Portugal Campeão Europeu de Futebol de Praia 2010!

11 dias decorridos sobre a triunfal conquista da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, a minha insuperável alegria de adepto fervoroso da selecção nacional ainda não se esgotou e continua a fazer sorrir a minha alma feliz.

Será fácil compreender que, mais de uma semana depois do feito heróico dos guerreiros das areias lusitanas, o sentimento vitorioso que dominou o meu estado de espírito tenha sido de alguma maneira atenuada pelo tempo. De facto, é esta a infeliz razão pela qual não conseguirei traduzir da forma mais adequada o entusiasmo e o deslumbramento com que vivi estes belíssimos momentos do futebol de praia nacional.

No entanto, esta fantástica experiência emocional permanece bem viva na minha mente e será com um enorme prazer que sempre recordarei cada instante daquele dia estóico. Memórias que nunca se apagarão, podem crer.

Uma coisa é certa: Portugal venceu a Liga Europeia de Futebol de Praia 2010 e sagrou-se campeão europeu da modalidade desportiva mais espectacular do planeta! Parabéns a todos, pessoal! Foram extraordinários!

Festejos dos jogadores portugueses no momento em que recebem a taça!

No momento em que o capitão português Madjer ergueu a taça da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, todos os jogadores e membros da equipa técnica festejaram efusivamente a grande conquista do desporto nacional! Somos enormes! Grande feito! Parabéns, Portugal!

Liga Europeia de Futebol de Praia 2010: Superfinal em Lisboa

Para quem não se encontra dentro do assunto, direi rapidamente que a Liga Europeia de Futebol de Praia consiste na numa competição anual, que compreende uma fase regular (composta por várias etapas) e uma Superfinal, sendo todos estes torneios disputados ao longo dos meses de Verão, em diferentes locais do continente europeu. Sendo considerada a competição mais importante do futebol de praia europeu, todas as grandes selecções ambicionam a sua conquista, numa série de combates épicos cujo vencedor final sai de sobremaneira glorificado.

Em 2010, após uma fase regular muito dinâmica com 4 etapas disputadas em Moscovo, Marselha, Lignano Sabbiadoro e Haia, a Superfinal foi disputada em Lisboa, entre os dias 26 e 29 de Agosto, sendo o palco escolhido para o evento a arena montada no Terreiro das Missas, mesmo em frente ao Palácio de Belém. Seguindo este link, poderão encontrar informação detalhada acerca do evento, incluindo as equipas participantes e o formato da competição.

Portugal em Grande no Grupo A da Superfinal

Ora, na grande Superfinal da Liga Europeia, a selecção nacional de futebol de praia, jogando diante dos seus adeptos, não tinha outro pensamento em mente que não a vitória no torneio e a conquista do título de campeão europeu! Foi com esta disposição que os jogadores portugueses entraram em campo, demonstrando uma energia e uma vontade sem precedentes. Portugal apresentou uma mistura inteligente de concentração, paciência e criatividade, praticando um futebol de praia elegante e eficaz, dedicando também particular atenção ao aspecto defensivo.

Foi graças a esta postura de campeões (porque foi essa a postura ostentada pelos nossos atletas) que Portugal passou no primeiro teste com distinção, superando com classe os seus dois primeiros adversários, passo a citar, a imprevisibilidade dos surpreendentes romenos e a frieza física tipicamente russa. Para ser mais específico, direi que a selecção portuguesa goleou a Roménia por 6 bolas a 1 e venceu a Rússia com 4 golos contra 2 da equipa de leste.

A solidez defensiva foi um dos pilares da selecção nacional ao longo do torneio.

A solidez defensiva foi um pilar fundamental da selecção nacional ao longo do torneio, com apenas 5 golos sofridos em 3 jogos. Na imagem, Bruno Novo atrasa a bola para o guarda-redes João Carlos, na ponta final do Portugal vs Roménia, que Portugal venceu por 6-1.

Assim, com dois triunfos em outros tantos jogos, Portugal alcançou o 1º lugar no grupo A da Superfinal, com 6 pontos, enquanto a Rússia, que derrotara a Roménia por 6 bolas a 4, se classificou na 2ª posição com 3 pontos, deixando os romenos no derradeiro posto do grupo sem terem pontuado. A vitória no grupo dava acesso directo à final, pelo que Portugal marcaria presença no tão esperado jogo do título, a ter lugar no Domingo, 29 de Agosto. Na grande final, Portugal defrontaria a Itália, vencedora do grupo B. Os resultados de todos os jogos da fase de grupos, as classificações finais dos grupos e os resumos dos três primeiros dias de competição estão disponíveis aqui.

A Final!

Uma vez eliminada a perigosa selecção russa, actual grande rival de Portugal na luta pela hegemonia europeia, Portugal tinha todas as condições para recuperar o título continental, precisando para isso de vencer apenas mais um jogo. Mas o adversário não ia ser nada fácil, pois a Itália surgia em Lisboa muito renovada, com um novo treinador que revolucionara positivamente a equipa, lançando os Azurri num colossal rumo vitorioso que só poderia ser quebrado por uma grande equipa. Portugal precisaria assim do seu melhor futebol de praia para levar de vencida uma selecção disposta a tudo para conseguir o título europeu!

Componente circunstancial 1: Belchior suspenso, Madjer lesionado

Todavia, Portugal encontrou várias adversidades neste jogo decisivo da Liga Europeia 2010. A ausência forçada de Belchior, suspenso por acumulação de cartões amarelos nos jogos anteriores, era naturalmente um contratempo ao qual o seleccionador nacional José Miguel Mateus teria de saber reagir. Além disso, Madjer, que havia sido o herói do dia anterior frente à Rússia, ainda não estava a 100%, fruto de uma lesão lombar que ainda não tinha ultrapassado completamente.

A situação agravou-se no decorrer do jogo, quando o número 7 de Portugal, ainda no 1º período, numa queda infeliz decorrente de uma das suas espectaculares acrobacias, se ressentiu da sua fustigantes lesão e teve de abandonar o campo, envolto num mar de dores que não podiam ser bom presságio. Ainda assim, graças ao bom trabalho do enfermeiro Farinha e à força de vontade inesgotável de João Vítor Saraiva, o Madjer ainda voltou a entrar em campo, mas fez menos minutos do que costuma e o seu rendimento foi mais baixo do que o habitual, apesar de ter ficado muito perto do golo por várias ocasiões.

Esta coragem do capitão português, disposto aos mais penosos sacrifícios na luta pela vitória, faz de João Vítor Saraiva um grande jogador!

Madjer numa das suas fabulosas acrobacias, ainda no 1º período de jogo, que acabariam por agravar a sua lesão. Esta coragem do capitão português, disposto aos mais penosos sacrifícios na luta pela vitória do seu país, faz de João Vítor Saraiva um grande jogador! Magnífico!

Componente circunstancial 2: Azar com os ferros, Rasulo e Del Mestre.

Além dos problemas associados à ausência de Belchior e aos problemas físicos de Madjer, Portugal não foi bafejado pela sorte neste derradeiro jogo da temporada europeia. Por duas vezes os jogadores portugueses acertaram nos ferros da baliza transalpina: a primeira num livre directo de Jordan, cujo tiro de raiva embateu violentamente no poste, a segunda no remate desafortunado de Alan, com a bola a ressaltar na areia e a subir demasiado, tocando na barra e passando por cima da baliza italiana.

Foram de facto muitos os remates lusitanos que não conheceram as redes Azurras por puro milagre, também porque os guarda-redes adversários protagonizaram uma série de defesas impossíveis, como uma defesa de Rasulo com as pernas a um remate poderoso de Madjer e uma defesa também com os membros inferiores de Del Mestre, que no início do 3º período parou incrivelmente um fantástico pontapé de bicicleta de Jordan. Enfim, foram estas apenas algumas das situações em que o azar bateu à porta de Portugal, mas acreditem, estimados leitores, que não foram as únicas.

Superação Total: Fulgor Lusitano!

Como facilmente terão percebido, não foi nada fácil a tarefa portuguesa nesta final da Liga Europeia. A excelente qualidade evidenciada pelos adversários, os contratempos referentes a problemas com os nossos jogadores e a falta de sorte que acompanhou Portugal até ao apito final do árbitro constituíram um forte entrave ao triunfo da equipa das quinas, que teve de dar o seu melhor para alcançar a almejada vitória.

Não obstante todas adversidades anteriormente numeradas, os jogadores da selecção nacional portaram-se como verdadeiros heróis, lutando com todas as suas forças, alimentados pelo desejo de colocar o nome do seu país no lugar mais alto do pódio. Aplicando na perfeição os processos de jogo implementados pelo seu treinador, cumprindo todas as indicações do mestre tanto a atacar como a defender, Portugal protagonizou uma excelente exibição, alicerçada numa base defensiva muito sólida e na técnica fantástica dos seus jogadores, capazes de desequilibrar o encontro a qualquer momento.

O jogo: Até ao golo de Gori

A Itália manteve-se sempre na discussão do resultado, com grande espírito guerreiro, e apesar da superioridade lusitana, nunca desanimou, o que proporcionou uma grande final.

A Itália manteve-se sempre na discussão do resultado, com grande espírito guerreiro e nunca desistiu, o que proporcionou uma grande final. Na imagem, os jogadores italianos entoam a letra do hino nacional do seu país antes do encontro com Portugal.

Que grande jogo de futebol de praia e que grande conquista da selecção nacional! Praticamente entrou no jogo a perder (1-0) num bom lance de Corosiniti, mas conseguiu empatar (1-1) apenas alguns minutos volvidos, num portentoso remate longínquo de Alan, que veio na sequência de uma fantástica reacção por parte da equipa das quinas! E foi com muita garra, muita dedicação, que procurou o golo até ao fim do 1º período, ainda que sem sucesso. Mas o 2º período também começou com Portugal no ataque e, após uma sucessão de oportunidades por concretizar, Bruno Novo apontou o seu primeiro golo da tarde, num remate acrobático de belo efeito, após passe de Paulo Graça. Um grande golo que deu a vantagem (2-1) mais que merecida àquela que estava a provar ser a melhor equipa.

O 2º período continuou a ser totalmente controlado por Portugal, que tentou ampliar a vantagem, ainda que sem êxito. Ora, na derradeira etapa do encontro, a selecção nacional entrou a todo o gás, em busca do golo da tranquilidade, remetendo os jogadores italianos para o seu meio-campo e reafirmando a determinação lusitana em vencer a partida. Contudo, o terceiro tento português não se verificou e foi mesmo a Itália quem, numa das muito raras  situações de perigo para a baliza de Paulo Graça, chegou ao golo: o estreante Gori empatou a partida (2-2) num espectacular pontapé de bicicleta, que consternou o Terreiro das Missas, numa onda de apreensão que gelou os adeptos…

O jogo: Os melhores vencem no final numa explosão de emoções.

Faltavam nessa altura cerca de 5 minutos para o fim do encontro. A final empatada, entre dois titãs do futebol de praia europeu. Um estádio inteiro sustendo a respiração, aguardando um desfecho emocionante para um jogo que seria, com toda a certeza, épico. Estaria a Itália em vantagem psicológica, atendendo ao contexto em que o tento de Gori surgiu? Talvez, mas Portugal continuou a fazer o seu jogo, com serenidade e confiança, sem nunca se desorientar e mantendo sempre o rumo correcto. A consistência táctica de Portugal não foi nada afectada, o que permitiu conter de forma impecável o ímpeto italiano, que não causou estragos na defensiva lusitana. Vigiada a situação a nível defensivo, era urgente repor a vantagem no marcador, algo que requereria um acto de bravura, um momento de inspiração apenas possível para um grande jogador! E, desta vez, esse grande jogador não foi Madjer, nem Alan, nem Belchior, mas sim o grande Bruno Novo!

Uma corrida desconcertante do número 18 de Portugal por entre os defesas italianos colocou o nosso jogador em excelente posição para receber o lançamento de Paulo Graça, que funcionou como um passe soberbo para o remate violentíssimo do Bruno Novo, na direcção das baliza transalpina. Apesar da pontaria e da potência do pontapé, o implacável Del Mestre ainda conseguiu conter esta tentativa do herói da Nazaré, mas nada pode fazer contra a recarga vitoriosa do atleta lusitano: recepção sublime com o joelho direito e tiro certeiro com o pé esquerdo, com a bola a passar rente ao poste sem grandes hipóteses para o pobre guarda-redes Azurri.

Era a loucura no estádio de Belém! O público de pé, a gritar e a aplaudir a nossa selecção! Ambiente ao rubro nas bancadas, com os espectadores em êxtase graças à vantagem de Portugal! Os atletas a festejar, de forma efusiva, o brilhantismo do Bruno Novo, em particular o próprio, que esboçou uma série de gestos triunfais enquanto berrava, celebrando o 3-2, apenas antes de ser abalroado pelo Bilro, também ele em delírio!

E foi com num clima de grande tensão que assistimos (pois eu estava lá) aos 3 últimos minutos do jogo, em que o espírito de entreajuda e a solidez defensiva demonstrados pela nossa selecção conseguiram assegurar a inviolabilidade das redes lusitanas! Paulo Graça impecável, defendendo um livre perigoso de Carotenuto, a menos de 1 minuto do fim, foi juntamente com Bilro, Marinho e Coimbra o herói dessa fase do jogo, na qual o resultado não sofreria alterações. O apito final acabou por soar, 36 minutos decorridos desde o início deste jogo memorável, que consagrou Portugal campeão europeu de futebol de praia 2010!

Este vídeo diz respeito aos derradeiros instantes do jogo, a partir da defesa de Paulo Graça ao livre de Carotenuto, incluindo o princípio da festa. Agradeço ao adepto (desconhecido) que filmou o vídeo, proporcionando um enriquecimento deste post no meu blogue!

A Festa depois do jogo: Absolutamente descomunal!

É verdade que chorei. Sim, chorei, e não me envergonho disso, antes pelo contrário: acho que expressei verdadeiramente os meus mais profundos sentimentos naquele momento e fico feliz por pensar que vivi esta experiência extraordinária em toda a sua dimensão. Não numa perspectiva de fanatismo (o que pode ser facilmente refutado se tivermos em conta os autógrafos que pedi a jogadores de outras selecções no decorrer do evento), mas de uma forma saudável que me permitiu desfrutar ao máximo deste triunfo histórico e desta alegria imensa que foi assistir ao vivo pela primeira vez a uma grande conquista da selecção nacional.

Mas, embora os meus rituais sejam raros entre os restantes membros da plateia, ninguém foi indiferente ao grande feito que o futebol de praia português acabava de alcançar, algo que foi bem visível na forma como o público participou na festa e aplaudiu com entusiasmo os grandes heróis das areias lusitanas! Sim, todo o estádio vibrou em uníssono com a magia da selecção nacional, cuja bravura e dedicação às cores nacionais lhe proporcionou um brilhante título europeu! E foi decerto um dia especial na carreira dos atletas, assim acarinhados pelo apoio do público da capital!

Os heróis lusitanos celebraram efusivamente a conquista da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010! Novamente Campeões Europeus! Parabéns a todo este grupo fantástico! São os maiores!

Os heróis lusitanos celebraram efusivamente a conquista da Liga Europeia de Futebol de Praia! Novamente Campeões Europeus! Parabéns a todo este grupo fantástico! São os maiores!

O momento em que o troféu foi entregue à selecção nacional foi inesquecível e marcou mais um passo na História do futebol de praia nacional e europeu. Somos novamente Campeões da Europa! Parabéns a todos, amigos!

Madjer, Melhor Jogador do Torneio (outra vez)

A distinção do Madjer como melhor jogador do torneio foi um prémio justo pela forma corajosa como o lendário craque português entrou em campo, numa luta dupla contra os seus adversários e uma lesão fustigante que o atormentou durante toda a competição. O Madjer fez tudo o que podia, pondo em risco a sua própria integridade física para servir o país ao qual tanto tem dado, acabando por se revelar determinante para a conquista do troféu, dada a imprescindibilidade do seu hat trick frente à Rússia para que Portugal marcasse presença na final.

A imagem aguerrida do capitão luso, que mesmo a precisar de uma cama ficou diversas vezes perto do golo diante da Itália, faz dele uma figura incontornável da modalidade na Europa e o jogador que, sem dúvida alguma (e sem querer tirar mérito ao Stankovic) mais merecia esta distinção (foi considerado melhor jogador da Liga Europeia pela 5ª vez). Enquanto o Madjer recebia o distintivo das mãos do doutor João Morais, com a mão atrás das costas de maneira a aliviar as dores, o público delirava com a atribuição do prémio individual mais honroso ao grande craque português.

Grandes jogadores! Mas que trio!

Madjer, eleito melhor jogador da Liga Europeia de Futebol de praia 2010, juntamente com os vencedores dos outros prémios: Andrey Bukhlitskiy, melhor guarda-redes, e Dejan Stankovic, melhor marcador do evento com 8 golos. Mas que trio! Parabéns aos três, sobretudo ao Madjer!

Gostaria também de dizer, rapidamente, num parênteses rápido, que havia outros jogadores na selecção nacional com credenciais para conquistar o prémio de melhor jogador, nomeadamente o Alan, elemento fundamental na conquista do troféu, determinante na construção do jogo de Portugal e detentor de uma técnica extraordinária, e o Bruno Novo, que afinal acabou por ser o herói da final, bem como o melhor marcador da selecção portuguesa, com 4 golos apontados, contrariando a ideia daqueles pobres ignorantes “treinadores de bancada” para os quais a selecção é só Madjer, Alan e Belchior.

De resto, na minha opinião, gostaria de manifestar a minha convicção de que o Paulo Graça, guarda-redes da selecção nacional, merecia mais do que qualquer outro jogador ter sido eleito melhor guarda-redes da competição, atendendo ao baixíssimo número de golos sofridos (5), às suas defesas espectaculares (e extremamente influentes) e à sua preponderância na organização do jogo ofensivo da nossa selecção. A imprensa preferiu atribuir o prémio ao Andrey Bukhlitskiy, da Rússia, que apesar de não ter sido, na minha opinião, o melhor do torneio, é também um grande guarda-redes, ficando o prémio bem entregue. Para finalizar a listagem dos prémios, resta-me dizer que o já referido Dejan Stankovic se sagrou melhor marcador do torneio, graças aos seus 8 tentos na Superfinal ao serviço da Suíça.

Agradecimentos

Dois grandes guarda-redes de futebol de praia: Paulo Graça e João Carlos Delgado.

João Carlos entra para o lugar de Paulo Graça nos minutos finais da partida frente aos russos. Dois grandes guarda-redes, nos quais temos muito orgulho pela forma destemida como defendem as redes nacionais!

Antes de prosseguir com os agradecimentos a quem contribuiu para este grandioso espectáculo desportivo, social e emocional, gostaria de aconselhar a leitura deste artigo, escrito pelo guarda-redes da selecção nacional João Carlos Delgado, no qual faz um excelente resumo do jogo e da alegria imensa que este grupo maravilhoso viveu ao sabor desta conquista brilhante, expressando também a sua gratidão para com todos os membros da família do futebol de praia nacional. Mais um grande exemplo do espírito de união e amizade que reina na melhor selecção da Europa!

Não posso terminar este post sem agradecer a todos os familiares e amigos que me acompanharam ao longo dos 4 dias de competição, tornando estes momentos ainda mais coloridos e felizes para mim, sobretudo o dia da grande final. Um muito obrigado a todos, porque foram espectaculares no apoio a Portugal neste dia memorável! Adorei a vossa companhia e espero que tenham desfrutado da experiência, tanto do futebol de praia como do espectacular ambiente que vivemos nas bancadas!

E claro, quero deixar aqui as minhas sinceras palavras de agradecimento e admiração por quem, graças ao seu trabalho e esforço pessoal, conseguiu recuperar este título europeu, que nos fugia caprichosamente desde 2008. Um muito obrigado a toda a família da selecção nacional por terem tornado possível esta espectáculo tão belo, que nunca esquecerei, e por me terem sempre recebido com boa disposição e amabilidade ao longo desta temporada de 2010. Foram todos espectaculares e estão de parabéns! Orgulho em ser Português!

Portugal e Itália na grande final da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010!

Nota: Este post diz respeito aos 3 primeiros dias de competição na Superfinal da Liga Europeia, correspondentes à fase de grupos. A final, bem como os restantes jogos de definição da classificação, teve lugar no Domingo, 29 de Agosto. Poderão encontrar informação  relativa ao jogo da final neste post triunfal.

A Superfinal da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010 tem deslumbrado centenas de adeptos nas areias de Belém, no estádio montado no Terreiro das Missas. Um espectáculo emocionante, com 107 golos em 12 jogos até ao momento, tem sido a nota dominante dos dois torneios disputados na capital portuguesa: a Promotion Final (destinada a definir a equipa que ascende à divisão A) e a Superfinal (a verdadeira competição, cujo vencedor se sagra campeão europeu).

Pois bem, este fabuloso evento, que tem trazido a magia do futebol de praia até Lisboa, vai acabar já amanhã, mas não sem antes proporcionar um número record de 6 desafios ao público fantástico que tem colorido as bancadas desta fase final. Duas das partidas são autênticas finais! Façamos uma revisão geral do que aconteceu até agora e uma retrospectiva dos confrontos de amanhã.

5ª feira, 26 de Agosto

Foi o dia inaugural da fase final da Liga Europeia aqui em Lisboa, no qual eu tive a honra de marcar presença. O estádio em Belém começou por estar vazio, mas acabou por ir enchendo à medida que nos aproximávamos do final do dia. Nos jogos da Promotion Final, assistimos a um confronto muito equilibrado entre Turquia e Israel, decidido apenas nos penaltis, com vitória turca, enquanto a França goleou a Inglaterra com 4 golos de Sciortino.

A Superfinal trouxe muita emoção e dois grandes jogos, com a Rússia a recuperar de uma desvantagem de 1 golo para bater os romenos por 6-4 e a Itália a protagonizar uma excelente exibição frente à Suíça, vencendo por 8-6, apesar dos esforços dos helvéticos no 3º período e dos 4 golos que Stankovic marcou neste jogo soberbo.

Imagem do jogo com maior número de golos de todo o evento: 14

No jogo inaugural do grupo B, a Itália surpreendeu muita gente (incluindo eu) e derrotou a Suíça por 8-6. Na imagem, Stephan Leu (nº6) da Suíça remata perante a oposição do italiano Corosiniti (nº8). Foi o jogo com mais golos de todo o evento, contabilizando um total de 14.

Resultados dos jogos

13:15 – Promotion Final – Grupo B – Israel 3 – 3 Turquia | Israel 3 – 3 Turquia prol. | Israel 2 – 3 Turquia pen.

14:30 – Promotion Final – Grupo A – França 10 – 4 Inglaterra

15:45 – Superfinal – Grupo A – Rússia 6 – 4 Roménia

17:15 – Superfinal – Grupo B – Suíça 6 – 8 Itália

6ª feira, 27 de Agosto

Mais uma vez, o estádio estava vazio aquando do pontapé de saída do primeiro jogo, mas foi surgindo cada vez mais público, até a bancada principal estar quase completamente cheia para ver Portugal bater a Roménia por 6-1! Madjer não jogou, por precaução, tendo em conta a sua lesão lombar, mas Alan marcou um hat-trick que impulsionou o triunfo português, para o qual também contribuíram os dois golos de Bruno Novo e um magnífico pontapé de bicicleta de Belchior. Em suma, a exibição arrebatadora da selecção nacional foi claramente demais para a equipa da Roménia, que apesar do esforço dos seus jogadores nunca conseguiu contrariar a toada ofensiva dos lusos.

Antes da magia lusitana entrar em acção, a Itália derrotou a selecção espanhola, em mais um grande jogo de futebol de praia, com muita emoção no 3º período de jogo, numa partida disputada até ao último segundo. Na divisão B, destaque para a vitória da Turquia sobre o Azerbeijão, em resultado de um notável espírito de equipa e de uma força de vontade inesgotável por parte dos otomanos, além do triunfo húngaro sobre os ingleses, num jogo em que os magiares tiveram a arte suficiente para dar a volta.

A Itália ficava assim apurada para a final da Superfinal, aguardando o seu adversário, que deveria sair do confronto entre Portugal e Rússia. Por outro lado, Espanha, Suíça e Roménia perdiam a hipótese de lutar pelo título europeu, embora se mantivessem em disputa preciosos pontos no ranking europeu. Na Promotion Final, a Turquia, com duas vitórias, ficava apurada para a final, onde defrontaria o vencedor do França – Hungria. Israel, Azerbeijão e Inglaterra ficavam assim de fora da luta por um lugar na divisão A.

Muitos aplausos para os heróis das praias de Portugal!

Entrada em campo da selecção nacional portuguesa ante do jogo com a Roménia. Momento de ovação aos craques das areias lusitanas, que alguns instantes depois iriam deliciar as centenas de espectadores com a sua mestria. Eu próprio apareço nesta fotografia! Alguém me vê?

Resultados dos jogos

13:15 – Promotion Final – Grupo B – Azerbeijão 4 – 5 Turquia

14:30 – Promotion Final – Grupo A – Hungria 5 – 3 Inglaterra

15:45 – Superfinal – Grupo B – Espanha 5 – 6 Itália

17:15 – Superfinal – Grupo A – Portugal 6 – 1 Roménia

Sábado, 28 de Agosto

Mais um grande dia de jogos no areal de Belém, em que a taxa de ocupação das bancadas verificou uma subida exponencial, que culminou no tão esperado Rússia – Portugal, disputado ao final da tarde, com muita gente nas bancadas a apoiar a nossa selecção! Mas antes, 3 jogos tiveram lugar neste Sábado soalheiro junto ao rio Tejo.

Na Promotion Final, Israel e Azerbeijão protagonizaram o jogo com menos golos de todo o evento, com apenas 4 tentos a serem apontados pelas duas equipas, mas que nem por isso deixou de ser pródigo em emoção e luta até ao final, com a equipa israelita a conseguir emergir vitoriosa, obtendo o 2º lugar no seu grupo e ganhando a possibilidade de lutar pelo 3º lugar na competição. No outro jogo da mesma competição, a Hungria opôs uma resistência digna aos gauleses, que, mesmo assim, estiveram quase sempre em vantagem e acabaram por conseguir a goleada no 3º período, numa fase em que a Hungria arriscava tudo. A França conseguiu assim o apuramento para a final do seu torneio, onde vai lutar com a Turquia por um lugar na divisão A em 2011.

A Superfinal começou com um encontro prometedor entre espanhóis e suíços, com os helvéticos a serem mais fortes e a conseguirem dominar a equipa de Amarelle, que ainda não recuperou a sua melhor forma. A Suíça nunca esteve em desvantagem e soube controlar o jogo com distinção, atingindo um resultado folgado após os 36 minutos de jogo, com Stankovic e Spacca a bisarem. Depois, a campeã em título, Rússia, defrontou a equipa da casa, Portugal, vice-campeão da Europa e com muita vontade de ganhar.

De facto, estiveram em campo duas das melhores equipas do mundo, candidatas à vitória em qualquer competição em que participam, que são neste momento, a par da Itália, as melhores selecções do continente. Este duelo só podia dar um grande espectáculo, e foi isso que aconteceu, embora a solidez defensiva tenha sido um factor dominante no jogo de hoje. E foi graças à sólida mistura de concentração, paciência e muita entreajuda que Portugal venceu a congénere russa, com 3 golos do capitão, Madjer, e 1 de Belchior, a superarem os tentos de Makarov e Gorchinskiy. Todos os jogadores portugueses estão de parabéns por tudo aquilo que fizeram hoje, que lhes permitiu chegar à grande final de Domingo, onde vão encontrar a poderosa Itália. A Rússia, que apesar de ter perdido também está de parabéns, vai lutar pelo bronze nesta Superfinal diante da Suíça.

Madjer marca um golo de livre directo frente à Rússia

Quarto golo de Portugal, num livre de longe cobrado por Madjer, que rematou com violência e uma extraordinária precisão para o fundo das redes defendidas pelo guardião russo Bukhlitskiy. Grande momento de futebol de praia e golo fantástico de Madjer (o 3º da conta pessoal).

Resultados dos jogos

13:15 – Promotion Final – Grupo B – Israel 3 – 1 Azerbeijão

14:30 – Promotion Final – Grupo A – França 7 – 2 Hungria

15:45 – Superfinal – Grupo B – Suíça 6 – 3 Espanha

17:00 – Superfinal – Grupo A – Rússia 4 – 2 Portugal

Domingo, 29 de Agosto

Chegou o dia das decisões finais. Na Promotion Final, a temível e experiente França defronta a lutadora Turquia no jogo cujo vencedor ganha um bilhete para a divisão A do próximo ano, onde competirá com Rússia, Suíça, Espanha, Portugal, Itália, Roménia e Polónia. Vai ser um desafio muito interessante, com duas equipas a dar tudo o que têm, mas penso que a França acabará por conseguir vencer, apesar do assinalável espírito combativo da selecção turca. De resto, Israel defronta a Hungria (jogo curioso) na luta pelo 3º lugar da Promotion Final, enquanto Azerbeijão e Inglaterra, velhos conhecidos, se encontram na luta pelo 5º lugar da competição.

A Superfinal reúne um trio de grandes jogos, aos quais decerto valerá a pena assistir. Espanha e Roménia abrem o espectáculo do melhor futebol de praia europeu, com um duelo cativante entre duas equipas que perderam os dois jogos que disputaram até agora. O vencedor fica em 5º lugar, escapando assim ao fundo da tabela classificativa, numa partida que promete muitos golos e emoção, a julgar pelo último confronto entre estas duas selecções (a Roménia bateu a Espanha por 7-6 num grande jogo em que os ibéricos estiveram a vencer por 6-2, em Haia, na Holanda).

Rússia e Suíça tentarão chegar ao pódio, naquele que será o quarto confronto entre as duas equipas nesta época. Espera-se um jogo emotivo, entre duas selecções que se conhecem muito bem e que incluem grandes jogadores, como o suíço Stankovic, melhor jogador do último mundial, e o guarda-redes russo Bukhlitskiy.

O dia fecha com a grande final, tão aguardada pelo público lisboeta e por todos os amantes da modalidade fantástica que é o futebol de praia: Portugal vs Itália! Duas equipas que se conhecem muito bem, com grandes jogadores e que farão tudo para vencer esta final! Golear a Roménia e derrotar a Rússia são feitos épicos, assim como bater a Suíça e vencer a Espanha são obras colossais, que provam bem a qualidade destas duas equipas. Curiosamente, portugueses e italianos chegaram a esta Superfinal da Liga Europeia com menos pontos do que as outras selecções de topo, mas o que é certo é que ambas as equipas estão em grande forma e preparadas para proporcionar um grande espectáculo no areal de Belém.

Triunfo de Portugal na meia-final da Taça da Europa de Futebol de Praia 2010.

Imagem referente ao Portugal vs Itália da 1/2 final da Taça da Europa de Futebol de Praia 2010. Portugal venceu por 10-7 num espectáculo emocionante! Aqui, Bruno Novo tenta roubar a bola a Carotenuto, sob a vigilância atenta de Palmacci.

Espero um jogo aberto, como tem vindo a ser hábito entre estas duas selecções, com muito equilíbrio e emoção, numa partida em que os detalhes serão fundamentais. A Itália sofreu algumas alterações, decorrentes da mudança de treinador, e surgiu neste torneio com uma equipa ligeiramente diferente, que vale mais colectivamente e que dará tudo pelo título europeu, conquistado pela única vez em 2005. Portugal, que alcançou o seu melhor nível em meados de Julho, na segunda fase da qualificação para o Mundial 2011, está num excelente momento de forma, contando com grandes jogadores, capazes de resolver um desafio pela sua técnica descomunal, bem como com uma qualidade defensiva bem acima da média, que poderá ser muito útil amanhã.

Infelizmente, Belchior, que viu o cartão amarelo nos dois jogos anteriores, vai estar suspenso e não poderá defrontar a Itália. Mesmo assim, eu sei que o seleccionador nacional, José Miguel Mateus, vai conseguir resolver o problema da melhor maneira, através de uma rotação inteligente dos jogadores do plantel, que decerto farão tudo o que puderem rumo ao título europeu.

Estou confiante. FORÇA PORTUGAL! PARA GANHAR A LIGA EUROPEIA!

Horário dos jogos

10:00 – Promotion Final – 5º/6º lugares – Inglaterra vs Azerbeijão

11:30 – Superfinal – 5º/6º lugares – Roménia vs Espanha

13:00 – Promotion Final – Final – França vs Turquia (Eurosport 2)

14:30 – Promotion Final – 3º/4º lugares – Hungria vs Israel

15:45 – Superfinal – 3º/4º lugares – Rússia vs Suíça (Eurosport 2)

17:00 – Superfinal – Final Portugal vs Itália (RTP N/Eurosport)

Nota: Todos os jogos têm transmissão directa no site da Beach Soccer World Wide.

Mundial de Futebol de Praia 2011: Qualificação Europeia em Bibione (ITA)

Saudações a todos os adeptos de futebol de praia. Tenho o maior prazer em anunciar que amanhã, Domingo, 11 de Julho de 2010, tem início o torneio de qualificação do continente europeu para o Campeonato do Mundo de Futebol de Praia FIFA 2011. O evento decorre durante o Verão de 2010, com mais de 50 jogos disputados entre os dias 11 e 18 de Julho, a ter lugar na cidade italiana de Bibione, situada na comuna de Veneza.

Selecção Italiana: anfitriões do Mundial participam no torneio de qualificação

O Campeonato do Mundo de Futebol de Praia FIFA 2011 será disputado em Roma, capital italiana, pelo que a Squadra Azurra já tem lugar assegurado na competição, como país organizador. No entanto, a Itália foi também escolhida para receber o torneio de apuramento, razão pela qual vai participar na competição, tendo a presença no Mundial 2011 previamente garantida. Esta situação, apesar de caricata, acaba por fazer sentido se pensarmos que o torneio de qualificação conta para o ranking europeu, sendo por isso necessária a participação da selecção italiana no evento.

Pontapé de bicicleta de Palmacci na final do Mundial 2008 em Marselha frente ao Brasil.

Jogando em casa, os italianos vão querer vencer o Mundial Roma 2011. O melhor resultado da selecção italiana em Mundiais foi obtido em 2008 em Marselha: um excelente 2º lugar, perdendo na final frente ao Brasil. Na imagem, Palmacci executa um pontapé de bicicleta perante a oposição do brasileiro Buru nessa grande final.

5 Vagas Europeias para o Mundial 2011: Itália apurada, 4 lugares em jogo

Em cada Mundial de Futebol de Praia são atribuídas 5 vagas às selecções europeias, como reconhecimento pela grande qualidade do futebol de praia praticado no velho continente, onde o futebol de praia tem conhecido um desenvolvimento prodigioso. A competição de 2011 não será excepção, estando uma das vagas preenchida pela selecção italiana, pelos motivos acima mencionados. Assim, restam apenas 4 lugares europeus no Campeonato do Mundo 2011, para serem definidos neste torneio de apuramento.

Formato da Competição: 27 Equipas, 7 grupos, 2 estádios

O torneio de qualificação para o Mundial 2011 é uma competição aberta a todos os países europeus interessados em participar, desde que se inscrevam dentro do prazo estabelecido. Para a edição deste ano, 27 federações manifestaram o seu interesse em disputar o apuramento, batendo assim o número de equipas de 2009 (26 selecções) e o de 2008 (24 participantes). O torneio, realizado pela primeira vez em areias italianas, será portanto o maior evento da História do futebol de praia até à actualidade!

A competição segue a estrutura normal de um grande campeonato, encontrando-se dividida em duas partes: uma fase de grupos, na qual são seleccionadas as equipas mais aptas do continente, e uma segunda parte, disputada em eliminatórias até ao jogo da final.

As 27 equipas foram divididas em 7 grupos, 6 dos quais têm 4 selecções, sendo o grupo restante integrado por 3 participantes. Dentro de cada grupo, as equipas jogam todas umas contra as outras, nos dias 11 (Domingo), 12 (2ª feira) e 13 (3ª feira), conquistando pontos de acordo com os critérios habituais do futebol de praia (3 pontos em caso de vitória, 2 pontos para vitória no prolongamento ou em grandes penalidades, 0 pontos para as derrotas).

Grupos do Torneio de Qualificação da Europa para o Mundial 2011. Sorteio coordenado por Josep Ponset, realizado em Barcelona, na sede da Beach Soccer World Wide.

Grupos do Torneio de Qualificação da Europa para o Mundial 2011. Sorteio coordenado por Josep Ponset, realizado em Barcelona, na sede da Beach Soccer World Wide.

Cada dia da fase de grupos vê 26 equipas em acção (todas excepto a equipa do grupo A que fica de folga), com um total de 13 jogos disputados ao longo de 11 horas, da manhã ao final da tarde. Por esta razão, alguns jogos vão ter de ocorrer em simultâneo, em dois estádios diferentes, montados na Praia de Bibione. As duas melhores equipas de cada grupo têm lugar assegurado na fase seguinte, bem como os dois melhores terceiros classificados dos 6 grupos constituídos por 4 selecções.

No dia 14 de Julho, 4ª feira, as equipas gozam de uma preciosa e merecida folga, enquanto se realiza o sorteio para a segunda fase do torneio. São então definidos os jogos dos oitavos de final, bem como os cruzamentos nos quartos de final e depois nas meias finais. Para determinar os confrontos dos oitavos de final, os vencedores dos 7 grupos e o melhor segundo classificado de todos estes grupos são colocados no pote 1, enquanto as restantes equipas apuradas para a segunda fase integram o pote 2, havendo um encontro das equipas de potes diferentes nos jogos dos oitavos de final.

Visto que neste torneio se qualificam 4 selecções, as equipas que alcançarem as meias finais terão o apuramento garantido, juntando-se aos italianos no lote de representantes europeus no Mundial 2011. Caso a Itália chegue às meias finais, o que é bastante provável, torna-se necessário recorrer a play-offs de apuramento, disputados pelas equipas derrotadas nos quartos de final, para definir a 5ª equipa europeia a estar presente no Campeonato do Mundo.

Paisagem paradisíaca para milhares de turistas oferece agora grandes espectáculos de futebol de praia aos seus visitantes.

As magníficas praias de Bibione são o local escolhido para acolher a maior competição europeia de futebol de praia de sempre. Uma paisagem paradisíaca que promete um grande espectáculo de futebol de praia em areias italianas! E tantos turistas!

11 de Julho: Primeiro dia de jogos

A grande competição em Bibione começa com um dia repleto de acção e certamente grandes momentos de futebol de praia, com 13 jogos fabulosos a fazerem as delícias dos adeptos locais, além de todos os que acompanham o evento através da televisão ou da Internet. Apresento, em seguida, o calendário de jogos para este primeiro dia, indicando as horas das partidas de acordo com o fuso horário de Portugal Continental, o estádio em que vão ter lugar, o grupo ao qual pertencem as equipas e possíveis formas de assistir ao jogo em tempo real:

08:00 – Estádio 1 – Grupo B – Grécia vs. Holanda (live broadcast no site da BSWW)

08:00 – Estádio 2 – Grupo C – Roménia vs. Andorra

09:15 – Estádio 1 – Grupo F – República Checa vs. Azerbeijão (live broadcast no site da BSWW)

09:15 – Estádio 2 – Grupo G – Polónia vs. Moldávia

10:30 – Estádio 1 – Grupo E – Hungria vs. Ucrânia (live broadcast no site da BSWW)

10:30 – Estádio 2 – Grupo G – Noruega vs. Áustria

11:45 – Estádio 1 – Grupo C – Rússia vs. Eslováquia (live broadcast no site da BSWW)

13:00 – Estádio 2 – Grupo F – Cazaquistão vs. França

13:00 – Estádio 1 – Grupo D – Inglaterra vs. Estónia (live broadcast no site da BSWW)

14:15 – Estádio 1 – Grupo E – Suíça vs. Bielo-rússia (live broadcast no site da BSWW)

15:30 – Estádio 1 – Grupo D – Portugal vs. Israel (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV 2 e SPORT TV HD

16:45 – Estádio 1 – Grupo A – Itália vs. Turquia (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV HD

18:00 – Estádio 1 – Grupo B – Espanha vs. Bulgária (live broadcast no site da BSWW) – SPORT TV HD

Um grande evento: não percam

E assim vai começar um grande evento de futebol de praia, seguramente para mais tarde recordar, com muita emoção e magia, num ambiente fantástico para a prática da modalidade. Como se sabe, o futebol de praia apresenta um crescimento explosivo na Europa, tendo surgido cada vez mais selecções nos últimos anos, procurando uma maior projecção no plano internacional. Apesar de algumas equipas serem favoritas, surgem outras numa segunda linha com sérias aspirações para este torneio, ambicionando o apuramento para o Mundial 2011. Teremos indubitavelmente um grande torneio, com muita luta, paixão e uma semana recheada dos melhores momentos do futebol de praia europeu!

Deixo aqui um vídeo relativo ao torneio de qualificação para o Mundial 2009, competição essa que se disputou entre os dias 7 e 14 de Junho do ano passado, em Castellon, na Espanha. O filme contém aqueles que foram considerados os 5 melhores golos do evento, embora eu ache que os membros da BSWW beneficiaram os jogadores espanhóis nesta selecção, ao terem incluído 3 golos da equipa da casa, quando houve inúmeros golos fantásticos durante a semana. Em todo o caso, são 5 grandes momentos que tenho para vos mostrar.

Esperamos que em 2010 em Bibione seja ainda melhor!

Selecção Nacional Portuguesa

Deixo também a lista dos convocados da selecção portuguesa para a competição. O treinador José Miguel Mateus, que tem feito um excelente trabalho no cargo, levou para Itália uma equipa que combina experiência e jovialidade, disciplina e criatividade, concentração e muita garra, composta pelos 12 animosos jogadores:

Guarda-redes

Paulo Graça (12)

João Carlos (22)

Defesas

Coimbra (2)

Marinho (8)

Bilro (11)

Avançados

Jordan (4)

Marco (5)

Alan (6)

Madjer (7)

Belchior (10)

Paulo Neves (13)

Bruno Novo (18)

Possivelmente, um leitor menos bem informado questionará a tão grande disparidade entre o número de avançados e o número de defesas que figuram nos convocados. Por essa razão, estou no dever de vos explicar que as designações defesa e avançado são muito relativas no futebol de praia, pois todos os jogadores desempenham um papel muito importante quer nas acções defensivas quer no processo ofensivo. São apenas classificados como defesas ou avançados de acordo com a posição que ocupam no esquema táctico da equipa (que pode mudar facilmente ao longo da partida e mesmo dentro da mesma jogada, o que confere ao jogo de futebol de praia uma dinâmica extraordinária).

Muitas vezes, considera-se defesa apenas o jogador cuja posição de base se localiza mais perto do guarda-redes, sendo os restantes jogadores classificados como avançados. Assim, as escolhas do nosso seleccionador nacional em nada comprometem o equilíbrio entre os diferente sectores da equipa portuguesa.

Grupo D: Cuidado com Israel. Estónia e Inglaterra são incógnitas.

Em relação aos adversários de Portugal na fase de grupos, devo realçar a qualidade da selecção israelita, que os heróis lusitanos enfrentam logo no jogo de abertura. São uma equipa que apresenta um bom crescimento nos últimos anos, baseando o seu jogo na superioridade física e na singular vontade de vencer dos seus jogadores. Atletas possantes e determinados são, de facto, a imagem de marca desta selecção, cujo maior destaque é o capitão Ilos, número 9, que actua como pivô (jogador mais avançado) e joga tudo o que tem em cada lance, detendo um remate poderoso.

A Estónia, segundo adversário de Portugal no torneio, é já uma velha conhecida da selecção nacional, tendo sido derrotada pelos pupilos de Zé Miguel nas edições de 2008 e 2009 do torneio de qualificação. São provavelmente a equipa mais fraca do grupo, mas são também um pouco imprevisíveis: se por um lado são capazes de golear as equipas mais fracas da competição, mostrando ter alguma técnica e conhecimento do jogo, por outro, parecem bloquear completamente quando jogam contra equipas mais fortes, ficando completamente inibidos e sofrendo derrotas pesadas.

Nakash passa pelo guarda-redes grego e marca um golo, num jogo em que Israel venceu a Grécia por 9-5 (com 5 golos de Ilos).

Israel constitui o adversário mais difícil de Portugal nesta fase de grupos da qualificação para o Mundial. Na imagem, Nakash passa pelo guarda-redes grego e marca um golo, num jogo que Israel venceu por 9-5, com 5 golos de Ilos. Partida da divisão B da Liga Europeia.

Os ingleses, uma presença assídua em eventos europeus de futebol de praia, com um longo historial na modalidade, mas sem nunca se terem imposto verdadeiramente na esfera do beach soccer internacional, são uma equipa que Portugal conhece muito bem, pois quase todos os anos têm lugar confrontos entre estas duas selecções. E se em Novembro de 2009 os bretões foram goleados por 17-4, num torneio amigável no Porto, no passado mês de Março fizeram uma grande exibição contra os ilustres portugueses, embora sem Madjer e Alan, perdendo apenas por 3-0.

São uma equipa com algumas potencialidades, mas muito irregular: umas vezes, produzem jogadas espectaculares no ataque e defendem com muita concentração, conseguindo rivalizar com as grandes potências europeia; outras vezes, desconcentram-se totalmente e concedem facilidades tremendas aos seus adversários, saindo derrotados por qualquer equipa.

Mensagem de Força e Confiança

Assim, o grau de dificuldade dos jogos não pode estar muito bem definido e tenho as minhas dúvidas em relação à classificação final do grupo. Em todo o caso, não se põe em causa a vitória de Portugal nos três jogos, que a selecção nacional certamente conseguirá tornar mais fáceis com o decorrer do tempo, construindo vantagens sólidas que lhe permitam controlar os jogos. Depois, resta esperar pelo sorteio e manter a concentração em níveis bem elevados para vencer com segurança o jogo dos oitavos de final, antes dessa partida decisiva dos quartos de final, onde Portugal encontrará um adversário de qualidade, sendo necessário jogar com tudo o que tem para chegar às meias finais, independentemente da equipa que surgir no caminho.

No ano passado, Portugal venceu a Roménia por 5-2 no jogo decisivo dos 1/4 final e ficou qualificado para o Campeonato do Mundo 2009.

No ano passado, Portugal venceu a Roménia por 5-2 no jogo decisivo dos 1/4 final e qualificou-se para o Mundial Dubai 2009, onde viria a conquistar o 3º lugar. Na imagem, os jogadores portugueses festejam esse apuramento, nas areias de Castellon, em Espanha. Este ano, também vamos conseguir!

Estou confiante. É só isto que posso dizer. O pessoal da nossa selecção está confiante e perfeitamente consciente daquilo que está a fazer. São jogadores fantásticos, apoiados por uma equipa técnica não menos valorosa, que os orientará da melhor maneira rumo ao Mundial 2011!

FORÇA PORTUGAL!

Taça da Europa de Futebol de Praia Roma 2010: O espectáculo vai começar!

Pois é. O tempo vai passando e a tão esperada Taça da Europa de Futebol de Praia já chegou! É verdade. Hoje, pelas 16:30, tem lugar o pontapé de saída da 12ª edição do evento, na maravilhosa capital italiana, Roma!

A competição é disputada durante 3 dias (6ª feira, Sábado e Domingo), em formato de eliminatórias, isto é, em quartos-de-final, meias-finais e final. Serão também jogados todos os jogos de consolação, a fim de ficarem definidas todas as posições da classificação, do 1º ao 8º lugares.

No primeiro dia de Jogos, dia 4 de Junho, Portugal defronta a Suíça no primeiro jogo. Vai ser certamente um grande desafio de futebol de praia, com duas equipas de grande nível, que se conhecem muito bem. O espectáculo já está garantido. Agora resta esperar pelo resultado. E eu digo: vamos ganhar! Sim! Estou consciente das dificuldades que esta partida contra os vice-campeões do mundo acarreta, mas acredito plenamente na vitória de Portugal. Temos tudo o que é preciso para vencer os helvéticos e passar às meias-finais!

Seguidamente, a Espanha e a Polónia lutarão por um lugar entre as 4 melhores equipas do torneio, num jogo em que os nossos vizinhos ibéricos são favoritos. No entanto, a Polónia deixou uma boa imagem na primeira etapa da Liga Europeia 2010, apesar de ter perdido todos os jogos, e não me parece que o jogo vá ser fácil para a turma de Amarelle.

A Rússia, actual campeã europeia, tem a tarefa relativamente complicada de passar pela França, treinada pelo experiente Eric Cantona. Contudo, tem sido notória a decadência da selecção gaulesa ao longo dos últimos dois anos, quando perderam a sua posição de destaque como uma das melhores equipas europeias. Pelo contrário, a Rússia tem vindo a crescer de uma forma impressionante, desde 2007, e inclusivamente já deu provas da sua força no decorrer desta temporada, ao vencer os três torneios em que já participou, o último dos quais foi a primeira etapa da Liga Europeia de Futebol de Praia, em Moscovo. Por isso, penso que, de uma maneira ou de outra, os russos acabarão de levar vencida a selecção francesa.

No último jogo do dia, os anfitriões da Taça da Europa debatem-se com os rivais da Hungria, na luta por um lugar nas meias-finais. Os italianos ocupam indiscutivelmente um lugar de destaque no futebol de praia europeu, embora sejam muito irregulares e, consequentemente, muito imprevisíveis: nunca se sabe muito bem o que esperar deles. De qualquer forma, são uma equipa de elite, com dois grandes jogadores (Pasquali e Carotenuto), além de outras mais valias, muito experiente, treinada por um técnico com garra (quem conhece Giancarlo Magrini sabe do que falo) e que vai fazer tudo pelo triunfo em frente ao seu público. Isto para apagar a péssima imagem transmitida pelos transalpinos no ano passado, quando perderam todos os jogos e ficaram no 8º lugar (entenda-se: o último) da classificação. A Hungria, que não tem nada a perder, vai a Roma com vontade de surpreender, esperando repetir a gracinha do ano passado, quando eliminou a Itália no primeiro jogo (5-2).

Durante os três dias, quase todos os jogos serão transmitidos em directo pela Eurosport 2. Hoje, 6ª feira, 4 de Junho, todos os jogos têm direito a transmissão directa. Além disso, todos os jogos serão transmitidos via online, no site da BSWW (Beach Soccer WorldWide), que emite os 12 jogos da competição em alta definição (não sei se isto é mesmo verdade, embora seja levado a crer que sim) para todos os fãs de futebol de praia à volta do mundo.

Podem acompanhar toda a acção da Taça da Europa de Futebol de Praia Roma 2010 aqui.

Toca a apoiar a nossa selecção! Toca a viver a alegria e emoção deste desporto apaixonante! É a magia do futebol de praia, ao alcance de todos!

Liga Europeia de Futebol de Praia 2010 – Primeira Etapa da Fase Regular em Moscovo: Rússia bate Itália e vence o torneio da Divisão A

Nota: Se procuram informações sobre a Superfinal da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, realizada em Lisboa, em Belém, visitem este post, onde poderão encontrar tudo o que pretendem.

Terminou hoje o evento russo da fase regular da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010. No torneio da Divisão A, a Roménia venceu a Polónia por 8-6 num jogo de grandes emoções, obtendo assim 3 pontos que poderão vir a ser decisivos no Ranking da Fase Regular. A Rússia, anfitriã do torneio, não desiludiu os 4 500 fãs moscovitas presentes em Poklonnaya Hill e ganhou a partida frente aos italianos, por 4-3, numa exibição segura que valeu aos russos o título no torneio. O desafio da Divisão B será tratado noutro post brevemente.

POLÓNIA 6 – 8 ROMÉNIA: MUITA LUTA. GRANDE SAGANOWSKI. ROMÉNIA MAIS FORTE.

O primeiro jogo da divisão A foi um excelente exemplo daquilo que faz do futebol de praia uma desporto espectacular: golos fantásticos, em grande abundância, recuperações estrondosas, amor às cores nacionais, emoção até ao fim…

O jogo: 24 minutos iniciais (1º e 2º períodos)

A Polónia nunca esteve em vantagem, pois eram sempre os romenos quem conseguia marcar primeiro, embora Saganowski e os colegas encontrassem sempre uma maneira de empatar o jogo, excepto no final do 3º período. A Roménia esteve a vencer por 2-0, com golos de Maci e Croi, mas acabou por ceder o empate aos polacos com um golo de Saganowski e um prodigioso remate de longa distância de Ziober: 2-2 no final do 1º segmento de jogo.

O 2º período trouxe muitas emoções, com a vantagem romena trazida pelo livre directo de Dobre a ser prontamente desfeita pelo pontapé de saída de Saganowski, antes de a Polónia ser autenticamente cilindrada por uma Roménia implacável, liderada por Maci. O número 14 romeno apontou dois golos pavorosos, um num espectacular remate de muito longe, o outro num fenomenal pontapé de bicicleta, selando a contagem no 2º período de jogo com uma assistência para Raj, que concluiu da melhor maneira uma jogada de contra-ataque: 6-3 a favor dos romenos, deixando a Polónia numa situação deveras complicada.

3º período: intensidade descomunal

O 3º período, porém, ainda proporcionaria emoções mais fortes, com o jogo a assumir uma vivacidade muito própria da modalidade. Inicialmente, se a Roménia caiu no erro de tentar defender o resultado que trazia do 2º período, o mesmo não aconteceu com os polacos que, liderados por Saganowski, foram pressionando a defesa adversária, acabando por conseguir marcar três preciosos golos que lhe dariam o empate: 6-6, com um golo de Wymuszek e dois tentos quase seguidos de Boguslaw Saganowski. A reacção romena, no entanto, não se fez esperar, e foi pouco tempo depois do golo do empate que Croi, num livre de muito longe, bateu o guarda-redes Skrypiec, sem hipóteses de defender um remate perfeito. A Polónia tentou reagir, mas não consegui voltar a marcar, enquanto o tempo passava, até que a Roménia chegou ao oitavo golo, por intermédio de Dobre, em mais um livre cobrado a uma grande distância da baliza.

O 8-6 cortava as aspirações polacas, apesar da tentativa desesperada de Saganowski e companheiros na ânsia de marcar novos golos. Como resultado da falta de calma e fair-play, Wymuszek e Saganowski foram expulsos, na sequência de um canto em que Wydmuszek empurrou violentamente um jogador romeno e Saganowski introduziu a bola na baliza adversária num fantástico remate acrobático após o apito do árbitro, dirigindo-se ao juiz da partida aos gritos, provavelmente de forma insultuosa, visivelmente de cabeça perdida. A situação foi caricata, com a equipa Polónia a jogar os 20 segundos que faltavam em inferioridade numérica, com apenas 3 jogadores em campo, um dos quais era o guarda-redes Skrypiec. Contudo, a Roménia não marcou mais golos e o jogo terminou mesmo com um triunfo romeno por 8-6, lançando os jogadores e equipa técnica romenos numa festa sem precedentes.

Roménia e Polónia: ilações a retirar e situação actual

De facto, foi uma grande vitória, num grande jogo de futebol de praia, frente a uma excelente equipa que nunca se rendeu! A Roménia está de parabéns pelos 3 pontos que conseguiu obter, que lhe poderão vir a ser muito úteis no decorrer da competição, e pela excelente imagem que deixou ao longo da competição, num trio de boas exibições que justificam plenamente a sua presença na Divisão A da Liga Europeia. Maci, sobretudo, mostrou ser um jogador acima da média, com uma técnica fenomenal e uma energia inesgotável. Dobre, Croi e Raj também deixaram boas indicações, assim como o guarda-redes Verbi, apesar de algumas infelicidades no jogo frente aos italianos. Naturalmente que a Roménia ainda tem um longo caminho a percorrer no campo do futebol de praia europeu, mas esta evolução está a ser muito positiva.

A Polónia abandonou Moscovo sem qualquer ponto, o que não satisfaz de maneira nenhuma as aspirações dos seus jogadores para esta Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, mas demonstrou que se encontra num bom momento de forma, com uma equipa coesa e disciplinada, repleta de talentos, dos quais Saganowski e Ziober são os nomes mais sonantes. No entanto, o parâmetro defensivo devia merecer particular atenção da parte do treinador Polakowski, além de uma certa inconsistência nas actuações da sua equipa, cuja produtividade sofre variações drásticas consoante o momento do jogo, diminuindo subitamente nos instantes decisivos. Ainda assim, a Polónia tem ainda possibilidades de evitar a última posição da Divisão A e escapar a uma eventual despromoção, caso vença a França na segunda etapa da fase regular, em Marselha.

RÚSSIA 4 – 3 ITÁLIA. DUELO DE GIGANTES. ITÁLIA AGUERRIDA. EFICÁCIA E FRIEZA RUSSAS.

No último jogo do evento, os anfitriões defrontaram a congénere italiana, num combate aceso pelos 3 pontos para o Ranking da Liga Europeia e pela vitória na etapa. A Rússia, que jogava em casa, com um estádio cheio, após duas exibições muito consistentes frente a romenos e polacos, detinha o favoritismo face a uma Itália com muita garra, grande capacidade ofensiva, mas graves problemas defensivos, evidenciados nos triunfos suados obtidos nos jogos anteriores. No entanto, apesar das diferenças entre as duas selecções, esperava-se um jogo equilibrado, no qual a turma de Giancarlo Magrini daria uma boa resposta contra os rivais de leste (os italianos são um pouco assim, funcionam por adaptação do seu jogo ao nível apresentado pelos adversários).

A partida, muito renhida, correu de acordo com as minhas previsões, com uma equipa russa sempre muito concentrada, a não cometer erros e a jogar de forma simples, mas elegante, aproveitando eficazmente grande parte das suas oportunidades. Esta postura permitiu aos pupilos de Nikolai Pisarev (que cumpriu o último jogo como treinador da selecção de futebol de praia do seu país) passar para a frente do marcador várias vezes ao longo do jogo, acabando por conseguir segurar a vantagem, procedendo a uma gestão inteligente do resultado. A Itália tentou reagir, numa grande prestação, com alma e coração, continuando sempre na discussão do jogo. Conseguiu mesmo empatar a partida por duas vezes, mas a partir do terceiro golo russo, no final do 2º período, Pasquali, Carotenuto e colegas não conseguiram voltar a recuperar.

No primeiro período, o jogo estava equilibrado, com poucas oportunidades para cada equipa, sendo um remate de Carotenuto ao poste da baliza de Bukhlitskiy a melhor situação para marcar. No entanto, seria a selecção anfitriã a inaugurar o marcador, já com a segunda equipa em campo, na sequência de um canto, com Shakhmelyan a surgir na área italiana e a introduzir a bola na baliza de Spada, num lance em que a defesa transalpina esteve manifestamente mal (Pasquali e Spada deixaram a bola passar junto ao primeiro poste, Corosiniti falhou na marcação ao jogador russo). A Rússia manteve-se mais pressionante durante alguns instantes, mas a Itália voltaria a conseguir equilibrar o jogo, buscando incessantemente o empate, sobretudo Carotenuto, que acabou mesmo por marcar, num remate à meia volta, após um passe de um colega no lançamento lateral. Belo golo! Ambas as equipas tentaram alcançar a vantagem antes do fim do 1º período, mas sem sucesso.

(os restantes períodos do jogo serão convenientemente abordados em tempo incerto)

TOP 5 GOALS: Segundo a BSWW (e não Segundo Andrey Amabov)

Apresento em seguida uma selecção dos 5 melhores golos desta primeira etapa da Liga Europeia de Futebol de Praia 2010, numa pequena produção da Beach Soccer World Wide. Neste filme, os membros da parte dos media da organização internacional da modalidade escolheram os seus golos favoritos entre os 105 que entusiasmaram o público moscovita nos três dias de competição, quer da divisão A quer da divisão B da Liga Europeia.

O vídeo inclui dois golos de Maci (Roménia), uma relíquia de Ziober (Polónia), um tento de Shishin (Rússia) e um momento de inspiração de Romrig (Alemanha), mas não contempla nenhum dos belos golos marcados pela equipa italiana no torneio. Embora ache que os golos seleccionados são 5 autênticas maravilhas do futebol de praia, penso que pelo menos o pontapé de bicicleta de Pasquali frente à Polónia deveria ter sido contemplado. O destaque natural do filme vai para Maci, o número 14 do colectivo romeno, que deslumbrou as bancadas com os seus golos de belo efeito e mostrou que a sua equipa veio ao escalão principal do futebol de praia europeu para lutar com os grandes.

Em todo o caso, aprovo estas iniciativas da BSWW na divulgação da modalidade na Internet, especialmente no youtube, e agradeço por terem disponibilizado um tão precioso recurso, que vem enriquecer o meu blogue.

Spring Cup Viseu 2010: Arbitragem do Portugal vs Suíça e do torneio

Penso que, no último post, deixei bem clara a minha forma positiva de encarar a derrota, valorizando a atitude exemplar da selecção nacional e o mérito da equipa suíça, explicando a derrota portuguesa com base na menor eficácia dos jogadores lusos e no azar que perseguiu sobre os pupilos de José Miguel Mateus. No entanto, a aptidão dos suíços para marcar em momentos cruciais e a infelicidade dos avançados de Portugal não são os únicos factores a ter em conta, considerando alguns acontecimentos estranhos que ocorreram durante o jogo. Como se justifica que, após o golo de Stankovic, quando a selecção nacional procurava corajosamente o empate, o árbitro tenha prejudicado sistematicamente a equipa portuguesa, com várias decisões erradas consecutivas? Passarei a clarificar cada situação.

Portugal 3 – 4 Suíça: Casos do jogo

Praticamente na primeira jogada de perigo para a baliza de Nico depois do quarto golo dos helvéticos, o número 8 suíço, Moritz Jaeggy, cometeu mão no interior da sua área defensiva. A grande penalidade era clara, mas os árbitros nada assinalaram, deixando os jogadores portugueses e o banco de suplentes a protestar, obviamente indignados. Logo a seguir, quando Belchior explorava os raros espaços concedidos pela defensiva suíça, foi indiscutivelmente carregado em falta por Schirinzi, sem que a equipa de arbitragem tivesse tomado qualquer atitude. Da falta evidente resultaria um livre perigosíssimo para a baliza de Nico, ligeiramente descaído para a esquerda, bem ao jeito de Belchior. Numa das jogadas seguintes, o número 10 de Portugal tornou a ser travado em falta, mais ou menos no mesmo local da situação anterior, num lance que não deveria trazer dúvidas ao mais inexperiente dos árbitros, mas que não foi sancionado pelos juízes da partida. Muito curioso…

Estes três episódios foram praticamente seguidos, o que me leva a questionar a isenção dos árbitros daquela partida. Peço desculpa por estas teorias da conspiração, mas penso que os adeptos de futebol de praia mais atentos à modalidade terão consciência da tendência natural dos juízes para prejudicar Portugal nas suas decisões. Basta recordar algumas situações bastante caricatas nos últimos mundiais, sobretudo o de 2008, no qual, utilizando uma expressão popular, “fomos roubados à força toda”.

A arbitragem na competição: uma curiosa sucessão de erros

Neste contexto, julgo que esta questão pode ser pertinente, sobretudo se analisarmos a actuação da arbitragem no resto do torneio. Começando pelo próprio Portugal vs Suíça, gostaria de recordar outra grande penalidade não assinalada, resultante de uma falta sobre Belchior, ainda no 1º período.

Recuando um dia no tempo, somos confrontados com outras duas situações curiosas no jogo entre a selecção nacional e os russos: a primeira foi uma grande penalidade que escapou aos árbitros da partida, por falta sobre Durval, nos 12 minutos iniciais; a segunda consistiu na expulsão do mesmo jogador, já no terceiro período de jogo, quando o jovem número 8 português travou em falta a corrida de Aksenov, ainda fora da área defensiva de Portugal, sem qualquer intenção de agredir o jogador adversário, embora tenha dirigido a entrada às pernas do avançado russo. O cartão vermelho, apesar de aceitável, é muito discutível, obedecendo a um critério muito rígido que, na minha perspectiva, não esteve de acordo com a arbitragem no resto do encontro, nem tão pouco deve ser aplicado em torneios desta natureza.

Por fim, atingimos o primeiro dia da Spring Cup, com o jogo inaugural de Portugal diante da congénere britânica. Nenhuma situação a assinalar, à excepção da grande penalidade da qual a selecção inglesa dispôs, a um minuto do final do jogo, por alegada mão na bola de Torres, quando este tinha o braço junto ao corpo e o esférico simplesmente tocou na sua mão, num remate que até ia para fora. Este episódio, totalmente ridículo, que poderia ter feito Portugal sofrer um golo, não fosse a brilhante intervenção de Paulo Graça, vem criar uma certa dualidade de critérios, sendo que os lances passíveis de grande penalidade, como a mão de Mo, não são assinalados, enquanto que as situações legais do jogo, nomeadamente este contacto inofensivo da bola com a mão de Torres, dão origem a penaltis. Interessante…

Ainda no primeiro dia de jogos, recuando umas horas, somos confrontados com uma situação deveras estranha, relacionada com a forma como foi marcado o terceiro golo russo, ainda no 1º período. Recorde-se que o número 5 Krasheninikov, após uma boa iniciativa individual, simulou a falta na área da Suíça, como se tivesse sido derrubado por Nico Jung, e os árbitros, supostamente enganados pela teatralidade do lance, concederam grande penalidade e o avançado russo, moralizado, não falhou.

Conclusões: meras suspeitas de falta de isenção dos árbitros

Agora digam-me: haverá alguma razão para duvidar da legitimidade da arbitragem neste torneio? Pois claro que sim! Naturalmente que isto são apenas suspeitas, e não tenho provas para acusar os juízes dos jogos de tentativa de manipulação de resultados. No entanto, por detrás da excelente qualidade do futebol de praia apresentado pelas 4 selecções nacionais, que estão de parabéns pelo maravilhoso espectáculo que proporcionaram, esconde-se uma prestação vergonhosa da equipa de arbitragem. Se é verdade que alguns casos se podem explicar pela margem de erro humano, outras foram demasiado próximas e em número demasiado elevado para poderem ser atribuídas ao acaso.

Em termos gerais, podemos inferir uma possível tentativa de estragar os planos da selecção nacional, por quem os árbitros não morrem de amores, ou uma jogada no sentido de beneficiar a equipa russa, quer pelas ajudas concedidas nos jogos da equipa de leste, quer pelas injustiças que afectaram Portugal em outros jogos do torneio, servindo na perfeição as aspirações russas. Note-se, mais uma vez, que estou apenas a tentar perceber o que realmente aconteceu, na tentativa de descobrir a verdade acerca do assunto, sem querer ofender ninguém ou acusar os árbitros, pois não tenho quaisquer provas do que quer que seja. Além disso, as suspeitas referem-se apenas aos árbitros, e não aos responsáveis pela equipa russa, que eu respeito e admiro pela grande qualidade do seu futebol de praia.

Remate final: para que serve este post?

Em suma, este post destina-se apenas ao esclarecimento de todas as questões relacionadas com a arbitragem na Spring Cup Viseu 2010, em busca da verdade desportiva. Visto que não tinha dados suficientes para obter conclusões fiáveis, formulei as hipóteses que me pareciam mais plausíveis, reafirmando a sua natureza falível. Uma vez que as dúvidas persistem e a minha curiosidade é muita, deixo aberta a discussão do assunto com qualquer pessoa que tenha disputado a competição ou assistido ao evento.

De qualquer maneira, como nota final, queria realçar que este post não põe em causa o meu amor ao futebol de praia e o fascínio pela Spring Cup 2010. Antes pelo contrário, pretende demonstrar o quão indignado e triste me sinto por ver que a arbitragem não tem acompanhado o prodigioso crescimento da modalidade, poluindo as arenas de todo o mundo com as suas decisões erróneas, possivelmente facciosas. Apenas redigi este post separadamente dos restantes artigos sobre a Spring Cup porque o texto era demasiado longo e eu não queria estragar os textos anteriores, verdadeiros hinos ao futebol de praia, com estas considerações sobre um fenómeno tão deplorável como este.

Em todo o caso, devemos reter a ideia de que, como o Zé Miguel disse após o jogo com a Suíça, estas situações fazem parte do espectáculo e temos de saber viver com elas (não me lembro das palavras exactas, mas foi esta a mensagem sábia e experiente que o nosso seleccionador transmitiu).

Spring Cup Viseu 2010: detalhada apresentação do evento

Depois de um período de inactividade de 130 dias, a selecção nacional de futebol de praia volta a entrar em campo. A Spring Cup está aí mesmo à porta e, contra todas as expectativas, Viseu é a cidade anfitriã. Com transmissões televisivas diárias, podemos assistir ao melhor futebol de praia europeu outra vez! A festa do futebol de praia está de volta!

Spring Cup Futebol de Praia Viseu 2010: o poder do desporto!

Antes de mais nada, gostaria de fazer uma breve introdução às circunstâncias que antecederam esta competição. Por minha vontade, já o teria feito antes, mas uma ausência de três dias durante os quais não tive acesso à Internet não mo permitiu. A Spring Cup terá lugar entre os dias 9 e 11 de Abril, em Viseu, no nosso querido Portugal.

Spring Cup Viseu 2010: expectativas para um grande evento desportivo

Spring Cup Viseu 2010: expectativas para um grande evento desportivo

Após um Inverno longo e rigoroso, o futebol de praia esteve ausente das vidas dos membros da selecção nacional portuguesa. Excluindo um amistoso disputado em São Paulo entre os campeões do mundo (a saber, o Brasil) e uma equipa All-Stars composta pelos melhores jogadores de todo o mundo, no qual Madjer e Alan participaram com grandes prestações, os nossos jogadores não tiveram qualquer oportunidade de pisar as macias areias da praia e praticar a sua modalidade predilecta, espelhando a sua técnica formidável. Deste modo, com o despontar dos primeiros sinais primaveris, a realização de uma competição internacional de beach soccer vinha mesmo a calhar.

Nesta linha de ideias, a cidade portuguesa de Viseu decidiu tomar a iniciativa e acolher um torneio internacional da modalidade. A Câmara Municipal de Viseu, sempre atenta ao desporto em geral, observando o elevado ritmo de crescimento do futebol de praia em anos recentes, organizou este evento de dimensão europeia, em cooperação com a PA Leading. A Federação Portuguesa de Futebol mostrou sempre uma grande receptividade ao projecto, louvando a promoção da modalidade num local diferente dos habituais e entendendo a importância de uma tal competição como pontapé de saída para o calendário da selecção das quinas.

Mas… Viseu não é uma cidade do interior? Exactamente. O distrito de Viseu, localizado na Beira Interior, não é banhado pela mais ínfima porção de mar, pelo que as praias marítimas não são uma realidade na cidade de Viriato. E qual é o problema? Estamos em pleno século XXI e o Homem já concebeu obras de engenharia bem mais complexas do que a construção de um campo Indoor de Futebol de Praia! Sendo o Pavilhão Multiusos de Viseu um excelente recinto desportivo, a preparação do terreno de jogo incidiu na deposição de 300 a 400 toneladas de uma areia específica sobre o pavimento, obedecendo a um plano rigoroso, tendo em vista a obtenção das condições ideais para a prática da modalidade. Por seu turno, as bancadas foram aproximadas da areia, estrategicamente, a fim de possibilitar um melhor contacto dos adeptos com o jogo em si.

Representando o primeiro Torneio Internacional Indoor de Futebol de Praia em Portugal, a Spring Cup Viseu 2010 foi reconhecida pela Beach Soccer World Wide (o organismo internacional para o futebol de praia) como competição integrante do Pro Beach Soccer Tour, entrando assim nas contas do Ranking Europeu da modalidade (5o pontos para o vencedor, 30 para o 2º lugar, 10 para o 3º lugar e 5 para o 4º lugar).

Conferência de Apresentação da Spring Cup Viseu 2010, dia 30 de Março, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Viseu. À esquerda, o seleccionador nacional, José Miguel Mateus; à direita, o delegado do futebol de praia da federação portuguesa de Futebol, João Morais. No centro, o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas. Entre João Morais e Fernando Ruas, o chefe da PA Leading, Miguel Rocha.

Conferência de Apresentação da Spring Cup Viseu 2010, dia 30 de Março, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Viseu. À esquerda, na extremidade da mesa, o seleccionador nacional, José Miguel Mateus. À direita, na extremidade oposta, o delegado do futebol de praia da federação portuguesa de Futebol, João Morais. No centro, o Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas.

Enquanto satisfaz os interesses estratégicos da PA Leading, além de servir os interesses competitivos das principais potências europeias, o torneio teria o poder de unir os viseenses em torno do futebol de praia, lançando as base para a implantação da modalidade no interior do país e dando um passo de gigante rumo à aceitação do futebol de praia como um grande desporto em todo o país. Estamos a fazer História, meus amigos. O futebol de praia, gradualmente, está a tornar-se uma modalidade Universal!

Equipas Participantes: quem são ao certo?

Convidadas as selecções da Rússia, da Suíça e da Inglaterra, que disputariam a conquista do troféu com a selecção lusa, estavam reunidas todas as condições para um grande torneio!

De realçar que a Rússia é campeã europeia em título, tendo vencido a edição de 2009 da Liga Europeia de Futebol de Praia, onde derrotou Portugal na final por 4-3, enquanto a Suíça alcançou o 2º lugar no Campeonato de Mundo de Futebol de Praia do ano passado, no Dubai (EAU). Ambas as equipas, apesar das condições naturais pouco propícias à prática do futebol de praia, protagonizaram uma extraordinária evolução nos últimos anos, alcançando um lugar entre os colossos da modalidade a nível europeu e mundial, contrariamente ao que muitas almas “iluminadas” pensam (e depois vêm poluir os locais de discussão do futebol de praia na Internet com a sua arrogância ignorante).~

Rússia e Suíça, grandes potências do futebol de praia na actualidade, defrontarão-se no Mundial Dubai 2009, na partida dos quartos-de-final. Nesse jogo, a Suíça levou a melhor, batendo os rivais russófonos por 4-2.

Rússia e Suíça, grandes potências do futebol de praia na actualidade, defrontarão-se no Mundial Dubai 2009, na partida dos quartos-de-final. Nesse jogo, a Suíça levou a melhor, batendo os rivais russófonos por 4-2 com 3 golos do número 9 Stankovic.

Em relação à Inglaterra, que constitui uma das mais antigas equipas europeias na História do Futebol de Praia, nunca se afirmou realmente na modalidade, obtendo resultados fracos nos últimos anos, mas sem nunca desanimar e aceitando sempre qualquer convite endereçado pela organização deste tipo de eventos.

Terminando com a selecção portuguesa, posso dizer que somos uma das maiores selecções do mundo, com um palmarés invejável e uma qualidade muito elevada desde os primórdios do futebol de praia. Com vários títulos europeus e mundiais, Portugal é, a par da Espanha, a selecção que detém a hegemonia europeia da modalidade, além de ser a equipa que apresenta maior capacidade para fazer frente ao Brasil, constituindo a grande rival da selecção Canarinha. Em 2009, Portugal classificou-se num honroso 3º lugar no Mundial FIFA (Dubai) e arrecadou o título do Mundialito, com uma grande vitória diante do Brasil. No entanto, em termos europeus, as coisas não correram tão bem, com a Liga Europeia a fugir para a Rússia e a Taça da Europa a ir parar às mãos da Espanha.

No Ranking Europeu de 2009, a selecção das quinas ficou colocada em 3º lugar, abaixo das suas aspirações e em consequência dos resultados menos positivos da temporada (com muito azar, digamos). Em todo o caso, a época de 2010 está aí à porta e não há melhor forma de começar o ano do que uma grande vitória na primeira competição da época! E logo nesta Spring Cup, onde os lusos terão a oportunidade de defrontar os grandes rivais da Rússia e da Suíça?

Convocados: os reis das areias do Multiusos de Viseu

A equipa russa, de Nikolai Pisarev, optou por rodar o plantel e dar tempo de jogo aos jovens da selecção, que foram menos utilizados no decorrer do ano. Deste modo, jogadores mais experientes como Shkarin, Makarov e Shakhmelyan surgem ao lado de rostos recentes como Eremeev, Krasheninikov e Aksenov, colmatando as ausências de Leonov (capitão de equipa), Shaykov, Shishin e Gorchinskiy, com compromissos ao nível do futsal. O guardião russo, muito experiente, que eu considero estar entre os 3 ou 4 melhores do mundo, também está ausente, assim como o guarda-redes suplente, Gorodnov, devendo ser substituídos por dois estreantes na baliza.

Quanto à selecção helvética, já iniciara a época desportiva em Fevereiro, com uma deslocação ao Brasil, para defrontar os campeões mundiais, num grande jogo que terminou com a vitória dos anfitriões por 7-5. Para este torneio, o treinador Angelo Schirinzi decidiu levar o núcleo duro da sua selecção, incluindo jogadores como a super estrela Dejan Stankovic, o capitão Mo, e ainda Leu, Spacca, Meier, Rodrigues e o próprio Schirinzi (ele é jogador-treinador). A baliza, como de costume, é ocupada pelo experiente Nico Jung, com Vale no banco de suplentes.

A Inglaterra, por sua vez, treinada por Terry Bowes, escolheu um leque de jogadores que conjuga energia e maturidade, com velhas caras do futebol de praia britânico, como O’Calaghan, Mitchell e Bowes (também ele jogador-treinador), acompanhadas por outros valores, como Tony Kerr e Richard Young (o mais recente reforço da selecção britânica). Não conheço suficientemente bem o conjunto inglês para avaliar convenientemente esta equipa, mas parece empenhada em fazer esquecer a derrota por 17-4 contra Portugal no Torneio do Futebol Show em Novembro de 2009. Naturalmente considerada a equipa mais fraca em prova, os ingleses parecem determinados em apagar esta ideia.

Belchior, um dos jogadores mais experientes dos convocados para a Spring Cup, será o capitão de equipa na competição em Viseu e será um elemento fundamental na organização do jogo português.

Belchior, um dos jogadores mais experientes dos convocados para a Spring Cup, será o capitão de equipa na competição em Viseu e será um elemento fundamental na organização do jogo português.

Finalmente, a magnífica selecção portuguesa, comandada pelo ilustre José Miguel Mateus, aparece em Viseu com um grupo surpreendente, cheio de jovialidade e impetuosidade, munido de muita coragem e vontade de vencer. Falo desta forma porque Madjer e Alan, os dois líderes espirituais da nossa selecção, não estão presentes em Viseu, dada a sua participação no Campeonato Estadual de Futebol de Praia do Espírito Santo. O guarda-redes geralmente titular Bruno Silva também não figura na lista de convocados, assim como Nuno Tavares, mas a comitiva lusitana inclui nomes sonantes como Belchior (Bola de Bronze e Bota de Bronze do Mundial 2008), Torres, Sousa, Zé Maria e Bilro. Na baliza, Paulo Graça, com dois anos de futebol de praia internacional, defende as redes portuguesas, em parceria com João Carlos Delgado, pronto para intervir.

Os jovens talentos Bruno Novo, Paulo Neves, Durval e Coimbra completam o lote de eleitos para Spring Cup. Muita garra e genica é aquilo que se espera desta equipa rejuvenescida, visando uma rodagem do plantel e a revisão dos processos implementados na época transacta.

Horários dos jogos e transmissões em directo

6ª feira (9 de Abril)

17: 30  – Rússia vs Suíça (SPORT TV 2)

19:00 – Portugal vs Inglaterra (SPORT TV 2)

Sábado (10 de Abril)

13:30 – Suíça vs Inglaterra

15:00 – Portugal vs Rússia (SPORT TV 2)

Domingo (11 de Abril)

14:30 – Rússia vs Inglaterra

16:00 – Portugal vs Suíça (SPORT TV 2)

Gostaria de alertar os eventuais interessados para o seguinte: apesar do conhecido capitalismo dos canais SPORT TV, estes podem ser facilmente captados via online em sites como este. Por vezes, os canais de transmissão podem não estar operacionais, mas, geralmente, corre tudo bem e temos a possibilidade de assistir aos interessantes, mas dispendiosos programas da SPORT TV, sem pagar absolutamente nada. Se não funcionar, podem sempre recorrer a outros sites, pesquisando na Internet.

De resto, para quem não tem computador com Internet, podem sempre recorrer a outra alternativa: os estabelecimentos de restauração. Por diversas vezes frequentei cafés com os canais desportivos que transmitiam os jogos de futebol de praia, lanchando enquanto me deliciava com sublimes jogadas da minha modalidade favorita. Porque não?

Spring Cup Futebol de Praia Viseu 2010: grande torneio em perspectiva

Spring Cup Futebol de Praia Viseu 2010: grande torneio em perspectiva

Para quem tem SPORT TV 2, não precisam de sair de casa, podendo acompanhar o evento directamente do conforto do vosso sofá. Se residirem nas proximidades de Viseu, então já sabem, dêem um saltinho ao Pavilhão Multiusos e apreciem a beleza desta modalidade divinal. Olhem que é uma oportunidade única…

Força Portugal!

Futebol de Praia: 2009 Top 10 Goals

No passado dia 10 de Fevereiro, a Beach Soccer World Wide publicou no youtube uma compilação com os 10 melhores golos de futebol de praia em 2009.

Nesta sublime produção audiovisual, o espectador pode assistir a um esplêndido desfile de grandes imagens desportivas, que marcaram a modalidade no ano passado. Todo o vídeo é complementado pelo som do momento, I Gotta Feeling, dos Black Eyed Peas.

A selecção dos golos foi muito bem conseguida e possibilitou uma grande variedade de momentos espectaculares. Este pequeno filme inclui instantes de magia proporcionados por alguns dos melhores atletas da actualidade, como o brasileiro Bruno, o italiano Carotenuto, o espanhol Amarelle e os portugueses Alan e Madjer.

Pontapés de bicicleta, remates de longa distância, soberbas jogadas de equipa, tudo isto reunido num dos melhores vídeos de promoção da modalidade que já vi até hoje. Desde os tiros certeiros de Alan e Amarelle às acrobacias de Bruno, Carotenuto, Javi Torres e Madjer, passando pelas excelentes combinações de Meier e Stankovic ou Benjamim e Souza, a riqueza deste vídeo é singularmente espectacular!

Por isso, relaxem, observem e deixem que a magia do futebol de praia vos transporte para uma nova dimensão, a maravilhosa epopeia desportiva e emocional a que esta filosofia de vida conduz a alma humana.

Muitos parabéns a todos os intervenientes deste espectáculo magnífico! Continuação de grandes momentos!

PARABÉNS MADJER!

Madjer: Um Grande Português

Madjer: Um Grande Português

Todos os dias são especiais. Cada sequência de 24h acarreta uma série de alterações nas sociedades humanas. Entre medidas legislativas, decisões jurídicas, contratos empresariais, descobertas científicas, obras literárias, exposições artísticas, conferências universitárias, espectáculos musicais, eventos desportivos e muitas outras coisas, são tantos os acontecimentos que marcam o mundo num espaço de tempo tão curto como o período de rotação da Terra!

Hoje, porém, há qualquer coisa que o torna mais especial do que os outros. O mítico número 7 da selecção nacional de futebol de praia, João Victor Saraiva, conhecido em todo o mundo desportivo como Madjer, completa 33 anos de existência.

Esta data, 22 de Janeiro de 2010, merece, pois, ser recordada no futuro, assim como o desportista e a pessoa cujo aniversário é hoje celebrado. E com esse objectivo nobre escrevo este post de homenagem ao maior jogador de futebol de praia de todos os tempos, que continua a dar alegrias ao povo português e a erguer cada vez mais alto o nome e as cores nacionais!

Síntese biográfica

João Victor Saraiva nasceu no dia 22 de Janeiro de 1977, na cidade de Luanda, em Angola. Com a tenra idade de 5 meses viajou para Portugal, onde cresceu e se começou a afirmar no mundo do desporto. Desde cedo apaixonado pelo futebol, sportinguista exemplar, João Victor Saraiva representou o Grupo Desportivo Estoril-Praia nas camadas jovens. Foi nesse contexto que lhe foi atribuída a alcunha pela qual ainda é conhecido actualmente: Madjer. Os seus colegas de equipa terão achado algumas semelhanças físicas com o futebolista argelino do Futebol Clube do Porto Rabat Madjer que, somadas à arte futebolística de João Victor Saraiva, lhe acabou por valer o simbólico cognome de sonoridade árabe.

No entanto, a sua carreira promissora foi abalada por um rude golpe, quando Madjer foi sofreu um acidente de mota, aos 17 anos. As lesões provenientes do choque afastaram-no dos relvados durante quase dois anos, provocando uma longa ausência que se revelou muito prejudicial para o seu desenvolvimento como atleta. Mesmo vendo o seu sonho futebolístico mais longe, Madjer nunca desistiu, continuando a trabalhar para recuperar a forma física e progredir nas várias vertentes do jogo.

Felizmente, como o poeta romano Virgílio referiu sublimemente na sua epopeia Eneida, “A sorte protege os audazes” e foi exactamente isso que sucedeu com Madjer. Em 1998, quando o cargo de treinador da selecção nacional de futebol de praia era ocupado pelo célebre antigo futebolista João Barnabé, Madjer participou num torneio amador da modalidade. O seleccionador português, apercebendo-se das excelentes qualidades evidenciadas pelo jovem, convidou-o imediatamente para integrar os trabalhos da equipa nacional. Madjer, decerto surpreendido e radiante, aceitou imediatamente.

No seu jogo de estreia pela equipa das quinas, frente à selecção chilena, Madjer brilhou, marcou 2 golos e ajudou Portugal a alcançar uma vitória importante. Mas era apenas o início de uma história interminável de triunfos e glórias. E assim a selecção nacional acabava de ganhar um grande jogador, uma certeza para o futuro, a garantia de muitas conquistas lusitanas e soberbos momentos de futebol de praia!

Magia Eficaz no Futebol de Praia

O Madjer é um jogador de futebol de praia magnífico. Qualquer pessoa que goste da modalidade percebe naturalmente que a sua presença entre os melhores atletas do mundo nas areias é inevitável. Jogador extremamente completo, muito experiente, com uma técnica bem acima da média e índices físicos muito elevados, o número 7 português é motivo de grandes dores de cabeça para os adversários.

Madjer: a determinação no olhar

O mais impressionante no Madjer é o remate: uma mistura explosiva de potência, velocidade, intencionalidade, determinação, criatividade e estilo. Quer seja num livre directo, num pontapé de saída, na finalização de uma jogada colectiva ou num espectacular remate acrobático, os remates do Madjer são um fenómeno do desporto. Não admira que os seus golos sejam frequentemente utilizados em pequenos filmes de promoção da modalidade. Que classe!

Mas este jogador excepcional apresenta muitas outras qualidades. A sua afinidade com a esfera de 400 g utilizada no futebol de praia é simplesmente espectacular. Por diversas vezes assisti aos treinos da selecção nacional e tive oportunidade de testemunhar o seu toque de bola formidável. O Madjer consegue dominar a bola na perfeição e realizar todo o tipo de movimentos com ela, o que lhe permite uma fácil integração em qualquer esquema táctico utilizado pelo seu treinador.

O Madjer não é um jogador que brinque em serviço, pois encara os desafios com grande sentido de responsabilidade e seriedade. O seu modo de actuar é frio e cautelista, preferindo os remates fortes de longa distância às fintas ludibriosas. Isto não significa que não tente de vez em quando um toque em habilidade ou um pontapé de bicicleta, mas fá-lo porque sabe que domina aquele gesto técnico e acredita que poderá ajudar a equipa assim. Assim, por vezes, nos torneios oficiais, quando existe a possibilidade de embelezar o jogo com um pormenor mais apelativo, conseguindo extrair daí benefícios para o colectivo, o Madjer não hesita e consegue vários golos de belo efeito.

O grande poder do Madjer reside igualmente no perfeito entendimento com os seus colegas de equipa. Excelente companheiro dentro e fora do campo, a sua natureza humilde e afável confere-lhe uma capacidade de fazer amigos com grande facilidade, o que se torna evidente pela magnífica cooperação entre o Madjer e os seus colegas de equipa nas partidas. As grandes jogadas de equipa, ilustrativas do clima de união que se vive na selecção nacional, passam muitas vezes pelo Madjer, que trabalha em uníssono com craques como Alan, Belchior, Zé Maria e Torres.

Madjer festeja com os colegas de equipa

Dado o seu posicionamento e movimentações tácticas, em grande parte das vezes, acaba por ser ele a finalizar, mas se a melhor opção for um passe para um colega de equipa em melhor situação, o Madjer não hesita em fazer o passe, mesmo que esteja na luta dos melhores marcadores. E quando recebe algum prémio individual, distinguido como o melhor marcador ou considerado melhor jogador (o que acontece em quase todas as competições), o Madjer agradece em nome de toda a equipa e faz questão de referir que aquele troféu não é seu, mas da selecção nacional portuguesa.

Esta mesma postura humilde, consciente e responsável do número 7 português é sem dúvida uma das suas características mais importantes como atleta. A união e harmonia que consegue comunicar aos seus colegas de grupo, o respeito pelos adversários e pela equipa de arbitragem, o seu jogo limpo e elegante, sem faltas e recheado de momentos espectaculares, faz do Madjer um atleta fora de série, com imenso fair-play e um trabalho exemplar na promoção da modalidade.

Grandes Momentos

Sei que o maior momento da carreira desportiva do Madjer foi em 2001, quando ajudou Portugal a conquistar o Campeonato do Mundo de Futebol de Praia na Costa do Sauípe. Numa competição em que o antigo capitão Hernâni e o também inigualável Alan foram galardoados, respectivamente, com os prémios de melhor jogador e melhor marcador, respectivamente. No entanto, eu ainda não acompanhava o futebol de praia nessa altura e por isso não tenho estas memórias. É pena.

No entanto, felizmente tornei-me um adepto fervoroso do futebol de praia em 2003 e em 2006 comecei a seguir todas as competições internacionais de forma regular. Assim, conservo muitas recordações extraordinárias das façanhas do Madjer ao serviço das selecção lusitana.

Já nos torneios da Liga Europeia e do Mundialito de 2003 e 2004 eu tinha ficado com uma excelente ideia do Madjer. Naquela altura, para mim, Madjer, Alan e Belchior eram os grandes craques da selecção nacional, os que marcavam mais golos! Foi em 2005, porém, que eu me apercebi de que o Madjer tinha qualquer coisa de especial, qualquer componente que o distinguia dos colegas. Não que fosse melhor, pois não era na verdade, mas além de ser o principal goleador, tinha uma arte fantástica que iluminava as mentes dos espectadores, proporcionando uma experiência metafísica fora do comum.

Fenomenal remate acrobático de Madjer (2006)

Em 2006, no Campeonato do Mundo FIFA em Copacabana, no qual Portugal obteve um amargo 4º lugar, o Madjer fez qualquer coisa de sobrehumano: sagrou-se goleador do torneio, com uma larga vantagem sobre os restantes adversários, ao apontar nada mais nada menos do que 21 tentos em apenas 6 jogos!!! Isto faz uma média de 3,5 golos por jogo, o que, mesmo em futebol de praia, é um número colossal! E o mais fantástico é a enorme diversidade de golos que podemos encontrar neste universo com 21 dimensões: remates acrobáticos, remates inesperados de qualquer parte do campo, livre directos cobradas de forma exímia, conclusões sublimes a magníficas jogadas colectivas… Enfim, uma descomunal colecção de golos igualmente descomunais!

2007: Ano Europeu

Em 2007, na Liga Europeia, uma prova emocionante conquistada por Portugal, o Madjer voltou a protagonizar uma série de exibições fantásticas, com muitos golos e magia em abundância. Mas no Mundial as coisas não correram tão bem. Com o esbatimento das diferenças entre selecções tradicionalmente fortes e equipas teoricamente mais fracas, o grupo de Portugal revelou-se bastante complicado e a selecção nacional precisava de Madjer no seu melhor. Infelizmente, o número 7 entrou mal no torneio e demorou tempo a encontrar o seu próprio jogo. Isto valeu a Portugal algumas dificuldades na passagem à segunda fase e um indesejável confronto com o Brasil nos quartos-de-final.

Foi um grande jogo de futebol de praia! O Madjer finalmente esteve ao seu melhor nível e marcou uma mão cheia de golos, nunca desistindo e acreditando sempre que era possível alcançar a vitória. O resultado, porém, acabou por ser desfavorável a Portugal, que se deixou afundar nos instantes finais da partida e cometeu vários erros defensivos: 10-7. Uma derrota muito difícil de digerir, sobretudo depois da brilhante exibição de Madjer, que encontrara energia nos cantos mais profundos do seu ser para fazer face às adversidades, que o acabaram por vencer. No final, Madjer, com amor ao seu país, chorava a derrota inglória, prostrado nas areias escaldantes de Copacabana… Um herói!

Madjer desolado após a derrota com o Brasil (2007)

2008: Epopeia em Portimão

Em 2008, novas emoções e grandes duelos em areias europeias. O Mundial em Marselha foi uma competição estupenda, quer em termos de organização quer em relação à excelente prestação da equipa portuguesa. O 3º lugar que a equipa das quinas logrou alcançar soube a pouco numa competição em que Portugal se apresentou a um nível altíssimo. A selecção nacional esteve muito perto de eliminar o Brasil, nas meias-finais, num jogo que acabou por perder 5-4 com um golo Canarinho nos últimos 5 minutos. Pouca sorte, em mais um torneio com Bota de Ouro (prémio do melhor marcador) para o Madjer, que apontou 13 golos.

O Mundial 2008 acabou no Domingo 27 de Julho, com a vitória brasileira e um terceiro lugar lusitano (Portugal derrotou a congénere espanhola por 5-4 com um hattrick de Madjer). Na semana seguinte, no primeiro dia de Agosto, começava o Mundialito de Futebol de Praia desse mesmo ano, com o eterno rival Brasil e as convidadas França e Argentina. Após as já esperadas vitórias dos países lusófonos contra as duas equipas de nível inferior, Portugal e Brasil decidiram o título no último jogo. E, num confronto de dificuldade extrema, em que Portugal enfrentou mil tormentos rumo à vitória final, a força interior de Madjer, aliada à sua técnica fabul0sa e à excelente cooperação com os companheiros de equipa, fez a diferença e deu a vitória a Portugal.

Madjer remata para o golo do empate após passe de Belchior

A selecção esteve a perder por 2-0 em pleno segundo período, mas conseguiu anular a desvantagem no marcador com dois golos fenomenais de Madjer. Já no terceiro período, quando o jogo caminhava para o fim, empatado a 3 bolas, e o Brasil resistia corajosamente às investidas do ataque português, um livre divinal de Madjer deu a vantagem tão procurada pela nossa selecção! E finalmente, quando a areia traiu o guarda-redes lusitano Paulo Graça na cobrança de um livre directo por Buru, restabelecendo a igualdade no marcador, Madjer, num esforço sobrehumano, procurando forças onde elas já não podiam existir, conseguiu encontrar a coragem e o ânimo suficientes para contrariar os caprichos da bola, remetendo-a para o seu lugar natural, onde deveria ter chegado mais cedo: a baliza Canarinha.

E assim, através de um pontapé de saída absolutamente espectacular, por meio de um gesto técnico inigualável e misterioso, que conferiu à bola uma velocidade alucinante, Madjer, revelando a sua natureza sobrehumana, deu a vitória tão ambicionada às hostes lusitanas!

2009: Sensações controversas

No ano passado, em 2009, a Taça da Europa de Futebol de Praia, disputada em finais de Maio, no Circo Máximo, em Roma, foi outro exemplo do extraordinário poder de Madjer. Em apenas 3 jogos, Madjer marcou por 10 vezes. Foi pena que Portugal não tivesse conseguido ganhar o torneio, mas a sorte não foi portuguesa no dia da meia-final frente aos vizinhos ibéricos, numa partida em que Madjer apontou 4 golos, e Portugal acabou por se classificar no 3º posto.

O Verão voltou a trazer a magia do futebol de praia espectáculo a Portimão. Desta feita, o Mundialito contava com as selecções da Espanha e dos Emirados Árabes Unidos, além dos habituais Portugal e Brasil. A selecção nacional manteve um nível muito elevado e entrou da melhor forma na competição, derrotando a equipa árabe na jornada inaugural. Infelizmente, por questões do foro aleatório, Portugal acabaria por perder diante da abominável Espanha, cuja estratégia defensiva e oportunista roubou 3 pontos que pertenciam a Portugal por direito e complicou as contas do seleccionador nacional José Miguel. Com os resultados verificados, a turma lusa precisava de derrotar o Brasil por mais de 2 golos ou justamente por uma vantagem de 2 tentos, no caso de marcar 4 golos ou mais.

Primeiro golo de Portugal: Madjer!

Como é que se motiva uma equipa para um jogo desta natureza? Não sei. Mas os jogadores portugueses estavam confiantes e decididos. Nada os faria alterar o seu propósito. E nem o fortuito golo brasileiro marcado na primeira parte fez abalar as esperanças lusitanas. Era preciso marcar 4 golos? E daí? Fossem 5, 6 ou mesmo 7 os golos necessários, a equipa das quinas não se teria rendido e continuaria a lutar pela conquista do troféu. No segundo período, Madjer, numa acrobacia original, empatou o jogo, num golo belíssimo ao qual se seguiram inúmeras ocasiões de golo para Portugal. A bola não entrava? Paciência! Ninguém ia desistir e todos permaneciam crentes no sucesso da selecção. Madjer, de quem a sorte parecia fazer troça, era dos mais determinados a vencer.

O terceiro período continuou com a hegemonia portuguesa que se verificara no segundo e, aproveitando a expulsão do brasileiro Betinho, Portugal fez dois grandes golos, por Alan e Torres, que tornavam o sonho mais próximo e davam um novo alento a todos os adeptos. Já em igualdade numérica, o Brasil parecia desorientado com o imenso poderio lusitano e numa brilhante jogada de entendimento entre Zé Maria e Alan, Portugal marcou o quarto e alcançou o título em termos virtuais! Todavia, ainda havia muito tempo para jogar a o Brasil reagiu, com um golo de Benjamim na sequência de um canto e um golo em falta de Fred (o árbitro nada assinalou).

O resultado de 4-3 entregava ao Brasil o título do Mundialito! Foi então que Madjer, com a mesma sede de vitória e a mesma vontade que mostrara naquele mesmo campo 371 dias antes, disferindo um fortíssimo pontapé na colorida esfera, colocou a bola no interior da baliza defendida por Mão, após o pontapé de saída, e recuperou o triunfo para Portugal. Ainda houve tempo para dois golos a cada equipa, com um grande livre directo de Alan, seguido de um golo de consolação de Sidney, mas a vitória não fugiria a Portugal, mais uma vez graças à determinação de Madjer. Que jogador!

Meses mais tarde, no Mundial do Dubai, Portugal seria derrotado pelo Brasil nas meias-finais, num jogo que correu muito mal e culminou no fim das esperanças portuguesas. Madjer não marcou frente ao rival lusófono e terminou o jogo com um total de 6 golos na competição (uma marca abaixo daquilo que fizera em edições anteriores). Poder-se-ia pensar que o torneio não teria corrido tão bem a Portugal e a Madjer como seria de esperar. Mas o jogo de atribuição dos 3º e 4º lugares foi completamente diferente. Ninguém imaginava o que iria acontecer!

Madjer marca o seu sétimo golo frente ao Uruguai e quebra mais um record: "The number seven scores seven!"

E a verdade é que não só Portugal ganhou de forma convincente, garantindo um lugar no pódio e mostrando ao mundo que o futebol de praia português continua entre os melhores do mundo, como também se escreveu uma nova página na História do futebol de praia, quando Madjer apontou o seu 7º golo na partida, batendo o record do número de golos marcados no mesmo jogo num campeonato do mundo, que anteriormente pertencia a… Madjer (marcara 6 vezes frente aos Camarões em 2006)! Num jogo com o atractivo resultado de 14-7 , Madjer esteve no seu melhor e marcou golos muito variados, quase sempre em jogadas de grande recorte técnico e comunicação telepática com os companheiros de equipa. Assombroso!

Futuro

Diante de nós estende-se agora um longo ano de futebol de praia, que, pela primeira vez, não vai incluir um Campeonato do Mundo, mas continuará a englobar as competições europeias por excelência (Liga Europeia e Taça da Europa), bem como o tradicional Mundialito de Futebol de Praia e o fundamental torneio de qualificação para o Mundial 2011.

Quais serão então os projectos para 2010?  A nível colectivo, o apuramento para o Mundial é, sem dúvida, uma prioridade nos planos para o novo ano. Para além disso, espero que Portugal consiga recuperar a Liga Europeia que perdeu o ano passado para a Rússia, e, se possível, a Taça da Europa. Revalidar o título no Mundialito frente ao Brasil será também um objectivo importante para a selecção nacional portuguesa. Afinal, trata-se da mais importante competição do próximo ano que porá em confronto estes dois titãs do futebol de praia. Boa sorte! Vamos conseguir!

Madjer recebe a Bota de Ouro em 2008

A nível individual, sei que o Madjer não tem quaisquer ambições, pois pensa sempre primeiro na equipa e nunca se chega a interessar realmente pelos prémios de reconhecimento individual. Em todo o caso, todos sabemos perfeitamente que o Madjer conquistará várias distinções no decorrer desta temporada, como melhor marcador, melhor jogador e, talvez, o prémio fair-play (uma distinção muito valiosa que o Madjer já recebeu no passado).

Ao Madjer

Madjer, queria dizer-te em poucas palavras que te considero um verdadeiro exemplo a seguir, não só como desportista, mas a todos os níveis. A tua postura ensina os vencedores a vencer. Como sabes, sou um grande adepto do futebol de praia em geral e da selecção nacional em particular. Procuro assistir aos vossos treinos, sigo todas as competições com entusiasmo e vibro com os vossos golos num êxtase maravilhoso. A tua arte dentro de campo cria em mim um fascínio e uma admiração únicos que me motivam para a vida e me ajudam a encarar o dia de amanhã. Acho que tenho aprendido muito contigo, desde os fantásticos pontapés de bicicleta (dos quais tento fazer tímidas imitações) a estas questões mais profundas acerca da natureza do ser humano e da forma de estar na vida e lutar por um objectivo. Obrigado, Madjer.


Eis de repente o Madjer, que aparece

E marca em pontapé de bicicleta!

Momento de magia! Não se esquece!

A glória para este magnífico atleta!

André Calado Coroado.

Futebol de Praia: regras do jogo

Hoje vou publicar o primeiro post sobre futebol de praia. Trata-se de um momento importante para mim, pois adoro esta modalidade maravilhosa e sou um adepto incondicional da selecção nacional de futebol de praia. Espero que este seja apenas o primeiro de muitos posts em que divulgarei este extraordinário espectáculo desportivo que apresenta também uma importante dimensão humana e social, tentando captar a atenção de possíveis leitores e ajudar a criar novos fãs de futebol de praia.

Para começar, penso que seria conveniente fazer uma abordagem às regras básicas da modalidade, bem como às características gerais do campo de jogo. Não posso avançar para a situação do futebol de praia na actualidade e as grandes competições internacionais sem antes apresentar a modalidade!

Porém, não procederei a uma descrição exaustiva de todas as particularidades do futebol de praia. O documento oficial de Regras do Futebol de Praia tem um total de 39 páginas! Falarei simplesmente das principais regras do jogo, referindo algumas particularidades e deixando algumas opiniões, de uma forma o mais sugestiva possível.

Terreno de jogo

Comecemos, então, pelo espaço físico onde toda a acção do jogo decorre: o campo.

O campo de futebol de praia apresenta uma área semelhante à de um campo de futsal. Contudo, as dimensões são significativamente diferentes: o campo é um pouco mais curto, mas bastante mais largo. As dimensões do campo de futebol de praia são 26 a 28 m de largura por 35 a 37 m de comprimento.

As balizas são idênticas às de futebol de 11, apresentando uma largura de 5,5 m e uma altura de 2,2 m. Estas dimensões possibilitam golos de qualquer parte do campo, eventualmente com a preciosa ajuda da areia. Todo o campo é delimitado por uma linha azul, que define as linhas finais e as linhas laterais.

À semelhança do que acontece no futebol de 11, existem bandeirolas nos quatro cantos do campo. No futebol de praia existem também duas bandeirolas no ponto médio das linhas laterais, que sinalizam a linha imaginária do meio campo. Ainda nas linhas laterais, a 9 m das bandeirolas de canto, encontram-se outras bandeirolas, que sinalizam a linha imaginária da área do guarda-redes. Enquanto as bandeirolas de canto e as bandeirolas do meio campo são vermelhas, as bandeirolas da área são amarelas.

O Campo de Futebol de Praia

Jogadores

Não é permitido qualquer tipo de calçado, pelo que os atletas têm de jogar descalços. Se quiserem podem usar um “pé elástico”, isto é, uma pequena fita de borracha que protege o calcanhar. No entanto, a grande maioria dos jogadores prefere não usar qualquer tipo de protecção, por ser pouco eficaz na sua função e por prejudicar o contacto com a bola.

Geralmente, em condições normais, cada equipa tem à sua disposição 10 ou 12 jogadores para um jogo, dependendo do tipo de competição. Tal como acontece em vários desportos colectivos, cada equipa entra em campo com 5 jogadores (1 guarda-redes e 4 jogadores de campo). As substituições são ilimitadas e podem ocorrer a qualquer momento do jogo, com a bola dentro ou fora do campo. Deste modo, os jogadores podem entrar e sair várias vezes no decorrer da partida, permitindo uma boa rodagem da equipa e um maior rendimento dos jogadores em campo. Jogar na areia seca é muito difícil e cansativo!

Árbitros

As personagens mais adoradas do mundo do desporto não podiam deixar de estar presentes no futebol de praia. A equipa de arbitragem é composta por três membros. Os dois árbitros principais deslocam-se ao longo das linhas laterais, enquanto o terceiro árbitro fica na zona de substituições. Enquanto a dupla de arbitragem controla os acontecimentos dentro do jogo, o terceiro árbitro vigia os bancos de ambas as equipas e autoriza as substituições. Existe ainda um cronometrista, sentado a uma mesa, nas proximidades das bancadas, que está encarregue do tempo.

Tempo de jogo

O jogo está dividido em três períodos de 12 minutos cada, o que faz um total de 36 minutos de jogo. Parece pouco, não é? Mas a verdade é que num jogo de futebol de praia tudo pode acontecer! Mesmo que o jogo entre numa aparente estagnação, a qualquer momento pode eclodir a explosão de emoções que caracteriza esta modalidade!

Quando a bola sai, o cronometrista não suspende o tempo. Contudo, na marcação de um pontapé livre ou após um golo, cronómetro pára, a fim de evitar perdas de tempo que alterem a duração real do jogo.

Porém, é necessário ter em conta que nunca há empates no futebol de praia (nem mesmo numa fase de grupos): se as equipas tiverem marcado o mesmo número de golos no tempo regulamentar, disputa-se um pequeno prolongamento de 3 min, onde os ânimos estão ao rubro! E, se este tempo extra não for suficiente para descobrir um vencedor, recorre-se à marcação de grandes penalidades em sistema de morte súbita. Instantes de grande tensão…

Pontapés de saída e livres directos

Interessa ainda falar de dois elementos importantes do jogo, que, embora também sejam uma realidade no futebol de 11 e no futsal, assumem contornos muito peculiares no futebol de praia: o pontapé de saída e o pontapé livre.

No início de cada período e do prolongamento ou após a marcação de um golo é concedido um pontapé de saída (no segundo caso, à equipa que sofreu o golo). A bola é colocada no ponto imaginário que corresponde ao centro do campo, ambas as equipas têm de estar no seu meio campo e os jogadores da equipa que defende podem formar uma barreira, situada a mais de 5 m de distância da bola. O jogador que vai marcar o pontapé de saída levanta ou chuta a bola para a frente (sendo mais comum apenas levantar a bola) para outro jogador da mesma equipa rematar à baliza ou passar a bola a um colega, em corrida na parte lateral do campo. Desta forma, o pontapé de saída constitui uma verdadeira oportunidade de golo!

Disposição dos jogadores no momento da marcação de um pontapé de saída (Emirados Árabes Unidos vs. Portugal - Mundial Dubai 2009)

Quando um jogador comete uma falta, é concedido um pontapé livre à equipa adversária. Se a falta ocorrer dentro da área de grande penalidade, então naturalmente será assinalado um penalty (se for a favor da selecção portuguesa, isto poderá não ser bem assim…). O livre tem de ser batido no local da infracção, pelo jogador que sofreu a falta, excepto em caso de lesão (nesse caso, será o jogador que o substitui a marcar o livre). O jogador pode fazer um monte com os pés ou com a bola, mas nunca com as mãos. Isto permite evitar ressaltos da bola logo após o remate. Em nenhuma situação se podem formar barreiras aquando da marcação de livres directos: é um momento de confronto do jogador que bate o livre com o guarda-redes.

Se o livre for marcado à frente da linha de meio campo, então todos os jogadores têm de ficar atrás da linha da bola. No caso de o livre ser marcado atrás da linha de meio campo, os jogadores têm de se colocar no exterior de um cone que liga a bola aos postes da baliza. Após a marcação de um livre, enquanto se mantiver no interior do cone e no ar, o único jogador que pode tocar na bola é o guarda-redes; só a partir do momento em que a bola bate na areia ou sai do cone imaginário é que os restantes jogadores pode tocar nela. Estas regras fazem dos pontapés livres uma grande oportunidade de golo, mesmo quando são marcados muito longe da baliza adversária. E, por vezes, a areia faz das suas…

Sanções disciplinares

Em termos de disciplina, nada de especial. Cartão amarelo para advertência, perante uma falta mais grave ou um comportamento considerado antidesportivo; segundo cartão amarelo perfaz um cartão vermelho e dá direito a expulsão; cartão vermelho directo, por uma falta muito grave ou conduta incorrecta, também equivale a expulsão. De realçar que, quando um jogador é expulso, não pode voltar ao jogo e a equipa joga com apenas 4 atletas durante 2 minutos. Ao fim desse tempo, pode ser substituído por outro jogador, voltando a equipa a alinhar com os habituais cinco jogadores.

Na minha opinião, o critério para definir os cartões amarelos não é muito correcto, pois já vi jogadores a cometerem faltas muito graves e ficarem incólumes, enquanto outros vêem a cartolina amarela por marcarem o pontapé de saída antes do tempo, falharem o pontapé de bicicleta e acertarem incidentalmente na cabeça do adversário, entre outras situações impróprias para a exibição de um cartão. Mas enfim.

Para terminar deixo um vídeo certamente mais interessante do que este post chato e comprido. É uma síntese daquilo que eu estive aqui a dizer e inclui algumas belas imagens deste desporto descomunalmente espectacular que é o futebol de praia (beach soccer).

Curiosidade: Uma vez ouvi um comentador dizer que os campos na Europa eram mais pequenos do que no resto do mundo. De facto, em 2006, quando assisti na televisão aos jogos do Mundial FIFA no Rio de Janeiro, o campo pareceu-me consideravelmente maior do que o de Portimão, onde se disputaram os jogos da Etapa Portuguesa da Liga Europeia e do Mundialito.

Mas, já bastante tempo depois disso, num treino da selecção nacional, questionei o Juju, técnico de equipamentos que trabalha com a equipa portuguesa há largos anos, acerca destas questões, e ele disse-me que não haveria grande diferença. Efectivamente, nunca mais notei essa disparidade nas dimensões do campo. Provavelmente, a diferença residiria naquela margem de 2 m tanto para a largura como para o comprimento. Mas talvez a FIFA e a Beach Soccer World Wide tenham uniformizado as dimensões dos campos entretanto.

Enfim! O primeiro post sobre futebol de praia já está feito. Foi o mais chato e o mais difícil de escrever, pois tratava das regras e foi apenas uma primeira abordagem à modalidade. De agora em diante, todos os posts de beach soccer terão mais interesse e serão sobre assuntos mais sugestivos. Promessa de adepto!

Saudações aos leitores,

André Coroado (Andrey Amabov).