Grécia por 9-5 (com 5 golos de Ilos).

Israel constitui o adversário mais difícil de Portugal nesta fase de grupos da qualificação para o Mundial. Na imagem, Nakash passa pelo guarda-redes grego e marca um golo, num jogo que Israel venceu por 9-5, com 5 golos de Ilos. Partida da divisão B da Liga Europeia.

Os ingleses, uma presença assídua em eventos europeus de futebol de praia, com um longo historial na modalidade, mas sem nunca se terem imposto verdadeiramente na esfera do beach soccer internacional, são uma equipa que Portugal conhece muito bem, pois quase todos os anos têm lugar confrontos entre estas duas selecções. E se em Novembro de 2009 os bretões foram goleados por 17-4, num torneio amigável no Porto, no passado mês de Março fizeram uma grande exibição contra os ilustres portugueses, embora sem Madjer e Alan, perdendo apenas por 3-0.

São uma equipa com algumas potencialidades, mas muito irregular: umas vezes, produzem jogadas espectaculares no ataque e defendem com muita concentração, conseguindo rivalizar com as grandes potências europeia; outras vezes, desconcentram-se totalmente e concedem facilidades tremendas aos seus adversários, saindo derrotados por qualquer equipa.

Mensagem de Força e Confiança

Assim, o grau de dificuldade dos jogos não pode estar muito bem definido e tenho as minhas dúvidas em relação à classificação final do grupo. Em todo o caso, não se põe em causa a vitória de Portugal nos três jogos, que a selecção nacional certamente conseguirá tornar mais fáceis com o decorrer do tempo, construindo vantagens sólidas que lhe permitam controlar os jogos. Depois, resta esperar pelo sorteio e manter a concentração em níveis bem elevados para vencer com segurança o jogo dos oitavos de final, antes dessa partida decisiva dos quartos de final, onde Portugal encontrará um adversário de qualidade, sendo necessário jogar com tudo o que tem para chegar às meias finais, independentemente da equipa que surgir no caminho.

No ano passado, Portugal venceu a Roménia por 5-2 no jogo decisivo dos 1/4 final e ficou qualificado para o Campeonato do Mundo 2009.

No ano passado, Portugal venceu a Roménia por 5-2 no jogo decisivo dos 1/4 final e qualificou-se para o Mundial Dubai 2009, onde viria a conquistar o 3º lugar. Na imagem, os jogadores portugueses festejam esse apuramento, nas areias de Castellon, em Espanha. Este ano, também vamos conseguir!

Estou confiante. É só isto que posso dizer. O pessoal da nossa selecção está confiante e perfeitamente consciente daquilo que está a fazer. São jogadores fantásticos, apoiados por uma equipa técnica não menos valorosa, que os orientará da melhor maneira rumo ao Mundial 2011!

FORÇA PORTUGAL!

Liga Europeia de Futebol de Praia 2010: Segunda etapa da Fase Regular – Marselha

Nota: Se procuram informações sobre a Superfinal da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, realizada em Lisboa, em Belém, visitem este post, onde poderão encontrar tudo o que pretendem.

Saudações aos leitores deste blogue. Este post será invulgarmente curto e pouco informativo, mas talvez venha a ser melhorado no futuro. As razões são a necessidade de escrever sobre este assunto imediatamente, dado que ficarei sem Internet durante algum tempo, e o facto de não dispor de muito tempo para desenvolver o tema como eu gostaria.

De qualquer forma, fica aqui a nota do seguinte:

Entre os dias 25 e 27 de Junho (6ª feira a Domingo) será disputada em Marselha, na França, a segunda etapa da fase regular da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010. Os jogos têm lugar na Praia do Prado, durante a tarde, e têm transmissão directa na Eurosport e Eurosport 2, cuja programação pode ser verificada aqui. Penso que a Beach Soccer World Wide também vai transmitir os jogos, via online, aqui.

O evento compreende dois torneios: uma competição da divisão A, com 4 equipas que jogam em formato de liga, procurando amealhar pontos para o Ranking da fase regular, e um torneio da divisão B, com 3 equipas a jogarem entre si na luta por um lugar na Promotion Final a disputar em Portugal no fim do mês de Agosto.

Da divisão A estarão presentes as selecções de Portugal, Espanha, Polónia e França (os anfitriões), enquanto a divisão B contará com a presença da Bielo-Rússia, da Hungria e da Inglaterra. O espectáculo está garantido e serão certamente três dias fascinantes nas areias marselhesas. Portugal e Espanha são as equipas mais fortes da divisão A e espera-se que uma destas duas selecções vença o torneio.

Os lusos viajam para solo gaulês com uma equipa diferente da habitual, dadas as ausências de Madjer, Alan e Belchior, mas a equipa tem muitos outros jogadores com vontade de ganhar e ajudar o seu país, que farão certamente um bom trabalho. Eu acredito plenamente na vitória portuguesa, embora a selecção espanhola seja uma das equipas mais experientes da Europa e o jogo seja de dificuldade máxima. Mas Portugal tem todas as condições para ganhar! Além disso, o principal objectivo é rodar a equipa, dar minutos a jogadores menos utilizados, na sequência do processo de renovação que tem vindo a ser efectuado ao longo do tempo. Por isso, vai ser um grande torneio para Portugal, não tenho dúvidas!

Boa sorte ao pessoal da selecção nacional! Portugal está convosco!

Vamos ver o que esta competição nos reserva, em termos de equipa portuguesa e de futebol de praia em si! Tenho grandes esperanças…

Taça da Europa de Futebol de Praia 2010: Portugal e Rússia na grande final rumo ao título continental

Nota: Se procuram informações sobre a Superfinal da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, realizada em Lisboa, em Belém, visitem este post, onde poderão encontrar tudo o que pretendem.

Queria começar este post com um sincero pedido de desculpas a todos os protagonistas e amantes da modalidade, nos quais me incluo, por não ter actualizado o meu blogue mais cedo, sendo  agora obrigado a falar das duas primeiras jornadas da Taça da Europa em simultâneo.

Passando ao assunto que verdadeiramente interessa, penso que devo começar por dizer que a Taça da Europa de Futebol de Praia Roma 2010 está a ser um sucesso, com muita animação e grandes momentos desportivos. A escolha de Roma para palco da grande competição não podia ser mais acertada, proporcionando um palco fantástico para os combates dos modernos gladiadores, os heróis das praias europeias. Como dizia alguém aqui há uns dias: Uma cidade antiga para uma modalidade recente.

Mas o que tem acontecido ao certo nesta 12ª edição do evento? Quem tem sido o grande destaque deste torneio espectacular? Por onde anda a nossa selecção, a flor das areias lusitanas?

Digamos que as duas equipas apuradas para a final da competição são justamente Portugal e Rússia, o que vem confirmar as minhas expectativas antes da competição, sendo estas as duas selecções que venceram os seus dois jogos até ao momento.

O caso português: Dedicação e entrega sem precedentes

A equipa portuguesa iniciou a competição frente aos rivais helvéticos, liderados pela estrela Dejan Stankovic, que impuseram inúmeras dificuldades a Portugal, parecendo determinados a impedir o sucesso das cores lusas. No entanto, a união e preserverança dos jogadores nacionais acabou por prevalecer, numa partida que se revelou um autêntico duelo de campeões, com luta até ao fim, altura em que um pavoroso pontapé de bicicleta de Madjer deu a vitória ao conjunto português. Faltavam 8 segundos para terminar o jogo e Portugal emergia vitorioso, com 2-1 no marcador!

O segundo jogo dos pupilos de José Miguel Mateus foi outra terrível prova de fogo, num combate por um lugar na final frente aos italianos, anfitriões do torneio. Que grande jogo de futebol de praia! Se a partida anterior de Portugal não fora particularmente pródiga em golos, o mesmo não sucedeu diante dos transalpinos, naquele que será provavelmente o jogo com maior número de golos da competição,com um total de 17 tentos. E, apesar de um começo de jogo complicado, em que a turma portuguesa esteve duas vezes em desvantagem, Portugal conseguiu passar para a frente do marcador e nunca viria a permitir o empate, procedendo a uma boa gestão da vantagem, apesar da excelente reacção italiana.

Madjer, mais uma vez, foi o herói do jogo, ao apontar 4 golos, mas o destaque tem de ir necessariamente para Marco e Jordan, que se estrearam a marcar com a camisola nacional no seu segundo jogo internacional. Do lado adversário, Carotenuto foi o principal destaque do encontro, tanto pela positiva como pela negativa: marcou um hat-trick, deixando os adeptos locais em delírio e incitando os colegas de equipa à reviravolta no marcador, mas também se descontrolou na parte final do jogo, quando os números da vitória portuguesa despertaram o lado conflituoso e violento do seu carácter, originando uma situação desagradável com Paulo Graça, que culminou na expulsão do jogador italiano.

A situação russa: Frieza e profunda determinação

Por seu turno, os russos tiveram de ultrapassar a França, de Eric Cantona, e a Espanha, de Joaquín Alonso, para alcançar a final de Domingo.

O primeiro jogo, apesar do resultado dilatado verificado no fim dos 36 minutos, não foi tão simples como poderia eventualmente parecer, dado que os gauleses deram uma excelente resposta sensivelmente até ao meio do jogo (meio do 2º período). No entanto, a maior qualidade russa acabou por fazer a diferença no decorrer do 2º período, com o 3º segmento de jogo a surgir como uma sucessão de golos da equipa de leste, até atingir o resultado final de 8-2. Destaques russos para Shishin (um dos  meus jogadores favoritos na equipa) e Krasheninikov, ambos com 2 golos.

O segundo jogo dos actuais campeões europeus (a Rússia venceu a Liga Europeia de Futebol de Praia 2009) foi uma meia-final muito disputada entre russos e espanhóis, com o triunfo a acabar por sorrir ao conjunto oriental, que soube recuperar de uma vantagem de dois golos no 2º período para depois dar a volta ao resultado em grande estilo. Mais uma vez, os russos foram extremamente eficazes quando assim foi preciso. Makarov foi um dos principais destaques na equipa russa, ao apontar 2 golos, sendo que Leonov, Gorchinskiy, Shakhmelyan, Eremeev e Krasheninikov também marcaram, contribuindo assim para o 7-5 final (não assisti ao jogo, pois estive fora de casa, mas fiz a gravação para o poder ver depois).

Grande final em perspectiva

É verdade. Portugal e Rússia. Mais uma vez, os dois colossos do futebol de praia europeu voltam a encontrar-se, desta vez em Roma, a capital italiana. O que acontecerá desta vez?

Podemos analisar a questão de muitos pontos de vista diferentes. Historicamente, a Taça da Europa é uma competição favorável a Portugal, sendo que a equipa portuguesa conquistou 6 troféus na competição até ao momento (mais de metade das 11 edições disputadas). Por outro lado, no ano passado, os registos de confrontos entre russos e portugueses são claramente favoráveis aos nossos rivais, que apresentam 3 vitórias em 3 jogos, a última das quais ocorreu na final da Liga Europeia de Futebol de Praia 2009, em Vila Real de Santo António, quando Portugal foi derrotado por 4-3 e cedeu o título de campeão europeu à selecção russa. No entanto, nesta época, que já vai longa para a equipa de leste, os lusitanos já venceram a Rússia por uma vez, na Spring Cup Viseu 2010, que foi precisamente a única derrota dos russos neste ano. Estatisticamente, temos muito equilíbrio, portanto, entre as duas selecções.

Mas o que dizer em relação ás equipas em si? Bem, podemos começar por ter bem assente que se tratam de duas grandes equipas, as melhores do futebol de praia europeu na actualidade, apesar da concorrência da Suíça, da Itália e da Espanha. Selecções muito diferentes, é certo, mas com níveis exibicionais muito semelhantes, sendo provavelmente as únicas que conseguem rivalizar com o Brasil.

Portugal com um estilo mais fluido, mas alegre, com a bola (quase) sempre pelo ar e um estilo espectacular, capaz de fazer as delícias do público mais exigente. A Rússia com um poder físico assinalável, dada a prodigiosa preparação física dos seus atletas, e uma filosofia de jogo marcada pela disciplina táctica e pela frieza de leste, que se reflecte numa grande determinação por parte dos jogadores russos. As duas equipas são verdadeiras potência tanto no ataque como na defesa, embora o rigor defensivo dos russos seja a sua imagem de marca, enquanto Portugal é caracterizado sobretudo pelo seu jogo ofensivo de belo efeito.

Estado Físico e Psicológico

A selecção nacional portuguesa ainda não está na sua máxima força, dado que a época ainda se encontra numa fase inicial e alguns processos ainda têm de ser aperfeiçoados. No entanto, o grande problema reside na saída de três peças fundamentais do jogo da equipa lusitana (Sousa, Torres, Zé Maria), pelo que se tornou necessário chamar novos jogadores, cuja integração na selecção nacional ainda está a decorrer, com sucesso, é certo, mas gradualmente, no tempo que uma renovação da equipa precisa para se verificar. Assim, a qualidade da equipa portuguesa será certamente superior daqui a alguns meses. Mas isso não quer dizer que Portugal não esteja a jogar bem agora, tal como não quer dizer que não vença a Taça da Europa!

Os russos já tinham começado a sua preparação antes do início dos trabalhos da selecção portuguesa, motivo pelo qual levam um avanço natural. Contudo, essa vantagem pode perfeitamente não se materializar, no caso de os jogadores lusos estarem suficientemente concentrados. Além de tudo o mais, a Rússia tem as suas próprias cisões: Egor Shaykov, uma das referências do ataque, abandonou a selecção, devido aos compromissos futebolísticos. No entanto, trata-se de uma única ausência, facilmente colmatada por Eremeev, que se está a destacar no seio da equipa russa. De resto, o treinador anterior, Nikolai Pisarev, demitiu-se do cargo, dado que ia desempenhar uma função na estrutura organizativa do futebol do seu país. Os atletas não ficaram contentes com a decisão, mas tal não se reflectiu no jogo da equipa, até porque o adjunto de Nikolai Pisarev está a fazer um bom trabalho.

Conclusão: não podemos prever o resultado do Portugal vs Rússia da final. Um jogo equilibrado, com muita luta, as equipas com grandes preocupações defensivas e muita insistência no ataque para encontrar espaços que possam conduzir ao golo. Eventualmente, o jogo poderá abrir, mas isso não é muito comum num jogo frente aos russos, a não ser que sejam eles os beneficiados. Acredito na vitória de Portugal e, tendo em conta a forma como os bravos atletas portugueses se bateram perante os seus anteriores adversários, penso que não há razão para não serem capazes de derrotar a Rússia e conquistar o troféu.

FORÇA PORTUGAL!

Portugal – Jules – Beach – Verne – Soccer – Books

Saudações a todos os leitores (frequentes ou fortuitos) deste blogue. Na linha daquilo que tem vindo a acontecer ultimamente, este post surge depois de uma longa ausência da blogosfera, justificada pelos meus afazeres escolares e falta de vontade para escrever aqui no meu espaço. Assuntos, esses, não faltam, pelo que talvez se esperasse que o meu regresso ao mundo internáutico ficasse marcado por um artigo profundo, rico em conteúdo, pleno de significado, com uma mensagem a transmitir. No entanto, este post acaba por ser mais um dos Extras que começam a saturar o meu blogue.

Em todo o caso, acho que foi uma boa ideia reiniciar a minha actividade desta forma diferente, pois além de constituir uma maneira original de reabrir o blogue, tem também uma componente pessoal muito acentuada, dado que representa um somatório das minhas grandes paixões e interesses, entrelaçadas num complexo e intrincado sistema alfanumérico. Naturalmente, passo a explicar.

Como o leitor provavelmente saberá, sou um profundo admirador do futebol de praia em geral e da selecção nacional portuguesa da modalidade em particular, bem como um amante do vasto legado literário deixado pelo grande Júlio Verne.

Perante as tentativas de conjugar graficamente os nomes de jogadores da selecção nacional de futebol de praia com o nome do autor francês, levadas a cabo pelo meu colega Marco, decidi eu próprio aceitar esse desafio, concentrando esforços num projecto mais completo e abrangente. O objectivo seria incorporar as letras dos nomes Jules, Gabriel e Verne (os nomes do escritor na sua língua materna) nos nomes de atletas da equipa lusitana, procurando focar o maior número de jogadores possíveis, além de também serem referidos os números desses jogadores.

O resultado? Pode ser contemplado aqui em baixo, pois com certeza!

Durante a elaboração desse projecto, tive em conta várias regras, que foram sendo criadas por mim para fazer face aos problemas e necessidades do mesmo, além de lhe conferirem um carácter mais uniformizado:

1. São referidos no jogo (chamemos-lhe assim) todos os jogadores da selecção nacional de futebol de praia que têm constituído o corpo da equipa em 2009 e 2010. São também referidos o seleccionador nacional, José Miguel Mateus, o treinador-adjunto, Jhony Conceição, e o responsável pela equipa, João Morais.

2. A fim de possibilitar a integração de todos os membros da selecção nacional referidos anteriormente, foi acrescentado o adjectivo “ENORME” antes de “JULES GABRIEL VERNE”, enaltecendo a preponderância da obra do escritor. Cada nome tem de usar uma letra de “ENORME JULES GABRIEL VERNE”.

3.  Os nomes dos atletas têm de ser escritos na horizontal, da esquerda para a direita, a não ser na penúltima letra de cada palavra (“E” em “JULES”, por exemplo) ou na quarta letra a contar do fim de palavras com 6 ou mais letras (“O” em “ENORME”, por exemplo).

4. Se existirem iniciais, devem ser colocadas duas casas antes da primeira letra do nome do jogador, sendo o espaço em branco entre as duas casas ocupado por um ponto. No caso de o nome do membro da selecção nacional se tratar da conjugação de “Zé” com outro nome próprio, então deve ser escrito o segundo nome precedido por “ZE”, com um espaço negro entre eles.

5. Os números dos jogadores da selecção nacional devem ser referidos no final de cada nome, imediatamente a seguir à última letra, sem qualquer espaço entre o número e a letra. No caso dos membros da equipa técnica, esta indicação deve ser simplesmente ignorada. O facto de surgirem pares de jogadores com o mesmo número (2, 4, 5 e 9) é justificado tendo em conta que alguns destes jogadores representaram a selecção nacional em momentos diferentes, acabando os mais recentes por envergar as camisolas que outrora eram defendidas por outros atletas.

6. Os espaços entre duas palavras verticais (“ENORME JULES GABRIEL VERNE”) devem ser preenchidos de forma a obter afirmações rápidas e simples que incentivem o leitor a ler obras vernianas e a viver o futebol de praia, quer jogando quer assistindo.

Deste modo, consegui demonstrar que é perfeitamente possível fazer combinações interessantes e esteticamente aceitáveis tendo por base assuntos tão diversificados como Júlio Verne e a selecção portuguesa de futebol de praia. Acho que a nossa imaginação não tem limites, sendo que esta capacidade humana de criar coisas novas devia ser mais valorizada. As ideias, como disse hoje o professor António Câmara (numa conferência muito interessante que decorreu na minha escola e à qual tive o prazer de assistir), são a base de tudo, o que faz da aptidão para encontrar uma ideia original e revolucionária uma grande virtude, necessária ao progresso.

E assim se justifica um post diferente, escrito a horas avançadas da madrugada, onde consegui conjugar verdadeiramente as minhas 3 paixões… quero dizer, 2 paixões! Júlio Verne e o futebol de praia.

Onde que raio fui eu buscar a ideia da 3ª paixão? Talvez ao simbolismo da praia em si. Ou talvez ao meu sono incipiente, que me vai lentamente arrastando para uma calma noite de descanso, no meu leito tranquilo e confortável, palco de tantos delírios oníricos!

EUSO 2009: um ano depois (as provas)

Foi precisamente no dia 5 de Abril de 2009 que a comitiva portuguesa das EUSO Murcia 2009 regressou a casa, trazendo moralizadoras e merecidas medalhas de bronze, mas, acima de tudo, memórias fantásticas de uma semana inesquecível.

Deste modo, assinalando o primeiro aniversário da chegada dos jovens cientistas à pátria,  pretendo recordar aqui os melhores momentos das Olimpíadas de Ciência da União Europeia do ano passado, evidenciando os motivos que tornaram esta aventura uma experiência tão enriquecedora e memorável.

As provas: grandes testes ao nosso potencial e lições para o futuro.

Seguindo as normas da organização, os testes das EUSO 2009 envolviam sempre uma componente experimental e uma vertente teórica. Genericamente, podemos dizer que o trabalho laboratorial era a base de tudo, uma vez que a avaliação dos grupos residia nos registos de medições e resultados, bem como nas respostas a questões relacionadas com as actividades a realizar.

Foram realizadas duas provas: uma no dia 31 de Março (3ª feira) e outra no dia 2 de Abril (5ª feira). Ambas as provas estavam divididas em 3 partes, referentes aos três domínios da ciência abordados, passo a citar, a Biologia, a Química e a Física. No entanto, não deixou de ser curioso que, no teste do dia 31 de Março, o segmento de Biologia se tratasse, na verdade, de uma actividade de Química, com um pequeno exercício no final sobre o ciclo de vida do bicho-da-seda.

De um modo geral, para quem não estiver interessado em ler  informação específica sobre cada uma das provas, posso dizer que foram muito interessantes, estimulando o nosso espírito científico e desenvolvendo a nossa capacidade de resposta a problemas inéditos. Fomos a Espanha com o intuito de honrar o nosso país, procurando ultrapassar as dificuldades que certamente iríamos encontrar, na tentativa de superar o nosso melhor. Ao mesmo tempo, participámos nesta grande competição científica tendo como propósito aprofundar os nossos conhecimentos nas nossas áreas predilectas e desenvolver competências fundamentais para a nossa formação e carreira.

Pois bem, não poderíamos ter sido mais bem sucedidos nestes objectivos, algo que podemos confirmar pela extraordinária evolução que protagonizámos do primeiro para o segundo teste. Por isso vos digo: foi formidável!

Competências adquiridas:

  • encarar situações novas
  • reagir a adversidades
  • trabalhar em equipa
  • aprender com os erros

1ª prova: fibras têxteis

Cada prova estava subordinado a um tema em concreto, que funcionava como mote de todo o teste. Na primeira prova, o tema central eram as fibras têxteis, dado que 2009 foi considerado o Ano Internacional das Fibras Naturais. A parte de Biologia, ou melhor, a primeira parte de Química, girava em torno da temática da seda e do famoso bichinho que produz esta fibra natural, devido ao simbolismo da cultura da seda naquela região de Espanha. E, se a segunda actividade de Química incluía uma titulação e a síntese artificial de nylon, a parte de Física baseava-se numa comparação das propriedades da seda e do nylon.

Não nos correu bem esta prova. O nosso grupo estava habituado a trabalhar em conjunto durante na totalidade do tempo, realizando todas as actividades do teste colectivamente. Ora acontece que este sistema tinha muitas vantagens  nas provas das Olimpíadas de Física, onde a sua utilização nos tinha catapultado para o primeiro lugar nas regionais e nas nacionais, mas não se aplicava ao modelo de prova das EUSO, com três actividades complicadas, repletas de problemas novos para nós, que exigiam muito tempo e toda a nossa concentração.

Durante a prova, encontrámos diversas contrariedades contra as quais nada podíamos fazer, e outras que, com mais experiência de laboratório e concentração em alguns instantes, talvez tivéssemos conseguido ultrapassar. O estado de saúde do Duarte, um bocado adoentado, com sintomas de gripe, veio prejudicar o nosso desempenho, apesar da atitude aguerrida do nosso companheiro de equipa. Outro aspecto altamente imprevisível que nos impediu de triunfar foi as deploráveis condições das balanças da universidade, cujos pratos não estavam completamente fixos, impedindo assim uma medição rigorosa das massas, que nos fez errar o cálculo das densidades.

No entanto, o resultado teria sido muitas vezes melhor se tivéssemos terminado a prova, algo que não aconteceu devido à nossa deficiente divisão de tarefas, ou se tivéssemos encarado as questões com mais atenção, pois tínhamos capacidade para fazer melhor, não fossem as condicionantes de tempo e a grande dimensão da prova. Resultado final: 31 pontos num total de 94 possíveis. Um novo record nas nossas carreiras de estudantes: a pior classificação de sempre (como o Duarte fez questão de referir, com humor).

Os testes exigiam mais experiência de laboratório e uma tripartição do trabalho, com um aluno especializado em cada uma das actividades. Não era difícil entender isto, mesmo para quem pensava que a prova tinha corrido bem (que ingenuidade, a nossa). De facto, sentimos que não tínhamos feito má figura, uma vez que havíamos percebido os conteúdos abordados e tínhamos realizado praticamente todos os trabalhos laboratoriais (como eu disse depois no hotel, “não perdemos o comboio da ciência”). No entanto, os pontos residiam nas questões, e nesse capítulo tínhamos cometido demasiados erros…

2ª prova: sumos de fruta

Se bem me lembro, o teste do dia 2 de Abril centrava-se no estudo dos sumos de fruta segundo diferentes perspectivas. A parte de Biologia, desta vez incidia realmente sobre a ciência da vida, girava em torno da observação microscópica de seres vivos de de diferentes reinos, que suscitava questões diversas, estando de alguma maneira relacionada com a questão dos sumos (não me recordo exactamente como). A actividade de Química, por sua vez, voltava a incluir titulações e diversos cálculos envolvendo moles, enquanto o grupo de Física tinha como grande objectivo a determinação da capacidade térmica mássica do sumo (utilizando água em substituição deste líquido).

Tirando preciosas ilações da prova anterior, optámos por uma inteligente divisão de tarefas, desdobrando a nossa equipa nos seus três membros constituintes: Frederico, o biólogo, Duarte, o químico, André, o físico. E assim, motivados pela perspectiva de uma grande prova, demos início às actividades, cada um responsável pela sua parte, após um curto período de análise do teste em conjunto. Naturalmente que também houve entreajuda nesta prova, mas ocorreu de uma forma muito mais estratégica e profícua do que na ocasião anterior.

Firmes no nosso propósito, com uma postura correcta face aos trabalhos propostos, não recuámos perante as adversidades e fizemos frente aos problemas, contornando as barreiras que se nos afiguravam. Todos nos confrontámos com situações de difícil resolução, mas uma análise cuidada das circunstâncias e muita determinação na tentativa de corrigir os erros permitiram encontrar as soluções adequadas. Quando precisávamos da ajuda de um colega, quer para questões técnicas quer em termos de conhecimentos, não hesitávamos em pedir e o nosso compatriota vinha prestar auxílio tão rapidamente quanto as suas actividades o permitiam. Funcionámos muito bem.

No fim, eu, que cooperei activamente com os meus colegas, intervindo nas várias partes da prova, e tinha compreendido perfeitamente todos os exercícios do segmento de Física, acabei por não conseguir chegar aos resultados desejados. Porquê? Pela mesma razão pela qual não conseguíramos determinar as densidades do nylon e da seda no primeiro teste: balança com o prato mal colocado. Já me debati diversas vezes com a questão e a conclusão é inevitável! Um mau posicionamento daquela peça da balança prejudicou as medições das massas de água, influenciando todos os resultados na mesma ordem de grandeza, visto que o gráfico obtido era uma recta, mas em vez de passar pela origem interceptava o semieixo positivo das abcissas.

Tentei de tudo para rectificar a situação, mas já era tarde e tive de trabalhar com os dados que tinha, até porque sabia que o meu procedimento estava correcto! Depois, todos os exercícios ficaram errados, em cadeia, e eu nada podia fazer! Se não fosse o raio da balança… aqui está um parâmetro em que o material da nossa escola tem alguma superioridade!

No final, viemos a saber que a nossa classificação nesta prova tinha sido de 70 pontos num universo de 86 possíveis. Nada mau! Fizemos grandes progressos relativamente ao teste anterior! E, aparentemente, as minhas peripécias com a balança não tiveram um efeito demasiado negativo no resultado final, posto que preenchi correctamente os registos, elaborei um gráfico de acordo com os meus dados e ainda acertei a uma questão de escolha múltipla. Fui penalizado nos valores das massas, no cálculo da capacidade térmica mássica e nas duas alíneas que se seguiram, dependentes da determinação de c. De resto, como o motivo do meu erro foi uma questão exterior à minha responsabilidade, e também participei activamente nas respostas ao questionário de biologia, cooperando magnificamente com o Fred, fiquei de consciência tranquila e sinto que cumpri o meu dever como membro da equipa.

E assim se demonstrou que o trio de cientistas do Restelo tinha um imenso valor e aprendera imenso com a experiência do primeiro teste! Se, no dia 31 de Março, tínhamos conseguido não perder o expresso europeu da ciência, na segunda prova não só apanhámos o comboio, como também chegámos ao fim da linha! Ou pelo menos ficámos perto. Como disse a professora Isaura Vieira, da DGIDC, “se tivesse havido uma terceira prova…”.

Aviso: mais tarde falarei sobre os outros aspectos das EUSO 2009.

Porquê um blogue?

Pois é. O blogue já está criado e penso que já domino minimamente as ferramentas de edição. Gostava de fazer umas alterações na apresentação gráfica no blogue, mas isso ficará para depois. Neste momento, o mais importante é começar a escrever posts a sério. Mas antes disso, sinto-me na obrigação de explicar aos meus leitores como surgiu a ideia deste blogue, apresentando uma descrição das circunstâncias que culminaram com a sua origem. Preparem-se, pois o texto é longo…

Marco Formiga

Este ano entrou na minha turma da escola um novo aluno, de seu nome Marco Formiga, que é uma pessoa muito simpática e com uma forma de estar na vida muito interessante. Tem opiniões muito bem fundamentadas sobre quase tudo e é sempre um prazer discutir (no sentido de conversar e trocar ideias sobre assuntos interessantes) com ele. Para além disso, interessa-se singularmente por informática, daí que seja um autêntico expert em tudo o que diz respeito a estas máquinas fantásticas que são os computadores…

Lvsitano.net

O Marco tem um blogue pessoal na Internet, criado no início de Setembro, no qual ele fala de tudo quanto se possa imaginar. Sim, é mesmo verdade, são poucos os assuntos sobre os quais o Marco ainda não escreveu. Reflexões individuais sobre o mundo que nos rodeia, divulgação de interesses, partilha de experiências, enfim, uma grande variedade de temas sublimemente tratados nos posts de um blogue extraordinário (seguramente um dos melhores que já visitei). Ele usa o super patriótico username lvsitano e escreve de uma forma muito interessante. Assim, aconselho vivamente a todos os meus leitores que dêem uma vista de olhos a este blogue soberbo!

O blogue de Marco Formiga

O blogue mais lusitano da web

Quando o Marco me mostrou o seu blogue, eu achei logo que estava perante um grande projecto pessoal. Apesar de achar que o site tinha qualidade, não me torneio logo um leitor assíduo do blogue. Ainda assim, fui visitando o site esporadicamente, de tal maneira que, a certa altura, começando a encontrar alguns posts que cativavam a minha atenção, acabei por deixar o meu primeiro comentário e comecei a seguir o blogue com atenção.

Um blogue? Eu?

Por esse tempo, pelo mês de Novembro, comecei a ter mais contacto com o Marco, as discussões produtivas eram cada vez mais frequentes e os meus comentários cada vez mais longos. Então, o Marco começou a dizer que apreciava todas estas minhas contribuições, sustentando que eu tinha grande potencial e uma qualidade de escrita muito boa. Aconselhou-me então a criar um blogue, para dar maior expressão a esta minha veia de escritor e pensador e para poder ter um suporte escrito das experiências que vou vivendo, ao mesmo tempo que me divertia.

Ao princípio estava uma pouco relutante em relação àquela sugestão inesperada, pois por mais interessante que fosse, não me imaginava a criar um blogue. No entanto, alguns dias depois comecei a gostar da ideia e a entusiasmar-me. Seria a oportunidade perfeita para libertar as minhas opiniões e todos aqueles pensamentos que até ali guardava para mim mesmo. Ao mesmo tempo, poderia divulgar de forma mais adequada os meus interesses, além de fazer um acompanhamento de tudo o que se passa no plano do futebol de praia. Simplesmente espectacular!

Das palavras aos actos

Contei parte dos meus projectos ao Marco, que ficou muito contente e me tornou a incentivar, oferecendo-se para eventuais ajudas na criação e desenvolvimento do site. Tendo em conta o tipo de blogue que eu queria ter aconselhou-me o wordpress.

Planeei criar o blogue nas férias de Natal. A verdade é que com as festividades, a leitura d’ Os Maias e outros interesses pessoais acabei por ir adiando este momento importante. Por fim, no dia 1 de Janeiro de 2010, vendo as férias a terminar e as aulas a começar em breve, decidi criar o blogue de uma vez por todas, para ter o tempo suficiente para ficar familiarizado com os mecanismos envolvidos. E assim, na noite de transição do dia 1 de Janeiro para o dia 2 de Janeiro… criei este blogue paupérrimo! E pronto, o resto já vocês sabem.

Saudações aos leitores do blogue,

André Coroado (Andrey Amabov).

Publicado em Blogue. Etiquetas: , , , , , . 4 Comments »