JOÃO MAGUEIJO: Uma História de Coragem


Cosmologista e professor de física teórica em Inglaterra, João Magueijo tem desenvolvido investigações acerca da origem e evolução do universo, estudando os aspectos mais complexos e que ainda se encontram por explicar no âmbito da teoria do Big Bang.

Recentemente, notabilizou-se como autor da teoria VSL (Variable Speed of Light), que procura explicar um dos grandes mistérios da cosmologia moderna (o problema do horizonte) com base no postulado de que a velocidade da luz nem sempre terá sido constante.

Enfrentou uma forte oposição por parte da comunidade científica, que o acusou de anarquia e heresia, simplesmente por colocar em causa os pilares da relatividade e de grande parte dos conhecimentos físicos actuais.

Vida

João Magueijo nasceu na cidade portuguesa de Évora, corria o ano de 1967. Fascinado pelos mistérios da física, cedo descobriu a sua veia científica e leu Einstein pela primeira vez aos 11 anos. Estudou física na Universidade de Lisboa e completou o curso em Cambridge, onde prosseguiu os seus estudos com horizontes mais alargados.

Evidenciou-se de tal forma pela sua inteligência e energia na investigação científica que foi integrado numa parceria de pesquisa com outros cientistas que igualmente se destacaram, no Saint John’s College de Cambridge. Posteriormente, foi membro das faculdades de Princeton e de Cambridge, estando actualmente a leccionar física teórica no Imperial College de Londres. As suas aulas incidem particularmente sobre a Teoria da Relatividade Geral, de Albert Einstein.

Carreira Científica

Em 1998, João Magueijo trabalhou com Andreas Albrecht naquela que viria a ser uma das mais revolucionárias teorias da física moderna: a VSL (Variable Speed of Light). Conforme explicarei posteriormente, esta concepção científica procura responder ao problema do horizonte supondo que a velocidade da luz teria sido muito superior durante os primeiros tempos de vida do universo.

Uma particularidade interessante associada à criação desta teoria reside no facto de João Magueijo não a ter descoberto sentado à sua mesa de trabalho no escritório, nem tão pouco no decorrer de investigações laboratoriais. Surpreendentemente, toda a teoria partiu de uma ideia que lhe ocorreu enquanto deambulava pelas ruas de Londres, num dia chuvoso, após uma extenuante festa nocturna. Posteriormente, os cálculos matemáticos inerentes à formação da teoria foram realizados durante as suas férias em Goa, e não em ambiente de trabalho.

A teoria VSL encontra-se explicada detalhadamente na obra Mais Rápido do que a Luz: a História de uma Especulação Científica, publicada por João Magueijo em 2003. A teoria também foi dada a conhecer ao mundo através de um documentário exibido no canal Discovery Science, que expõe o essencial da VSL de uma forma simples e sugestiva, estando disponível online.

No entanto, esta proposta de resolução do problema do horizonte gerou uma grande polémica entre os restantes físicos, que viam posta em causa a constância da velocidade da luz, princípio fundamental de toda a física moderna.

Problema do Horizonte

Como se sabe, a teoria do Big Bang, sustentada por diversas provas concretas da sua evidência, sendo actualmente a mais aceite para explicar, em traços gerais, a origem e a evolução do universo, tem ainda algumas lacunas, na medida em que levanta diversas questões para as quais não tem resposta. Uma delas consiste no problema do horizonte, decorrente de informações paradoxais associadas ao universo.

Para compreendermos o problema do horizonte, devemos ter em conta que o universo se encontra em permanente expansão, a uma grande velocidade, o que resulta num afastamento dos corpos celestes, criando distâncias enormes entre eles. Recordemos também que a troca de informação entre duas galáxias tem de se processar necessariamente através da radiação electromagnética, que se desloca a uma velocidade finita (o valor da velocidade da luz no vácuo).

Confrontando os dois factos enunciados anteriormente, verificamos que, devido ao ritmo acelerado da expansão do universo, algumas galáxias nunca poderiam ter estabelecido contacto entre si através da radiação electromagnética, pelo que as suas características deveriam ser necessariamente diferentes. No entanto, as observações astronómicas mostram que, contrariamente aos resultados dos cálculos matemáticos, as galáxias apresentam uma configuração semelhante, um conjunto de características comuns.

Esta incompatibilidade, este antagonismo entre a homogeneidade dos corpos celestes e a impossibilidade de uma troca de informação no passado, constituem verdadeiramente o problema do horizonte. Na tentativa de o resolver, muitos cosmologistas têm realizado diversas investigações, baseados em cálculos e observações cosmológicas, criando diversas teorias, das quais se destaca a teoria inflacionária (teoria da inflação cósmica).

Inflação Cósmica

A teoria da inflação cósmica surge solução mais aceite actualmente para o problema do horizonte e as restantes questões relativas à origem e evolução do universo, associadas ao Big Bang.

Segundo esta teoria, o universo terá passado por uma primeira fase de grande expansão, a uma velocidade descrita por uma função exponencial, motivando um brutal aumento do volume do universo, numa fracção ínfima do seu primeiro segundo de existência. Esta expansão do universo a uma velocidade alucinante seria o resultado de algo tão estranho como uma gravidade repulsiva ou uma densidade de energia no vácuo.

Durante a fase inflacionária, ter-se-á verificado progressivamente a separação das quatro interacções fundamentais, unificadas no início desta era inflacionária. Segundo a teoria, após o período de inflação, o universo terá continuado em expansão, mas a um ritmo muito inferior ao verificado na fase inflacionária.

A teoria da inflação cósmica pretende solucionar o problema do horizonte partindo do pressuposto de que, antes da era inflacionária, toda a matéria estava condensada, em condições que favoreciam a ocorrência de interacções. Considerando que as propriedades físicas teriam surgido no início da era inflacionária, quando todas as partículas do universo se encontravam concentradas de um modo que permitia a troca de informação entre elas, teria ocorrido uma homogeneização das características do universo nesses instantes primordiais da fase inflacionária.

Assim, as semelhanças registadas actualmente entre galáxias de locais distintos do universo serão, de acordo com a inflação cósmica, o resultado de uma interacção entre todas as partículas ocorrida no início da era inflacionária, quando toda a matéria ainda se encontrava agregada. Esta teoria resolve assim o problema do horizonte, desfazendo o paradoxo que está na sua origem. Porém, a teoria não encontra facilmente uma confirmação ao nível das observações cosmológicas, possibilitando o surgimento de hipóteses alternativas, como a teoria VSL (Variable Speed of Light) de João Magueijo.

VSL (Variable Speed of Light)

Não encontrando evidências observacionais que pudessem comprovar a veracidade da teoria inflacionária, João Magueijo questionou esta visão do universo e procurou uma concepção diferente, que também permitisse solucionar o problema do horizonte. A sua investigação debruçou-se sobre uma hipótese muito simples, mas de tal modo radical que nunca ninguém antes ousara colocar: e se a velocidade de luz não tivesse sido sempre constante?

Como se sabe, a constância da velocidade da luz representa um dos postulados fundamentais nos quais assenta a física moderna. Princípio subjacente à relatividade einsteiniana, a velocidade da luz é uma das constantes dimensionais nas quais se baseia toda a compreensão da estrutura e evolução do universo. Ainda assim, João Magueijo deu seguimento à exploração desta hipótese e atingiu conclusões bastante interessantes, nascendo a teoria VSL.

Em traços gerais, João Magueijo propôs que a velocidade da luz nem sempre tivesse tomado o valor actual da velocidade da luz no vácuo, não sendo por isso constante ao longo do tempo. De acordo com as suas pesquisas, quando o universo ainda era jovem, a velocidade de propagação da luz terá sido muito superior ao valor verificado actualmente: cerca de 60 vezes superior a c.

Como resultado, a troca de informação entre corpos celestes em expansão teria sido possível, através de uma transferência de radiação electromagnética. Tal fenómeno conduziria a uma homogeneização do universo, responsável pela semelhança nas características das galáxias que se constata a partir das observações astronómicas do presente. Posteriormente, a velocidade da luz teria diminuído abruptamente, fixando-se nos 300 mil milhões de metros por segundo. Assim, João Magueijo encontra uma resolução simples do problema do horizonte, contornando a inflação cósmica, embora tal inovação implique colocar em causa a constância da velocidade da luz, sobre a qual assentam grande parte dos fundamentos da física moderna.

Contestação da VSL

Conforme expliquei anteriormente, a sugestão de que a velocidade da luz possa não ter sido constante ao longo da História do universo questiona inevitavelmente as bases da teoria da relatividade, da autoria de Einstein, considerada um dos pilares mais preciosos da física moderna. De facto, colocar em causa a constância da velocidade da luz significa duvidar de todo o conhecimento físico da actualidade, ao abalar de forma violenta os fundamentos das teorias que procuram explicar o universo. Esta é uma das razões, porventura a principal, pela qual a teoria VSL tem sido tão criticada pela comunidade científica.

Por outro lado, a teoria VSL apresenta o defeito de se encontrar excessivamente direccionada para o problema do horizonte, revelando-se, pelo menos até ao momento, incapaz de responder às outras questões colocadas em relação à origem e evolução do universo, nomeadamente o problema da planaridade do universo e o problema dos monopólos magnéticos.

Além disso, outros cientistas, como Ellis e Uzan, acusam João Magueijo de ter fundado uma teoria científica baseada apenas numa alteração das equações matemáticas inerentes às leis da física, sem se basear num princípio científico subjacente. De acordo com estes investigadores, a VSL seria apenas o resultado de um jogo de cálculos, nascendo uma solução para o problema do horizonte baseada nestas vagas experiências matemáticas.

Como resultado, João Magueijo tem sido visto pela comunidade científica como um anarquista, sendo os seus estudos conotados com heresias e radicalismos. A suposta ausência de sentido nas suas investigações leva os outros físicos a tecer estas acusações insultuosas a um colega de trabalho que tem lutado arduamente pelo mesmo sonho que eles, apenas por decidir inovar e apresentar ao mundo uma teoria nova, que questiona as concepções anteriores. Assim, visto como um físico rebelde, João Magueijo tem sido descredibilizado pela generalidade da comunidade científica.

A reacção de João Magueijo

No documentário produzido para a Discovery em 2008, Magueijo apresentou a sua forma serena de enfrentar a grande oposição que enfrenta por parte da comunidade científica, procurando conservar-se relativamente indiferente em relação à chuva de críticas dirigidas às suas pesquisas e prosseguindo tranquilamente as suas investigações.

Com alguma ironia à mistura, João Magueijo considera normais as críticas que vão surgindo em resposta à sua teoria, admitindo que muitas pessoas possam recusar admitir a possibilidade de a velocidade não se ter mantido constante ao longo da História do universo. Entendendo a relutância dos físicos em proceder a uma reformulação da teoria da relatividade e compreendendo a inexistência de evidências que confirmem a VSL, João Magueijo não se deixa importunar por quem insistentemente o critica e continua a desenvolver as suas investigações nesses capítulos.

Conforme afirma na parte final do documentário, a física é construída a partir do surgimento de várias teorias que procuram explicar os fenómenos, sendo posteriormente confrontadas umas com as outras, confirmadas ou refutadas com base em evidências observacionais e reformuladas para fazer face às novas exigências. Este dinamismo subjacente a toda a ciência é suficiente para tornar valiosa a sua VSL, pois constitui uma alternativa bem fundamentada às restantes teorias cosmológicas, podendo eventualmente estar certa, ou pelo menos parcialmente. O documentário fecha com uma afirmação épica de João Magueijo, encarando a possibilidade de a sua teoria estar errada:

And if it doesn’t work, who cares? I got a million other ideas.

Obrigado, João Magueijo! Os portugueses estão consigo e apoiam o seu exemplo de coragem!

29 Respostas to “JOÃO MAGUEIJO: Uma História de Coragem”

  1. Glayson Says:

    Parece que o João teve um insight, mas precisamos ver o que vem por ai. O que fez Einstein famoso e muito pouco contestado não foi a teoria que ele escreveu, mas o fato de todas as previsões contidas na teoria dele terem sido testadas experimentalente e confirmadas com grande êxito ao longo dos últimos 90 anos, sem nenhuma contradição. Física não é ciência teórica e qualquer um pode escrever uma equação, e dizer que ela representa Deus, mas precisa encontrar maneiras de provar que ela realmente o é. O João não fez e acho que não fará isso, sem experimentações para explicar suas idéias ele rapidamente cairá no esquecimento, como toneladas de outros cientistas que o precederam e escreveram teorias derrubando a Teoria da Relatividade, mas que nunca demonstraram estarem certos por meio de experimentos científicos. Eu mesmo conheço uns 2 ou 3 físicos que criaram teorias alternativas à Relatividade, mas nunca serão reconhecidos em parte alguma do mundo onde houver uma comunidade científica atuante. Quero reiterar que Física não é uma ciência teórica, mas sim experimental. Então, se eu pudesse falar para o João eu diria, encontre um bom físico experimental que queira testar sua teoria, senão sugeriria a ele curtir os seus momentos efêmeros de fama científica.

    • Walace Horstt Says:

      Há alguns séculos, acreditava-se que insetos nasciam da casca das árvores e peixes da lama das enchentes.
      Até que provaram o contrário, no caso o certo.

      Física, além de teorias, experiências, equações e confirmações, se baseia em não anular hipóteses, ainda que “revolucionárias”.

      Alem do mais, a luz muda de velocidade em alguns gases e na água. E a constante da luz é possível somente nas condições que conhecemos actualmente, o que não anula ou modifica as condições de bilhões de anos atrás simplesmente por ela ser o que é hoje.

      Devemos tirar os grandes físicos dos altares da adoração pois todos tiveram seus opositores. Devemos ser neutros até que a verdade seja revelada.

      • Glayson Says:

        Eu não ponho nenhum grande físico ou outro importante cientista num altar ou coisa parecida. Agora, as boas ciências que eles produziram, essas sim, não só as coloco em pedestais suntuosos, como as ponho em lugares onde todos possam vê-las com clareza. Estou dizendo o seguinte: escrevam a teoria, simples ou complexas, e apontem quais os elementos mensuráveis concordantes com o método científico dela emergem. Passando nos testes, devem ir para um pedestal bem debaixo de holofotes intensos.

    • Manuel Fernandes Says:

      Glayson, você como físico, como vê o hipotético fenômeno da subducção quando, então, seus defensores, através de imagens largamente publicadas, omitem o vetor força empuxo (Princípio de Arquimedes) para justificar o sumiço de 70% da crosta, através de mergulho no manto no qual flutua?

      • Glayson Says:

        Manuel,
        Não conheço nada a este respeito. Por isso, prefiro não comentar. Talvez os geofísicos sejam as melhores pessoas para explicar isso.

      • Manuel Fernandes Says:

        Glayson, com certeza, os geofísicos não entendem mais de Física do que os físicos e os físicos pensam que a Geofísica é muito diferente da Física, talvez com outros fenômenos. Assim, não saem do lugar.

    • afasus Says:

      Como ele prova algo sobre o que está falando, se o que ele está falando já passou?

      Que sugestão daria?

      • Andrey Amabov Says:

        Caro afasus, receio não estar nas melhores condições para responder a essa pergunta. Porém, creio que a questão não deve ser formulada dessa forma, dadao que existem sempor “fósseis” que nos permitem descobrir o que aconteceu na Terra, no Sistema Sola ou no universo em eras anteriores. A radiação cósmica de fundo, uma prova quase irrefutável da Teoria do Big Bag, é um exemplo disto. E certamente que serão provas deste tipo as que poderão ajudar a encontrar uam base experimental para a teoria VSL…

      • Manuel Fernandes Says:

        Einstein adaptou sua teoria da relatividade para justificar a precessão do periélio de Mercúrio.

    • Martini Says:

      Não concordo que a Física seja uma ciẽncia experimental apenas , de forma alguma e temos vários exemplos na sua história , depois é claro as teorias que se mantiveram foram testadas em experimentos . Mas muitas começaram na mente de algum revolucionário . Einstein foi um deles, suas idéias foram teóricas sim , ele se imaginou andando ao lado de um feixe de luz , e encontrou discordãncias entre o Eletromagnetismo e a Mecãnica Clássica . E outros , que tiveram idéias que foram depois comprovadas ou não . Existiram casos de um fenõmeno obrigar a criar hipóteses também . Hoje se criou a idéia da energia escura , e agora ? De onde vem essa energia ? Isso não é por acaso uma ciência teórica ? Até se propor um experimento para encontrar a origem dessa energia , ela é uma idéia teórica e pode obrigar a uma revolução na Física . Aliás espero que venha logo uma grande revolução como no início do seculo XX , estamos precisando.

      • Andrey Amabov Says:

        Claro que a física se constrói com base na conjugação das suas vertentes teórica e experimental! Ninguém colocou isso em causa nesta discussão. Simplesmente, dizemos que é uma ciência experimental para lembrar que, ao contrário do que acontece com a matemática, as teorias físicas têm de ser testadas na prática a fim de que possamos tirar conclusões acerca do seu valor de verdade… Claro que toda a relatividade einsteiniana foi desenvolvida teoricamente, mentalmente, através das chamadas experiências pensadas… mas sim, claro que as grandes revoluções da física podem começar numa ideia teórica… como a de João Magueijo…

  2. andré luiz Says:

    Já existem experiências científicas nas quais foram produzidos feixes luminosos com velocidade 0,002% superior à da luz. E esses feixes foram produzidos no espaço livre, o que é inédito. Então existem indícios de que o Magueijo pode estar correto.

  3. Glayson Says:

    Será? Não conheço os resultados dessas experiências, pois não li artigos desses experimentos, mas anos atrás lembro-me de ter lido alguns artigos mostrando experimentos onde sinfonias de Mozart eram transmitidas a velocidades de 3c, 5c, etc. Naquela oportunidade os experimentos eram elaborados para confundir os conceitos, onde a velocidade a qual eles se referiam era a velocidade de fase do pacote de onda luminosa, e não velocidade de grupo. Sabemos que velocidade fase não tem limites, já a velocidade de grupo é limitada pela relatividade einsteniana e é ela que transporta informação. Contudo, como você escreveu André, os pacotes de onda viajaram no espaço livre e não em meio de suporte material. Se for verdade, é um começo, mas sou bastante cético em relação ao que foi feito nos experimentos.

    Apesar de ser físico e amar o ofício, hoje estou decepcionado com os rumos que a Física tem seguido. Essa teoria de cordas, eu não a engulo. É outra que não apresenta elementos experimentais para serem medidos. Essa coisa de que as tais dimensões que não vemos são infinitamente pequenas, da ordem da constante de Planck, é algo no mínimo ridículo ou sem sentido. O Heisenberg deve estar rolando no túmulo, pois um dos pilares de uma teoria bem testada, o Princípio da Incerteza, tão bem estabelecida é a bola da vez a ser descartada em nome das tais 7 dimensões extras. Fora o Prof Einstein, eu fecho com o Dr Richard Feynman, como assinalado por ele em The Character of Physical Law, o teste chave da teoria científica é se suas consequências concordam com as medições que obtivemos do experimento. Isto significa que não importa quem inventou a teoria, “qual é o seu nome”, ou mesmo qual apelo estético a teoria venha ter. “Se ela não está de acordo com os experimentos, ela está errada.” Aliás, como podemos chamar a Teoria de Cordas de teoria científica se ela não prevê nada?

  4. marcelo Says:

    Muito interessante, eu tambem tenho uma teoria já que espaço e tempo são um só será que 299 792 458 metros por segundo (que e a velocidade da luz no vácuo) seria a barreira do tempo?? Já que sabemos que a velocidade gera gravidade e que a gravidade excessiva pode rasgar o tecido do espaço/tempo (segundo teorias) e sabemos também que o tempo se comporta diferente em diferentes velocidades não é? Isto explicaria porque, mesmo estando a 99% da velocidade da luz, ela ainda passaria por nos a 299 792 458 metros por segundo e porque não possa ser ultrapassado e porque o universso se expandiu tão rápido.

    Peço desculpas se esta teoria parece ridícula ou por algum erro nela, mas sou apenas um curioso com perguntas não sou nem diplomado e obrigado pelo espaço.

  5. manuel melo bento Says:

    como adquirir o correio electrónico do professor magueijo?
    ficaria agradecido
    manuel melo bento

  6. Das Escapadelas abençoadas « A Miúda dos Abraços Says:

    […] E lá fui no meu passo de gastar calorias direitinha para a Almedina dar uma oportunidade ao João Magueijo para me “seduzir” com a tal história do senhor, possivelmente atormentado pelo […]

  7. marcos Says:

    Ate mesmo Albert E. foi criticado por suas teorias por serem apenas teorias, e ate chegou a dizer que ”para algumas mentes poderia parecer estranho”, pois ele se referia aqueles que o criticavam. Mesmo assim continuou ate provar que tinha razao. E tantas outras mentes brilhantes sofreram o mesmo tipo de ataque por teorizarem coisas novas para a ciencia, mas que acabaram revolucionando o meio cientifico. Joao Magueijo pode muito bem ser outro fÍsico brilhante tentando provar algo novo. Entao, por que nao dar credito a ele?…

    • Andrey Amabov Says:

      É isso mesmo, Marcos. EU acho que a teoria de João Magueijo, sendo absolutamente vanguardista e revolucionária, tem boas hipóteses de poder vira a trazer algo de muito interessante para a ciência. O nosso conhecimento do universo encontra-se em constante mutação, basta ter em conta os mais recentes resultados (ainda que aguardando confirmação) da experiência OPERA realizada no CERN para nos darmos conta dessa situação… e os paradigmas que tínhamos como válidos anteriormente, poderão não o ser daqui a alguns anos… E por falar em neutrinos superluminais… voltamos a esta questão: será possível que a velocidade da luz não tenha sido sempre igual a c? E, nesse caso, poderão existir corpos a viajar a velicidades superiores a c? São questões que merecem uma investigação detalhada, não devendo nenhuma resposta ser excluída à partida.

      • Glayson Says:

        Andrey,
        A situação ainda é totalmente adversa em relação à teoria do João Magueijo. Nem ele e nem muito menos outros físicos experimentais sugerem testes para a VSL. Assim fica difícil acreditar nas proposições da VSL.
        Sobre os tais neutrinos superluminais, estou convencido de que há erros sistemáticos nos experimentos do CERN. No meu entendimento não foi sem motivo que eles escolheram neutrinos para os experimentos. Eles não praticamente não interagem com a matéria, e somente isso já justificaria uma alta dose de desconfiança em relação aos experimentos. Mesmo tendo sido catalogadas mais de 200 partículas quânticas massivas e eles escolheram logo os neutrinos, talvez as partículas mais estranhas que se tem conhecimento. Eu sei que a escolha dos neutrinos aconteceu devido exatamente a propriedade de eles poderem ser transmitidos abaixo da superfície terrestre pela pouca interação com a matéria, mas por que não testar utilizando outras partículas menos exóticas? O motivo eu já sei, eles não irão encontrar divergências em relação a teoria da relatividade, e isso não tem graça e não repercute, não é mesmo?

      • Andrey Amabov Says:

        Glayson, realmente temos de reconhecer que a teoria VSL ainda não se encontra suficientemente sustentada para ser considerada uma alternativa viável ao paradigma actual. Não existem meios de testar a VSL porque as bases teóricas ainda não se encontram suficientemente estabelecidas, segundo creio, e porque é sempre complicado tecnicamente testar este tipo de teorias, qeu vão à raiz da questão em física. O que eu acredito, porém, é que a VSL é uam ideia interessante que não deve ser descartada logo à partida, porque pode vir a contribuir para explicar alguns fenómenos e eventualmente ajudará a melhorar o nosso entendimento do universo, no dia em que algumas das nossas bases para a sua compreensão forem postas em causa. E isso pode acontecer de uma forma muito evidente já em 2012, se se provar a não existência do bosão de Higgs para as massas que ainda não foram testadas…

        Em relação à experiência dos neutrinos, sou forçado, pelo que li e ouvi dizer das pessoas do meio, que realmente deve ter razão… como alguém dizia, é possível que os neutrinos sejam realmente superluminais, mas é muito mais provável que os cientistas se tenham enganado nos cálculos… E realmente, lendo bem o que escreveu, acabo por me interrogar sobre como será possível medir a velocidade de partículas que interagem tão pouco com a matéria… e, para fazer uma medição, não estaremos nós a alterar o estado das partículas sujeitas à medição, uma vez que a medição ocorre por meio de uma interacção? Em relação ao desejo de encontrar lacunas na relatividade, provavelmente será mesmo um pouco assim… em todo o caso, se os resultados não estão certos, isso acaba por ser desvendado e a experiência acaba por cair no esquecimento… como de facto se está a verificar!

        Obrigado pelos seus comentários neste espaço, Glayson! Está a contribuir para manter o blog activo, numa altura em que eu simplesmente deixei de fazer actualizações, além de enriquecer esta interessante discussão com os seus amplos conhecimentos na matéria!

  8. Jumar Vicenth Says:

    Torço para que a Teoria do VSL esteja certa, apesar das Lacunas da Planaridade e dos Monopolios Magneticos, que de uma forma impede que essa teoria esteja ”completa” talvez um dia essa teoria possa descrever todos os Problemas do surgimento e evolução do Universo…

  9. Paulo Jorge Says:

    Tenho lido muitos livros de cosmotologia principalmente de fisicos Americanos e Ingleses .
    Este livro de Magueijo vai ser o seguinte e parece muito interessante.
    Obrigado pela coragem e de seguires em frente com as tuas Teorias.
    A caravana passa e os caes ladram…

  10. Fernandes-Môça, JM Says:

    A gravidade está estabelecida em toda a matéria. Assim, se a luz sofre variação em sua trajetória, como já foi demonstrado, também pode sofrer aceleração tanto positiva quanto negativa, caracterizando assim a velocidade variável da luz em determinados momentos. Por exemplo, se a luz está se dirigindo para um astro de intenso campo de gravitacional, tende a sofrer aceleração tanto quanto poderá sofrer desaceleração se não se chocar com ele, passando perto. Não é tão complicado assim.

    • Renato Ahmaraw Says:

      Prezado Sr. Andrey,

      lendo os comentários percebi a intenção do Sr. Manoel Melo Bento de saber 1 endereço eletrônico do Prof. Dr. João Magueijo o que pesquisei na página do local onde o referido cientista labora. Encontrei o seguinte: j.magueijo@imperial.ac.uk Tomei a liberdade de o fornecer posto o fato de estar disponível na referida página da instituição onde leciona. Para tanto bastou clicar acima do dito endereço com o botão direito do apontador e depois colar no editor desejado. Espero não estar cometendo uma atividade que seja proibida ou censurável. Apesar da data da postagem solicitante ser do ano de 2011 talvez haja tempo hábil para tanto. Até breve e boa sorte pois cá somos favoráveis para sermos almas contra mortes!

      Renato de Castro Ahmaraw Belo Horizonte / Minas Gerais / Brasil 1344renato@gmail.com

      Em 18 de setembro de 2016 13:16, Segundo Andrey Amabov escreveu:

      > Fernandes-Môça, JM commented: “A gravidade está estabelecida em toda a > matéria. Assim, se a luz sofre variação em sua trajetória, como já foi > demonstrado, também pode sofrer aceleração tanto positiva quanto negativa, > caracterizando assim a velocidade variável da luz em determ” >

  11. Renato Ahmaraw Says:

    Particularmente creio que todas as ideias são válidas e o questionamento do saber instituído é louvável afim de se obter novos raciocínios e contestações. Por meu lado afirmo que pensar na variabilidade da velocidade da luz é bem plausível, ( para um leigo como eu mas com bastante curiosidade sobre o assunto ) pelo menos teoricamente. Se a física é uma ciência exata não se pode esquecer que o pensamento humano sistematicamente iniciou com especulações através de métodos empíricos. E tais métodos, assim como o fez Einstein e o próprio Newton são fruto de experimentos mentais baseadas em algum tipo de pensamento. Fui aluno do curso de engenharia e tive uma discussão séria com um professor de mecânica a respeito da teoria de tensores durante o período básico pois o mesmo dizia que eu confundia física newtoniana com a de Einstein. Foi nos idos de 1980 quando pus fim a discussão ao perguntar em sala de aula se haviam provas da velocidade da luz ser uma constante atemporal. Informo tal caso apenas como exemplo de algo tido como ridículo por meus pares na época e que na verdade é passível de ser possível. Fui ridicularizado, mas hoje vejo que não só eu pensei nisso e foi a bastante tempo. Boa sorte ao João Magueijo e sou grato por poder participar do entrave teórico. Meu professor ( Edmilson ) deu-me a indicação então do livro de Bertrand Russel: ABC da Relatividade. Boa sorte a todos.

  12. Renato de Castro Ahmaraw Says:

    Para o Manoel Melo Bento segue um endereço eletrônico de João Magueijo:
    j.magueijo@imperial.ac.uk

  13. Luis Mansos Says:

    É com muito orgulho que, tendo já lido obras do João Magueijo, verifico tratar-se de um cientista que ama muito o seu trabalho. Desejo-lhe muitas felicidades e que não desista nunca dos seus sonhos. Obrigado por mostrar ao Mundo que é possível acreditar nas suas capacidades. Um grande abraço do Luís Mansos


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